AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Saloios de Sintra


(imagem: Nuno e Miguel Gaspar, Um passeio de Cintra até ao mar)

Gente de significativa importância na evolução deste território - fixemo-nos exclusivamente em Sintra – afirma-se ter o vocábulo “saloio” origem árabe e significar “habitante do campo”. Os citadinos encaravam os saloios de forma pouco lisonjeira, tendo o termo vindo a ganhar sentido depreciativo.
Em inícios do século passado – e por vivência pessoal atrever-me-ia tornar a constatação mais abrangente do ponto de vista temporal – os saloios tinham um modo de vida específico, visível nos hábitos, linguagem, vestuário e alimentação. Sendo muito laboriosos, eram ainda marcas comuns o seu sentido comunitário e o apego à terra.
Alguns estudiosos retratam-nos como gente rude e teimosa, muito agarrada aos bens materiais, imagem que parece conferir sentido à expressão "esperteza saloia".
Sobre os saloios, escreve Rui Oliveira:
Só no Romantismo oitocentista a cultura dos saloios […] merece alguma atenção. O exotismo, a singularidade de costumes não passaram despercebidos aos estrangeiros e portugueses em trânsito por Sintra. Porém, nem todos os olhares foram pelo caminho da descoberta e compreensão da cultura saloia.
Da longa aculturação sofrida pelas populações sintrenses tardo-romanas e moçárabes, por um lado, e mouriscas, por outro, germinou [esta] cultura […].

http://www.selene-culturasdesintra.com/
Como conclusão, deixaria duas notas soltas: as memórias nítidas de, na década de sessenta, se comprar na casa paterna, fruta e legumes transportados por saloias de lenço e avental que tocavam à sineta do portão e uma outra, quase anedótica, ouvida a alguém que há cerca de uma década trabalhou temporariamente na região sintrense. Dizia-me a pessoa em questão «não acho graça às pessoas daqui, se ao menos ainda andassem de barrete e se deslocassem de burro»… Quanto à última observação, limitei-me a conter o riso...
pub por Teresa
Rua dos dias que voam

Sem comentários: