O TREINO PSICOLÓGICO
Ali em pé, ao balcão daquele restaurante que eu havia escolhido para comer uma sandes acompanhada dum refrigerante, pois o excesso de trabalho obrigava-me a uma refeição rápida, acabei por me demorar muito mais do que o inicialmente previsto. Despertou-me a atenção uma conversa do indivíduo na faixa etária dos sessenta que se encontrava mesmo ao meu lado e que relatava, com a boca cheia, a forma como tinha decorrido a cerimónia do Domingo anterior a que ele havia ido assistir com a sua esposa : o juramento de bandeira dum seu afilhado, agora paraquedista. A determinada altura contava ele ao seu companheiro algumas peripécias impressionantes relacionadas com a dura instrução a que o seu afilhado agora boina verde havia sido sujeito. Repentinamente, levou um guardanapo de papel à boca, num esforço visível e incontrolado para conter o vómito iminente. Relatava naquele momento como terminavam os testes de apuramento daquela futura tropa de elite. Cada militar, para ganhar a boina, tinha de matar uma galinha à dentada !!!
Paraquedistas, Comandos, Operações Especiais, Fuzileiros e Rangers eram tropas alta e duramente preparadas para a guerrilha que haviam de enfrentar em terras de África.
Lembro-me dum amigo da adolescência a quem o cabelo caíu em peladas dispersas e o seu rosto ficou coberto de crostas em virtude da enorme pressão psicológica durante o decorrer dos treinos de especialização. Certa noite foi abruptamente acordado por volta das três horas, conduzido pelo cabo-de-dia ao Comando e aí foi-lhe friamente anunciada a morte do seu pai. O “choque psicológico” estava dado ! Alguns minutos mais tarde o oficial e o cabo de serviço transmitiram-lhe a contra-informação. Era mentira ! Aquela encenação fazia parte dos planos de treino. Os treinos psicolígicos não se ficavam por aqui, mas eram, sem dúvida, os mais marcantes para a preparação das forças de elite. Caminhar pelos esgotos, submersos até ao pescoço com todo aquele líquido imundo e a merda a tocar-lhes na boca, tudo isso não passava duma brincadeira se comparados com os outros treinos que me repugnam descrever. Visavam transformar um pacato, quiçá mimado e sempre perfumado rapaz, numa máquina de guerra apta a enfrentar todas as dificuldades com as quais decerto haveriam de se confrontar no cenário de guerra.
Partiam da Metrópole convencidos da sua intensa e apurada preparação física e psicológica, desejosos de entrar em combate. Contudo, por vezes, quando subiam e actuavam no real palco da guerra, esqueciam ou descuravam aquilo que com tanta insistência lhes havia sido ensinado. Durante a instrução os monitores não se cansavam de repetir que “suor derramado na instrução era sangue poupado em combate” !
Do soldado Comando Belmiro nunca mais tive notícias desde que veio evacuado para a Metrópole. Durante uma operação foi transportado, juntamente com outros camaradas, num helicóptero Puma até ao local onde era suposto irem defrontar-se com o inimigo.
Estes bem preparados “Rambos” manifestavam inquietação : uns benziam-se, outros rezavam, esforçando-se por abafarem e travarem os movimentos quase incontroláveis do bater acelerado dos maxilares. – Ânimo, meus bravos ! Vocês são os melhores ! – assim gritava, superando o ruído envolvente, um superior, enquanto os ia empurrando da altura a que se encontrava aquela máquina voadora, a qual por ali pairava sobre a mata verde apenas durante alguns segundos. Depois afastava-se, veloz, desaparecendo dos seus campos de visão.
A dura experiência adquirida nos treinos traíu o soldado Belmiro na altura do salto. Trinchou a própria língua, ficando metade dela sepultada ou devorada pelas formigas naquele minúsculo pedaço da tão extensa terra angolana.
Paraquedistas, Comandos, Operações Especiais, Fuzileiros e Rangers eram tropas alta e duramente preparadas para a guerrilha que haviam de enfrentar em terras de África.
Lembro-me dum amigo da adolescência a quem o cabelo caíu em peladas dispersas e o seu rosto ficou coberto de crostas em virtude da enorme pressão psicológica durante o decorrer dos treinos de especialização. Certa noite foi abruptamente acordado por volta das três horas, conduzido pelo cabo-de-dia ao Comando e aí foi-lhe friamente anunciada a morte do seu pai. O “choque psicológico” estava dado ! Alguns minutos mais tarde o oficial e o cabo de serviço transmitiram-lhe a contra-informação. Era mentira ! Aquela encenação fazia parte dos planos de treino. Os treinos psicolígicos não se ficavam por aqui, mas eram, sem dúvida, os mais marcantes para a preparação das forças de elite. Caminhar pelos esgotos, submersos até ao pescoço com todo aquele líquido imundo e a merda a tocar-lhes na boca, tudo isso não passava duma brincadeira se comparados com os outros treinos que me repugnam descrever. Visavam transformar um pacato, quiçá mimado e sempre perfumado rapaz, numa máquina de guerra apta a enfrentar todas as dificuldades com as quais decerto haveriam de se confrontar no cenário de guerra.
