por DN.pt com Lusa
A então Secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Nacionalização, Gestão e Alienação do BPN
A Parvalorem adiou o impacto dos créditos em risco de incumprimento do BPN, reduzindo o valor das imparidades de 577 para 420 milhões de euros.
O Governo terá dado indicações à Parvalorem para esconder prejuízos do antigo BPN com o objetivo de não agravar as contas do défice de 2012. A notícia é avançada pela Antena 1, que diz que a empresa pública, que ficou com os ativos tóxicos do banco, ocultou uma parte das perdas registadas com o crédito mal parado a pedido da atual ministra das Finanças: cerca de 150 milhões de euros.
Maria Luís Albuquerque era Secretária do Tesouro quando foi confrontada com as perdas de 577 milhões de euros em créditos em risco de incumprimento. Segundo a investigação da Antena 1, pediu para mexer nas contas e exprimir as contas melhores possíveis. Assim, esse impacto foi adiado para exercícios futuros.
À Antena 1, a administradora da Parvalorem Paula Poças admite que lhes foi pedida "a melhor expectativa relativamente à informação" e às garantias que tinham no momento e consideraram que não fazia sentido "estar a agravar no momento" as imparidades.
Assim, a empresa adiou o impacto para exercícios futuros, reduzindo o valor das imparidades de 577 para 420 milhões de euros. Para Paula Poças, trata-se de uma operação normal quando se tem uma carteira de cobranças difíceis. Segundo a Antena 1, a empresa mudou as contas já auditadas.
Fonte da empresa, que falou à rádio sob condição de anonimato, chama-lhe "uma martelada nas contas empresa", em que as ordens vinham de cima.
Segundo um documento enviado à tutela, a Parvalorem anuncia: "após o trabalho cirúrgico conseguimos reduzir o valor das imparidades de 577 milhões de euros para 420 milhões de euros".
De acordo com a investigação, no mesmo dia, a empresa recebeu um agradecimento de Maria Luís Albuquerque, referindo que queria uma redução ainda superior, mas a admitir que talvez "não fosse possível melhor".
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