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terça-feira, 27 de maio de 2014

Líder da direita francesa demite-se após escândalo com Sarkozy e queda nas europeias A UMP deixou de ser o maior partido da oposição, e caso das facturas falsas na campanha do ex-Presidente custou o cargo a Jean-François Copé.


Líder da direita francesa demite-se após escândalo com Sarkozy e queda nas europeias

A UMP deixou de ser o maior partido da oposição, e caso das facturas falsas na campanha do ex-Presidente custou o cargo a Jean-François Copé.
O chefe de gabinete de Jean-François Copé confirmou que foram passadas facturas falsas GONZALO FUENTES/REUTERS


Jean-François Copé, o líder do maior partido de centro-direita francês, a UMP, enfraquecido após o triunfo da Frente Nacional nas eleições europeias, foi obrigado a demitir-se nesta terça-feira, após novas revelações sobre um caso de facturas falsas na campanha das presidenciais de 2012 de Nicolas Sarkozy.Uma reunião da direcção do partido marcada para discutir os resultados das eleições europeias – que fizeram com que a UMP perdesse o título de líder da oposição ao Governo socialista – transformou-se num braço-ferro entre Copé, de um lado, e François Fillon, Alain Juppé e Jean-Pierre Raffarin, três ex-primeiros-ministros, que exigiam a demissão do líder, relata o jornal Le Figaro, bastante próximo da UMP.
Copé acabou por aceitar sair em Junho e deixar o partido nas mãos de uma direcção colegial, de Fillon, Juppé e Raffarin, até à realização de um congresso, em Outubro, no qual Copé não se recandidatará.
O que de facto desencadeou a queda de Jean-François Copé foi a confirmação, na segunda-feira à noite, por Jérôme Lavrilleux, seu chefe de gabinete e ex-director-adjunto da campanha para a reeleição de Nicolas Sarkozy em 2012, de que foram apresentadas facturas falsas à UMP para cobrir despesas em excesso no valor de 10 milhões de euros.
Em lágrimas, nos ecrãs da televisão BFM, Jérôme Lavrilleux reconheceu que “houve derrapagens no número de eventos organizados, mas não no seu valor” na campanha das presidenciais de Sarkozy. Falou da dificuldade em organizar comícios à última hora, com qualidade. “É muito difícil fazer uma campanha só com 22 milhões de euros”, o valor limite para as campanhas eleitorais. “Era preciso facturá-las à UMP.”
Estas facturas foram pedidas à Bygmalion, uma empresa de comunicação propriedade de amigos de Jean-François Copé. Esta empresa está sob investigação há alguns meses e Copé sob suspeita de lhe atribuir contratos de forma preferencial.
Com a confusão de Lavrilleux, confirmava-se o que o advogado da Bygmalion tinha dito umas horas antes: que a empresa tinha emitido facturas falsas obrigada pela UMP, e também “falsas facturas verdadeiras”, e que tudo se relacionava com as contas da campanha de Sarkozy – que foram chumbadas pelo Conselho Constitucional. Na busca da reeleição, o ex-Presidente ultrapassou em 466.118 euros o tecto de gastos autorizados –  22.509.000 euros para os candidatos que passaram à segunda volta. A UMP não foi reembolsada das suas despesas, o que deixou o partido num aperto financeiro.
Segunda-feira, a polícia francesa fez buscas tanto nos escritórios da Bymaglion como na UMP e na Génération France, uma associação política liderada por Jean-François Copé.

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