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quarta-feira, 17 de abril de 2013


Agricultores em protesto em Lisboa pedem demissão do governo

Agricultores em protesto em Lisboa pedem demissão do governo

Os cerca de três mil agricultores que hoje desfilaram do Príncipe Real até à Assembleia da República, em Lisboa, em protesto pela falta de apoios na agricultura querem a demissão do Governo por estar a "destruir" o setor.

Vindos de todo o país, milhares de agricultores concentraram-se às 15:00 no Príncipe Real para desfilarem até à Assembleia da República, onde chegaram por volta das 16:00.
Pelo caminho, foram entoando cânticos e palavras de ordem contra o Governo e envergando bandeiras, cartazes e faixas com insultos à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Passos Coelho vem à janela, vem ver o povo que está na miséria", "Ó Portas, andas fugido, vai mas é enfiar o barrete a outro", "Coelho e Cristas arruínam a agricultura" e "Governo para a rua, a luta continua", foram as mensagens que se destacaram.
Já habituados ao sol e calor, os agricultores trouxeram enxadas, ancinhos e chocalhos para o desfile, encabeçado por uma pipa de vinho que ia matando a sede de alguns protestantes.
Vindo da região do Douro, com uma cesta à cabeça, Luís Almeida, mostrava-se "revoltado com a austeridade" praticada pelo Governo contra os agricultores.
"Se vivessem como nós agricultores, comiam era couves, favas e ervilhas que é o que cultivamos. É o que dá e não dá para mais nada", disse à Lusa.
Também Ana Rosa acusou o Governo de "estar a dar cabo dos pequenos agricultores e com tudo".
Os dois agricultores, bem como todos os outros, contestaram a obrigatoriedade de todos os trabalhadores do setor terem de declarar início da atividade nas Finanças.
"Ela [a ministra Assunção Cristas] obriga-me a coletar-me. Eu vendo uma alface, um quilo de batatas ou uma cebola a 20 cêntimos e quero saber o preço da fatura que vou pagar", contestou Luís Almeida.
Outra agricultora assegurou ainda que, na sua aldeia, "ninguém se quer coletar" e não consente o pagamento de faturas por uma alface.
João Dinis, da direção nacional da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), reforçou a contestação à medida.
"Já estamos sobrecarregados de impostos e agora ainda querem obrigar todo o pequeno agricultor que pense em vender um ramo de salsa, meia dúzia de ovos e um molho de brócolos, que se vá coletar às finanças. Para quê? Para ser fichado nas Finanças?", questionou.
O responsável alertou ainda para a "dívida de 12 milhões de euros" do Governo aos produtores pecuários.
"Este Governo, que se diz amigo dos agricultores não paga o que deve", acusou.
Por todas as políticas de "desastre nacional" na agricultura, os trabalhadores do setor exigem que o Governo se demita.
"Precisamos de outro Governo, sem nenhuma hesitação. Este Governo está a levar-nos ao desastre", concluiu João Dinis, apelando ainda ao Presidente da República para que "não seja cúmplice desta situação".

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