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quarta-feira, 3 de abril de 2013


Á CULPA É DELE


Há poucos dias vivia-se em ambiente de felicidade neste oásis inventado pelo Gasparoika, o ministro até acabou de regressar de Washington onde foi, mis uma vez, mostrar o caso de sucesso português. Os três da troika apontavam para o sucesso do ajustamento português, as exportações que milagrosamente só por inspiração divina do Álvaro tinham crescido exponencialmente, o equilíbrio da balança comercial, a redução da despesa do Estado. Cavaco Silva interrompia as suas funções de agente secreto para entre avisos (para ficarem inscritos em acta pois daqui a uns meses servirão de prova de que ele avisou) assegurar que no segundo semestre, aliás, no quarto trimestres deste ano já haveria crescimento e criação de emprego.
  
Portugal era um país feliz, pobre mas honrado assegurava o pagamento das dívidas, os estarolas da troika quase agradeciam os aplausos do que o Gasparoika designava como o melhor povo do mundo nos seminários de prestações de contas em Bona e perante o boche coxo. Os crescimento ia ser um milagre, o Gasparoika cortava 5 milhões no Estado, despedia 100 mil funcionários públicos, mantinha o aumento brutal de impostos e o empobrecimento forçado da população e mesmo assim e graças à exportação de peúgas e cuecas teríamos crescimento e criação de emprego.
 
O Gasaparoika estava tão certo de que tudo corria bem que já estava preparando o futuro, o problema já não era a dívida que de forma saudável passou para quase 130%do PIB, o desempego que paralisa o país ou a quebra brutal das receitas fiscais. O Gasparoika já estava a cuidar do futuro, queria refundar o Estado, preparar a ida aos mercados financiar o país com juros de 4%, assegurar que tudo corria bem para depois da troika.
  
Mas eis que quando o país estava à beira do orgasmo gasparoikano veio um desmancha prazeres e estragou tudo, o panasca, o corrupto do Caso Freeport, o Face Oculta, o desleal, o incompetente e, mais recentemente, o farmacêutico veio e em hora e meio deu cabo do trabalho de ano e meio de trabalho do nosso Gasparoika.
 
De repente onde havia concertação passou a haver conflitualidade, onde havia estabilidade passou a existir instabilidade, alguém descobriu que o Crato escondia o relatório do Relvas, o Portas sorria enquanto o CDS pedia a demissão do Relvas e do Álvaro. Para que se estivesse perante a tempestade política perfeita, a mãe de todas as crises políticas só faltava que o Cavaco fizesse uma daquelas comunicações dramáticas ao país, como a que fez a propósito dos Açores, ou que o Tribunal Constitucional divulgasse o óbvio.
 
Se antes da Páscoa o país vivia em êxtase gasparoikano e, de repente, tudo ficou de pernas para o r o culpado só pode ser dele. Razão tinham os que fizeram a petição para o condenar ao silêncio e à perda dos direitos políticos. E o pior de tudo é que mais logo há mais!

O Jumento

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