AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 26 de setembro de 2015

8,8 milhões de euros em propaganda, comícios, caravanas e 'outdoors'


8,8 milhões de euros em propaganda, comícios, caravanas e 'outdoors'
Fotografia © JOSÉ SENA GOULÃO/ LUSA
Muita gente ganha com as eleições e não falamos dos partidos vencedores, mas das empresas que fornecem materiais, impressos e digitais, logística e estudos de imagem. Brindes estão em desuso.
Muitas são as empresas a lucrar com as campanhas eleitorais, basta ler os relatórios dos partidos entregues no Tribunal Constitucional. Folhetos, T-shirts, vídeos, chapéus, leques, canetas, autocolantes, comícios, jantares, sondagens, tempos de antena, carros, bandeiras, tudo serve para conquistar eleitores.Dezanove partidos concorrentes, alguns em coligação, preveem gastar 8,8 milhões de euros nestas legislativas.E a experiência mostra que os orçamentos são quase sempre ultrapassados. A propaganda, impressa e digital, os ajuntamentos e a publicidade levam a maior fatia.
Nem os políticos nem os empresários abrem o jogo sobre estes negócios. É preciso esperar pelos próximos relatórios do Tribunal Constitucional para ver onde cada par- tido gastou, até porque parece haver rotatividade nos fornecedores de eleição para eleição. O tipo de materiais muda em cada ato eleitoral, se são legislativas, presidenciais, autárquicas ou europeias, mas ban- deiras e suportes e outros equipamentos já constituem património partidário.
Várias foram as empresas a faturar nas legislativas de 2011 que referiram não trabalhar para esta campanha. É o caso da Absolutus Audiovisuais, fornecedora de equipamento de som, luz e vídeo, que ganhou 31 mil euros com o CDS há quatro anos. Perderam com a união dos centristas aos sociais-democratas, e estes contratam sobretudo a Smart Choice Audiovisuais, que não fala sobre o tema. Sigilo profissional. "Temos de respeitar a decisão do cliente", justifica o diretor comercial. Em 2011 faturaram 680 822 euros, 16% do total de despesa do PSD nessas eleições: 3,8 milhões de euros, mais 1,8 milhões do que o previsto.
Também o principal fornecedor do PS nas últimas legislativas prefere o silêncio sobre o que representam as campanhas eleitorais nas receitas. Trata-se da Aedis - Assessoria e Estudos de Imagem, do mili- tante socialista Domingos Ferreira. Faturou nesse ato eleitoral 887 575 euros, 21% do total: 4,1 milhões, mais 1,9 milhões do que o previsto.
A realização de eventos, que envolve o espaço, todo o equipamento necessário à realização dos comícios, jantares e espetáculos e o catering, representa a maioria fatia das despesas. E, como explicou Pedro Gaiteiro, gerente da Brindes & Companhia, atualmente as organizações contratam agências que tratam de todos os materiais e serviços alusivos a uma campanha. Nestas eleições, estão a trabalhar para "um partido pequeno", além da impressão de canetas para outro. Mas essas não são as eleições dos brindes, apesar das novidades do chapéu do PS e do leque da coligação Portugal à Frente. "Fazemos muita coisa nas autárquicas, são mais os candidatos. Trabalhamos com várias câmaras, fazemos desde as T-shirts aos bonés e esferográficas. A nossa faturação anual aumenta na ordem dos 30%."
O negócio é mais vantajoso para quem se dedica ao fabrico de propaganda, seja digital ou impressa, ainda assim com diferenças. "Nas eleições legislativas há um acréscimo de 5% na faturação desses meses, mas as autárquicas têm um maior peso, 50% no volume de produção. São dezenas de candidaturas", explica o gerente da Empresa Diário do Porto, Joaquim Gomes.
As despesas são financiadas pelo Estado de acordo com o número de votos e desde que o partido obtenha 50 mil eleitores.

Sem comentários: