Turismo: Algarve aproveita primavera árabe e crise interna
03-07-2011 9:07:00
A capacidade hoteleira tradicional do Algarve tem as reservas (quase) completas para julho e para agosto. Há muitas promoções e preços mais baixos. Instabilidade social e política nos destinos concorrentes atraiu turistas britânicos e crise leva nacionais a fazer férias "cá dentro".
O Turismo de Portugal prevê uma época “positiva”, mas preferia que “os preços não fossem tão baixos”. O presidente do Turismo de Portugal (TP), Luís Patrão, prevê um verão “muito positivo” para o setor turístico, apesar de considerar que os preços praticados “deviam ser um pouco mais altos”.
Em declarações à Lusa, Luís Patrão afirmou que se espera um aumento de turistas estrangeiros em férias no país durante o verão, o que pode sustentar a época alta do turismo, ainda que as tarifas praticadas pelos estabelecimentos de alojamento continuem baixas por causa da crise.
“As perspetivas são muito positivas para o verão. O turismo este ano vai dar bons resultados quantitativos e resultados económicos igualmente bons, mas baseados em tarifas, em preços por quarto, que ainda não são os desejáveis”, sublinhou o responsável.
Apesar de considerar que os preços estão ainda baixos, Luís Patrão ressalva que as tarifas atualmente praticadas pelo setor são “para um período de recuperação”.
Segundo o TP o turismo é hoje a principal atividade exportadora nacional, representando em 2010 cerca de 14% das exportações de bens e serviços e 43,3% das receitas de exportações de serviços.
Quanto aos rankings de competitividade Portugal surge em segundo lugar nos mercados do Mediterrâneo em 10º na União Europeia e em 17º a nível mundial.
Primavera árabe e “indignados” da Grécia afugentam turistas
O Algarve está a beneficiar das perturbações sociais que se estão a verificar em destinos como o Egipto, a Tunísia e a Grécia registando níveis de ocupação insólitos em julho e setembro na hotelaria de cinco estrelas, como reconhece Pedro Lopes, administrador do Grupo Pestana.
A crise é igualmente responsável para que as férias lá fora, em especial em destinos como o Brasil e as Caraíbas estejam a ser substituídas pelas férias “cá dentro” junto a praias algarvias.
A valorização do real transformou o destino tropical numa opção muito mais cara e logo mais inacessível para a classe média.
Há muitos portugueses que ainda conseguem ir férias no verão e “a crise está a afetar mais as classes média e baixa”.
A tendência é referida pelo presidente do Turismo do Algarve, António Pina, que salienta ainda a vinda de mais turistas britânicos.
Preços de saldo ajudam à enchente
Preços mais baixos, promoções de serviços e “facilidades” como o SPA ou as diárias com meia pensão, para captar clientes, são estratégias dos hoteleiros que possibilitam uma semana de férias com cerca de 350 euros (dormida e meia pensão) nalgumas das estâncias turísticas de referência algarvias.
Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, confirma " um cenário de aumento das taxas de ocupação que serão de 100% na segunda quinzena deste mês e nas semanas de agosto", salientando que o Algarve "é um destino de férias para todas as carteiras", com preços muito variáveis, mesmo na oferta de cinco estrelas.
Para este dirigente associativo o mercado britânico voltou a subir, com muitos dos turistas a preferirem a calma do Algarve a destinos marcados pela instabilidade social e política.
Portugueses e britânicos surgem assim como os mais importantes para a ocupação hoteleira, reeditando a procura tradicional do Algarve.
Fora destas contas e estatísticas ficam milhares de visitantes nacionais e estrangeiros, em especial do Reino Unido e Irlanda, para quem a casa de amigos, ou o aluguer de apartamentos privados é a opção de alojamento.
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