Partiam da Metrópole convencidos da sua intensa e apurada preparação física e psicológica, desejosos de entrar em combate. Contudo, por vezes, quando subiam e actuavam no real palco da guerra, esqueciam ou descuravam aquilo que com tanta insistência lhes havia sido ensinado. Durante a instrução os monitores não se cansavam de repetir que “suor derramado na instrução era sangue poupado em combate” !
Do soldado Comando Belmiro nunca mais tive notícias desde que veio evacuado para a Metrópole. Durante uma operação foi transportado, juntamente com outros camaradas, num helicóptero Puma até ao local onde era suposto irem defrontar-se com o inimigo.
Estes bem preparados “Rambos” manifestavam inquietação : uns benziam-se, outros rezavam, esforçando-se por abafarem e travarem os movimentos quase incontroláveis do bater acelerado dos maxilares. – Ânimo, meus bravos ! Vocês são os melhores ! – assim gritava, superando o ruído envolvente, um superior, enquanto os ia empurrando da altura a que se encontrava aquela máquina voadora, a qual por ali pairava sobre a mata verde apenas durante alguns segundos. Depois afastava-se, veloz, desaparecendo dos seus campos de visão.
A dura experiência adquirida nos treinos traíu o soldado Belmiro na altura do salto. Trinchou a própria língua, ficando metade dela sepultada ou devorada pelas formigas naquele minúsculo pedaço da tão extensa terra angolana.
EXTRACTO DOS MEUS CONTOS: "HISTÓRIA DUM CARTEIRO À MODA ANTIGA DURANTE A GUERRA COLONIAL"
Este texto é uma súmula de histórias mais ou menos longas e que relatam uma parte da vida profissional do meu saudoso pai como Carteiro. Curiosamente, durante a minha especialização militar, estudei uma disciplina relacionada com esta actividade muito complexa (SPM-Serviço Postal Militar).
Após o 25 de Abril quem era interpelado na rua por um Carteiro retraía-se quase sempre em virtude do seu difícil reconhecimento. De cabelos grandes e despenteados, barba desgrenhada, calças de ganga e calçado de ténis sujos e rotos. Apenas o monte de cartas na mão nos permitia a sua identificação. Outrora o Carteiro tinha a obrigatoriedade de apresentar-se à sociedade tal como os restantes funcionários públicos, sobretudo fardados, ou seja : bonito por fora, não importando a desarrumação interior... Assim, o cabelo deveria estar bem aparado, a barba muito bem escanhoada, as unhas dos dedos das mãos curtas e limpas, os sapatos pretos muito bem engraxados, os metais do boné, lapela do casaco e botões areados até reluzirem e um sorriso sempre patente para oferecer aos “destinatários”.
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Após o 25 de Abril quem era interpelado na rua por um Carteiro retraía-se quase sempre em virtude do seu difícil reconhecimento. De cabelos grandes e despenteados, barba desgrenhada, calças de ganga e calçado de ténis sujos e rotos. Apenas o monte de cartas na mão nos permitia a sua identificação. Outrora o Carteiro tinha a obrigatoriedade de apresentar-se à sociedade tal como os restantes funcionários públicos, sobretudo fardados, ou seja : bonito por fora, não importando a desarrumação interior... Assim, o cabelo deveria estar bem aparado, a barba muito bem escanhoada, as unhas dos dedos das mãos curtas e limpas, os sapatos pretos muito bem engraxados, os metais do boné, lapela do casaco e botões areados até reluzirem e um sorriso sempre patente para oferecer aos “destinatários”.
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Lá vem o Carteiro ! Lá vem o Sr. Mário !
Ouvi-lo chegar agora
Já não tem o mesmo sabor
Nem dá p’ ra haver amizade
Chega lesto e vai embora
Sobre rodas e a motor
Perdeu de todo a vaidade
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Após muitos anos – nunca se sabia quantos – com a categoria de Carteiro de Reserva, pois enquanto nessa condição todo o tipo de serviço tinha de ser cumprido e o giro (zona de distribuição da correspondência) nunca era certo. Se quisesse progredir na carreira teria de submeter-se a um curso que o obrigava a muito trabalho e estudo para depois enfrentar um concurso e a consequente, embora nem sempre isenta, avaliação profissional. O meu pai lá foi promovido a Carteiro de 3ª, alguns anos mais tarde a 2ª, até atingir a categoria de 1ª, acabando reformado com uma que nem sequer chegou a exercer : a de Monitor.
