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sexta-feira, 1 de julho de 2011

FAMÍLIA DE ANGÉLICO SUSPEITA DE SABOTAGEM

Angélico tinha o cinto de segurança posto no momento do acidente, na madrugada de sábado, na A1. Ao contrário do que foi dito pela GNR, o cantor e actor da TVI não foi projectado da viatura, tendo de ser desencarcerado. «O primeiro bombeiro que chegou ao local garante que Angélico levava cinto de segurança», disse ao SOL Manuel Neto, comandante dos bombeiros de Santa Maria da Feira, explicando que o dispositivo teve mesmo de ser «cortado para desencarcerar» o músico.
Quando os meios de emergência chegaram ao quilómetro 258 da auto-estrada do Norte, encontraram Angélico Vieira «sentado, prostrado e inconsciente», ao volante do BMW cabrio série 6. «Nem se movimentou», comenta Manuel Neto.
Ao lado de Angélico, seguia Hugo Pinto, também com cinto posto. No banco de trás, estava Hélio Van Dunem – que foi mortalmente atropelado, depois de ter sido projectado da viatura – e Armanda Leite, jovem de 17 anos que continua internada com prognóstico reservado. Nenhum deles tinha cinto de segurança.
Pneu não foi causa do acidente
O ex-D’ZRT perdeu muita massa encefálica, por causa da violência do embate, e ficou com a cervical partida em três sítios. O facto de ter 1,88 m de altura não ajudou. «Num descapotável com capota de lona, a cabeça fica muito desprotegida. Mais ainda, se se for muito alto», explica João Dias, investigador do Instituto Superior Técnico.
«A teoria de que o despiste foi provocado por um pneu rebentado não faz sentido», sublinha o engenheiro mecânico, uma vez que o autómovel dispunha da tecnologia run flat – um mecanismo que permite que o pneu, mesmo furado, continue a rolar.
Para João Dias, um cenário possível seria o de «os parafusos da roda estarem mal apertados e terem-se soltado». Mas essa é uma possibilidade que considera pouco provável, já que «isso provocaria enormes vibrações, que levariam o condutor a abrandar».
Ao que o SOL apurou, algumas testemunhas que circulavam naquela via garantem que o BMW seguia a alta velocidade. E essa é uma das causas prováveis do despiste.
A família suspeita, porém, que tenha havido «sabotagem», como disse ao Correio da Manhã um tio de Angélico. A confirmação só poderá, no entanto, ser feita através das perícias que a GNR de Aveiro está a realizar ao veículo e às marcas de derrapagem, para perceber em que estado estava o BMW e a que velocidade ia no momento do acidente. A investigação quer também apurar há quanto tempo estava o carro na posse de Angélico e qual o histórico do veículo – nomeadamente, se tinha inspecções em dia e se já tinha tido outros acidentes.
Na noite do acidente, Angélico tinha estado no Porto. «Esteve no estúdio, onde foi buscar o CD com o tema que ia apresentar no dia seguinte, na festa dos Morangos com Açúcar, em Oeiras», conta Marisa Valente, da Farol – a editora que iria lançar o segundo disco a solo do cantor precisamente no sábado em que se deu o acidente.
Fica por esclarecer se Angélico tinha estado numa festa antes do despiste – que aconteceu por volta das três e meia da madrugada, meia hora após o início da viagem.
Os amigos dizem, porém, que o músico não tinha por hábito exceder-se na bebida. A velocidade era o seu único ponto fraco. «Umas vezes aparecia de Porsche, noutras de BMW. Sempre em carros emprestados», confessa um amigo, que se lembra do cantor como alguém que «gostava de acelerar».
Na madrugada de sábado, ia ao volante de um BMW propriedade do stand Auguscar, em circunstâncias ainda por esclarecer. «Tem-se escrito muita mentira», limitou-se a dizer um funcionário do stand, que remeteu esclarecimentos para mais tarde. «Temos uma relação comercial e de amizade com o Angélico, por isso não vamos falar já para respeitar o luto da família». A mesma fonte alega ainda que, ao contrário do que foi publicado, não seguia no carro «nenhum funcionário do stand».
Pedro Silva, antigo segurança e road-manager dos D’ZRT passou «24 horas por dia, durante três anos» com o cantor que faria 29 anos a 31 de Dezembro. Mas não se lembra de o ter visto conduzir. «A produtora nem autorizava que a banda conduzisse, porque eram muitas horas na estrada». De Angélico, recorda a «simpatia e humildade» com que tratava as fãs. «A dada altura, já as conhecia pelo nome, porque havia pessoas que seguiam os D’ZRT de norte a sul e ele nunca acabava um espectáculo sem ir falar com o público e dar autógrafos».
Uma semana antes de morrer, Angélico Vieira tinha falado com Pedro pela internet. Estava entusiasmado com o disco, que tinha estado a preparar em Miami. «E ficámos de marcar um jantar para juntar os amigos dos D’ZRT».
Na véspera do acidente, tinha descansado a mãe, sempre preocupada com as viagens do filho. «Não te preocupes, que vou cedo para baixo», terão sido as últimas palavras que lhe disse ao telefone.
margarida.davim@sol.ptsonia.graca@sol.pt

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