O ex-analista de informática afirma ainda ter trabalhado para a CIA, em entrevista para TV dos EUA gravada em Moscovo, Rússia
O ex-analista de informática Edward Snowden disse ter recebido treinamento para ser espião e que trabalhou para a Central de Inteligência norte-americana (CIA) no exterior, durante entrevista à rede de TV NBS, que vai ao ar nesta quarta-feira (28) nos EUA.
Essa foi sua primeira entrevista a uma televisão dos Estados Unidos desde 2013, quando revelou programas secretos de espionagem em massa.
“Fui treinado como espião no sentido tradicional da palavra. Vivi e trabalhei no estrangeiro, encoberto, fingindo que trabalhava em algo que não trabalhav. Inclusive, foi-me atribuído um nome que não era o meu”, disse Snowden à NBC.
Autor da maior divulgação de documentos secretos dos últimos anos, Snowden falou de sua experiência profissional para rebater as tentativas da administração norte-americana, que tentava desvalorizar seus conhecimentos.
“Trabalhei secretamente para a CIA no estrangeiro, trabalhei secretamente para NSA [Agência de Segurança Nacional] no estrangeiro. Trabalhei para as informações militares, como professor na Academia de Contraespionagem, onde desenvolvi as fontes e os métodos para pôr em segurança as nossas informações e os nossos cidadãos nos pontos mais hostis do planeta”, disse o analista entrevistado em Moscou, onde está exilado desde agosto.
Segundo jornal: CIA desconfiou do comportamento de Snowden em 2009
“Sou um especialista, um perito. Trabalhei em todos os níveis, do mais baixo ao mais alto. Por isso, quando dizem – o governo – que sou um administrador de sistemas de nível inferior, não sabem do que falam, respondo que isso é um pouco enganador”, acrescentou.
Edward Snowden foi acusado nos Estados Unidos de espionagem e roubo de documentos oficiais.
Suas revelações sobre programas de escuta em massa de cidadãos norte-americanos, países aliados e organizações nacionais e estrangeiras reabriram o debate sobre espionagem, segurança nacional e direito à privacidade e suscitaram tensões político-diplomáticas com vários países.
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