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Farda/Fardo
Aquela farda envergando
E grande honra tendo nela
A vida-fardo carregando
E sempre achando-a tão bela !
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Foi um percurso muito duro, repleto de histórias às quais os mais novos não têm acesso e quando têm dificilmente compreendem e nem sequer acreditam.
O país estava embrenhado na Guerra Colonial e os mancebos eram recrutados por todo o lado, independentemente das suas capacidades psíquicas ou físicas.
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As relações sociais num aglomerado populacional predominantemente rural não eram, como ainda não o são, obviamente, iguais aquelas dos condomínios convencionais nas grandes cidades, nos quais mesmo que os prédios só possuam um elevador a servir dois ou três pisos, os condóminos quando se encontram a viajar nele apertados, pele contra pele, não se cumprimentam, ignorando-se entre si enquanto aquele caixote sobe ou desce, uns esforçando-se por olharem para o tecto, outros baloiçando as chaves do carro enquanto vão mirando a barguilha, outros, os “agarradinhos do celular”, enviando ou procurando mensagens e outros, até, aproveitando despudoradamente para coçarem os tomates. Na maior parte das vezes nem sequer manifestando uma cortesia, mesmo que hipócrita, de segurarem a porta quando o vizinho ou a vizinha vão a entrar ou a sair... Curiosamente podem encontrar-se algumas destas pessoas na missa dominical cumprimentando-se efusivamente, “saudando-se na paz do Senhor”, com muita fé (...)
O Carteiro, por demais carregado com tanta notícia de riso e choro, surgia cada vez mais perto em virtude das suas passadas sempre muito largas, enfrentando finalmente o primeiro aglomerado ruidoso e inquieto : os seus destinatários que diariamente ali, sensivelmente no mesmo horário, aguardavam notícias dos seus netos, filhos, maridos, pais, namorados ou simplesmente vizinhos e amigos. Aqueles aerogramas, cartas ou postais haviam sido escritos há pelo menos dois dias, as notícias que relatavam poderiam, entretanto, de alguma maneira, haver sido drasticamente alteradas. Mas não ! Quem se atreveria a pensar assim ? O ritual da abertura da correspondência era sempre o mesmo : rasgava-se apressadamente o aerograma ou a carta como se do seu interior se esperasse ver saltar milagrosamente, de braços bem abertos, o ente querido.
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Carteiro e Conselheiro
Quase todas as famílias portuguesas
Tinham no Carteiro um elo muito amigo
Que os ligava da Guiné até Timor
Trazia cartas / ”aeros” d’ incertezas
- O seu menino não corre qualquer perigo !
(Sorria sempre escondendo a sua dor...)
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Àquele Carteiro foram também levados para a guerra dois dos seus três filhos. Com o coração bem apertado pelas amarras da angústia, lá ia distribuindo as notícias, por vezes com a dificuldade dos atropelos das pequenas multidões ansiosas, mas mantendo sempre patente no seu rosto suado um sorriso autêntico enquanto da sua veia poética iam brotando simultaneamente palavras de ânimo, esperança, fé, embora educadamente fosse avançando sempre, porque ainda havia muita correspondência para distribuir e também desejoso estava ele de chegar a casa e saber dos seus...
Àquele Carteiro foram também levados para a guerra dois dos seus três filhos. Com o coração bem apertado pelas amarras da angústia, lá ia distribuindo as notícias, por vezes com a dificuldade dos atropelos das pequenas multidões ansiosas, mas mantendo sempre patente no seu rosto suado um sorriso autêntico enquanto da sua veia poética iam brotando simultaneamente palavras de ânimo, esperança, fé, embora educadamente fosse avançando sempre, porque ainda havia muita correspondência para distribuir e também desejoso estava ele de chegar a casa e saber dos seus...
contosdaguerracolonial.blogspot.pt
NÓS e TROPA
cc3413.wordpress.com
ERA TEMPO DE GUERRA
O RANCHO NA GUERRA COLONIAL
Albano Mendes de Matos
Hora do rancho na guerra colonial.
O dia findava, estremecido nos horizontes. Estava na hora do rancho. Sargentos e soldados chegaram-se às cozinhas rodadas, situadas junto de um escarpado, entre a serração de madeiras e uma casa velha, com marmitas e copos de cantil nas mãos. Uns riam, outros ruminavam asneiras, enquanto outros, silenciosos, olhos no chão, pareciam estar muito longe daquele lugar. Um mundo de reacções animais e de comportamentos humanos, próprios para universo de pesquisa social e psicológica, laboratório de análises individuais e colectivas, para estudo de procedimentos recalcados, lutas intimistas e introvertidas, correntes de consciência desordenadas, projecções naturais demasiado extrovertidas, desequilíbrios orgânicos e funcionais, estados de pré-loucura, inventados ou reais.
