Barack Obama – Uma pequena carta
Diz você, Barack Obama, do alto da sua arrogância imperial e pretendendo disfarçar a gigantesca, incalculável... e, muito provavelmente, impagável dívida dos EUA, que os EUA não são Portugal. Está carregado de razão!
Deixando de lado umas tantas coisas muito boas que vocês por aí têm, quase todas no campo das artes e da ciência... e para as quais você não contribuiu com rigorosamente nada, na verdade os EUA não são Portugal.
- Portugal tem muitos séculos de História... não nasceu “ontem”.
- Portugal aboliu a escravatura cem anos antes dos EUA.
- Portugal não pratica a iníqua pena de morte, tendo a última execução conhecida, ocorrido há mais de 150 anos.
- Portugal, mesmo com tantas entorses provocadas pelos nossos indígenas adoradores dos EUA, tem um Serviço Nacional de Saúde de que (ainda) se pode orgulhar.
- Portugal, mesmo com tantas entorses provocadas pelos nossos indígenas adoradores dos EUA, ainda tem leis laborais com que a generalidade dos vossos trabalhadores só pode sonhar e uns poucos lutam para conseguir (sindicatos livres, segurança no trabalho, férias pagas, assistência na doença, etc., etc., etc.).
- Portugal, mesmo com tantas entorses provocadas pelos nossos indígenas adoradores dos EUA, ainda tem um sistema político plural.
- Portugal não pergunta aos que o visitam qual a sua ideologia, como condição para os deixar entrar.
- Portugal não promove nem financia o assassínio de dirigentes políticos estrangeiros.
- Portugal não promove, nem financia golpes de estado, para fazer substituir governos legítimos por ditaduras militares.
Na verdade, não fosse a vergonhosa subserviência de alguns, que permitiu a participação de militares portugueses em missões criminosas como as que foram levadas a cabo, por exemplo, no Iraque, para defender os vossos exclusivos interesses... e poderia dizer que Portugal, desde Abril de 1974, nunca mais tinha sido culpado da invasão, da opressão e do assassínio de outros povos... mesmo tendo contribuído para alguns destes crimes cometidos às vossas ordens, apenas com “meia dúzia” de soldados.
Poderia continuar a fazer crescer a lista das nossas diferenças, mas estas poucas linhas são mais do que suficientes para se constatar que, como você bem disse, os EUA não são Portugal.
E ainda bem!
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