Donetsk e Lugansk declaram independência da Ucrânia
Habitantes de Lubansk celebram o resultado do referendoFotografia © REUTERS/Valentyn Ogirenko
As regiões separatistas de Donetsk e Lugansk declararam hoje a independência da Ucrânia, um dia depois dos referendos em que a esmagadora maioria dos votantes apoiou a secessão.
O presidente autoproclamado de Donetsk (leste), Denis Pushilin, proclamou "a República Popular de Donetsk", "na sequência da expressão de vontade do povo" e "por forma a restaurar a justiça histórica", e pediu a integração na Rússia.
"Pedimos à Federação Russa que considere a questão de a República Popular de Donetsk se tornar parte da Federação Russa", disse Pushilin, afirmando depois aos jornalistas que "a terra de Donetsk foi sempre parte do mundo russo".
Em Lugansk (leste), as autoridades autoproclamadas leram a "proclamação da República Popular de Lugansk" num comício no centro da capital regional, pouco depois do anúncio de Donetsk.
"O povo de Lugansk proclama a criação do Estado soberano da República Popular de Lugansk", afirma a declaração. "Em conformidade com o direito internacional, o seu território e as suas fronteiras são indivisíveis e invioláveis", acrescenta.
No domingo, as duas regiões ucranianas votaram a secessão em referendo.
Segundo números divulgados hoje pelas comissões eleitorais locais, 89% dos votantes em Donetsk e mais de 94% em Lugansk aprovaram a independência.
A Rússia afirmou que respeita os resultados dos referendos, sem os reconhecer explicitamente, e considerou que deve ser aberto um diálogo entre o governo de Kiev e as regiões separatistas.
O governo da Ucrânia sustenta que as consultas "não têm qualquer valor jurídico".
Dirigentes separatistas das duas regiões anunciaram também hoje que as eleições presidenciais ucranianas previstas para 25 de maio não se vão realizar nos respetivos territórios.
"Aqui não haverá", disse Pushilin em Donetsk.
Em Lugansk, Vasili Nikitin, responsável para a imprensa do chamado "Exército do Sudeste", formado na autoproclamada "república popular", fez declarações no mesmo sentido.
"Talvez as eleições pudessem celebrar-se no território da região de Lugansk, mas agora somos a República Popular de Lugansk, por isso não haverá eleições", disse.
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