Um auxiliar de cozinheiro lançava um quarto de casqueiro numa parte da marmita, outro, junto dos pipos, a tresandar e estearina, vazava, por medida, uns decilitros de vinho nos copos de cantil. Os caços, medidas certas, de uma só vez, saltavam nas bocarras dos caldeirões e levavam o rancho escaldante às marmitas, mal lavadas, porque em guerra não se limpam latas e o sarro ajuda a conservá-las. Os vapores subindo e esmorecendo nos ares. O capitão dos serviços, o primeiro-sargento e o furriel vagomestre dirigindo, fiscalizando e mantendo a disciplina. O rancho dos oficiais era levado, em terrinas, para uma sala, onde comiam, à ordem do comandante, numa mesa, em pratos das cantinas da carga ou nas marmitas.
Mediante algumas críticas, o tenente-coronel comandante não se cansava de falar aos soldados sobre a alimentação que, para ele, era uma das principais preocupações, a par da defesa e da segurança. Terminava sempre as argumentações dizendo que, na hora das refeições, muitas casas portuguesas, na Metrópole, não sequer tinham comida comparada com o rancho. Os soldados pensavam e não reclamavam.
Espalhados pelas pedras, pelos troncos, pelas escadas e pelos muros, os militares iam tragando o rancho, nas pressas da fome. Grão-de-bico, arroz e carne de porco salgada, tirada de barricas de madeira. Mais ou menos carne, consoante a sorte ou o azar. Febras, entremeados, gorduras, focinhos, orelhas, toucinhos e couratos por barbear. Uma massa forte e espessa, onde as pequenas colheres de bolso se mantinham na vertical, abundante e bem confeccionada, dizia o relatório do oficial responsável. O vinho, apanhado no copo meia-lua do cantil, em quantidades exíguas, para a maioria dos homens habituados à beberricagem, era escorropichado, no sabor da parafina, chisca a chisca, com um pingo para saborear no final. Corria o boato que não se devia beber, porque lhe deitavam uma mistela que tirava o tesão, para diminuírem as fogosidades.
- Este não sabia fazer a barba, ou não tinha gilette! - gracejou um soldado, atirando fora um naco de toucinho, com as cerdas em riste, que um cão lesto abocanhou.
- Há dois dias que não me passa comida de panela pelas goelas; com cabelos ou não, sabe-me bem! - disse outro, tragando sofregamente o quinhão.
- Lateiro é o que tu és! Muita larica tu deves ter passado, lá nas berças! - respondeu-lhe o camarada do lado.
- Enfarda que é a Pátria que paga! Ela trata-te bem! - comentou outro, acrescentando - E para grande fome não há ruim pão! Dizem na minha terra.
- Se lerpares, que é o que temos mais certo, vais de pança cheia! - gracejou um soldado, que ia mastigando os grãos e deitando fora a massa.
Um militar, já veterano em Úcua, de rosto muito tostado, cheirando a suores de semanas, chegou-se ao grupo e comentou:
- Estais aqui de passagem, com certeza, mas olhai que não é dos piores lugares; estamos ao pé da estrada e as coisas chegam-nos mais rápidas. Eles tratam-nos bem... De manhã, grão ou feijão com porco salgado ou massa ou arroz com atum e, à tarde, para variar, porco com feijão ou grão e atum com arroz ou massa... Por vezes, um pedaço de bacalhau salgado, ou liofilizado, ou lá o que seja, duro que nem cornos, que vem em latas bem soldadas, desfiado, com grão-de-bico.
- Olha este a querer dar música! – ripostou um soldado.
- A vinhola é que é uma pinguita, não dá para um homem lavar os dentes! - queixou-se um corpanzudo artilheiro.
- Mete-te muito nele, que ficas sem tusa! - gracejou o veterano em Úcua.
- Só faltava mais essa! Estás a brincar! - disse o artilheiro.
- Diz-se para aí que os tipos metem-lhe uma mistela, para um gajo não ter comichões! - respondeu o veterano.
- Porra! Lá vai!… - exclamou um soldado que escutava, atirando fora a ração de vinho.
- Acredito! Eles são capazes de tudo, até de nos capar! – gracejou o artilheiro.
- Apalpar, já nos apalparam algumas vezes, que é a rotina da tropa, nos quartéis; agora, levámos um grande apalpão, pontapeados para o fundo dos porões e para os cornos da guerra - comentou o veterano, olhando em volta.
- Alguns cobres para a Cuca, uma farda, uma espingarda e porco com cerdas de sapateiro, não está mal, não senhor... Tudo pela Pátria, que está em perigo, e pelas nossas famílias, que estão espalhadas por Angola, muitas em situações de dor, vagueando nas raias do medo - acrescentou um cabo, entre o humorístico e o sério.
ÚCUA, Angola, 27 de Julho de 1961.
cenasdeguerra.blogspot.pt
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