AUSÊNCIA DE EMPREGOS
ACELERA DESPOVOAMENTO
Não haja ilusões. Sem emprego as pessoas não ficam em Trás-os-Montes. De 2001 para 2011, os distritos de Bragança e Vila Real perderam 30 mil pessoas. Centralismo de Lisboa não ajuda a inverter tendência
A região verte cada vez mais para o litoral e, nos últimos anos, também para o estrangeiro. Ricardo Bento, coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é um dos muitos investigadores do fenómeno e assegura: "Sem uma dinâmica económica nas regiões do interior as pessoas tendem a procurar outros territórios".
A questão é, nota Luís Ramos, também investigador da UTAD, que "o país nunca conseguiu resolver este problema, que é criar condições de empregabilidade nas regiões do interior face às expetativas e necessidades das populações". Reforça que, nos últimos anos, "procurou-se criar condições de qualidade de vida e infraestruturas, admitindo que esse fator, só por si, seria suficiente para alavancar o aparecimento de estruturas produtivas e a criação de emprego". No entanto, "ficou provado que esse tipo de investimentos não são suficientes e não foram o motor desenvolvimento que criasse melhores condições de vida".
Também o historiador Gaspar Martins Pereira conclui que "não houve políticas para contrariar o despovoamento" e, na sua opinião, "isso só poderia passar por uma reforma administrativa: a regionalização". Salienta que o desenvolvimento económico, cultural e social do país "exige que se cubra todo o território". E exemplifica: "O investimento em bens culturais é feito basicamente nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa".
Segundo um estudo de Ricardo Bento e de Luís Ramos, embora haja perda global de pessoas em Trás-os-Montes, continua-se a verificar o fenómeno de "concentração da população nas sedes de concelho e, principalmente nas maiores cidades da região (ver caixa com exemplo de Bragança), com a consequente perda nos meios rurais".
Uma solução para aumentar o emprego poderia passar por incentivos fiscais para as empresas que se fixassem no interior, mas "desde que não beneficiem todas as empresas por igual". Luís Ramos defende que "entre uma empresa que faz distribuição de produtos importados e outra que valoriza o vinho, o azeite, a amêndoa ou a castanha não pode haver o mesmo tratamento fiscal".
jn
ACELERA DESPOVOAMENTO
Não haja ilusões. Sem emprego as pessoas não ficam em Trás-os-Montes. De 2001 para 2011, os distritos de Bragança e Vila Real perderam 30 mil pessoas. Centralismo de Lisboa não ajuda a inverter tendência
A região verte cada vez mais para o litoral e, nos últimos anos, também para o estrangeiro. Ricardo Bento, coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é um dos muitos investigadores do fenómeno e assegura: "Sem uma dinâmica económica nas regiões do interior as pessoas tendem a procurar outros territórios".
A questão é, nota Luís Ramos, também investigador da UTAD, que "o país nunca conseguiu resolver este problema, que é criar condições de empregabilidade nas regiões do interior face às expetativas e necessidades das populações". Reforça que, nos últimos anos, "procurou-se criar condições de qualidade de vida e infraestruturas, admitindo que esse fator, só por si, seria suficiente para alavancar o aparecimento de estruturas produtivas e a criação de emprego". No entanto, "ficou provado que esse tipo de investimentos não são suficientes e não foram o motor desenvolvimento que criasse melhores condições de vida".
Também o historiador Gaspar Martins Pereira conclui que "não houve políticas para contrariar o despovoamento" e, na sua opinião, "isso só poderia passar por uma reforma administrativa: a regionalização". Salienta que o desenvolvimento económico, cultural e social do país "exige que se cubra todo o território". E exemplifica: "O investimento em bens culturais é feito basicamente nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa".
Segundo um estudo de Ricardo Bento e de Luís Ramos, embora haja perda global de pessoas em Trás-os-Montes, continua-se a verificar o fenómeno de "concentração da população nas sedes de concelho e, principalmente nas maiores cidades da região (ver caixa com exemplo de Bragança), com a consequente perda nos meios rurais".
Uma solução para aumentar o emprego poderia passar por incentivos fiscais para as empresas que se fixassem no interior, mas "desde que não beneficiem todas as empresas por igual". Luís Ramos defende que "entre uma empresa que faz distribuição de produtos importados e outra que valoriza o vinho, o azeite, a amêndoa ou a castanha não pode haver o mesmo tratamento fiscal".
jn
Sem comentários:
Enviar um comentário