O SEM NOME
Um homem que tem nome e não tem nome
Numa terra qualquer, que não é sua,
Nuns dias a comer, noutros, com fome,
Esmolando o dia-a-dia em cada rua,
Numa busca incessante, que o consome,
Que o faz ser quem não é, que o desvirtua,
Que o leva a não saber que rumo tome
Na estrada que a miséria tornou crua…
Esse homem que partiu, talvez não volte…
Talvez essa miséria nunca o solte,
Talvez a fome o leve um destes dias,
Talvez seja mais um dos que, à partida,
Arriscaram – quem sabe? – a própria vida
Por causa do tal excesso em que vivias…
Maria João Brito de Sousa
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