Rebekah Brooks libertada sob caução
A ex-directora do jornal britânico News of the World, Rebekah Brooks, foi libertada sob caução na noite de domingo depois de detida e interrogada por mais de 12 horas.
Brooks deve ser ouvida de novo em Outubro (Olivia Harris/Reuters)
“Posso confirmar que (Rebekah Brooks) foi libertada ao início desta noite sob caução até ao final de Outubro”, disse o porta-voz da polícia, David Wilson.
Rebekah Brooks, 43 anos, a editora da News International, braço britânico da News Corporation de Rupert Murdoch, que o magnata dos media conseguiu segurar até sexta-feira no âmbito do agora revelado escândalo das escutas ilegais feitas pelo tablóide do grupo a várias personalidades, era uma das mais influentes mulheres do mundo da comunicação.
Esta detenção é a décima efectuada no quadro da investigação aberta em Janeiro sobre o escândalo das escutas telefónicas praticadas em grande escala pelo tablóide “News of the World” que pertence ao grupo News Corp, de Rupert Murdoch.
O tablóide fechou no passado dia 10 de Julho por causa do escândalo.
Rebekah Brooks foi convocada para ser ouvida na terça-feira pela comissão dos media do Parlamento britânico, juntamente com Rupert Murdoch e o seu filho James, "número três" da News Corp.
Para além da detenção de Rebekah, a última consequência deste escândalo das escutas foi a demissão do chefe da polícia britânica, Paul Stephenson, já aceite pelo mayor de Londres, Boris Johnson. Stephenson demitiu-se por ter contratado como consultor um dos responsáveis do News of the World, Neil Wallis, também ele já ouvido no âmbito deste processo das escutas ilegais.
O jornal terá escutado inúmeros telemóveis de actores, vítimas de crimes e seus familiares e até membros da família real britânica, tem sido revelado.
Jornalista ligado ao escândalo das escutas foi encontrado morto 18.07.2011 - 19:07 Por PÚBLICO
O antigo jornalista do News of the World, Sean Hoare, o primeiro a confirmar publicamente a prática de escutas ilegais no tablóide, foi encontrado morto nesta segunda-feira, em casa. A polícia disse que a morte não era considerada suspeita.
Sean Hoare foi o primeiro a confirmar publicamente a prática de escutas ilegais no tablóide (Foto: Reuters)
Hoare, que se debateu com uma dependência de drogas e álcool que levou ao seu despedimento do jornal, em 2005, foi fonte do The Guardian e do The New York Times durante a investigação aos abusos do tablóide. Foi ouvido pela polícia em Setembro de 2010, tendo fornecido explicações detalhadas sobre os métodos usados para aceder a informação confidencial ou obter a localização das “vítimas” do jornal.
Também insistiu que Andy Coulson, o antigo director do News of the World, cargo que abandonou para se tornar no porta-voz do primeiro-ministro David Cameron, sabia e encorajava o recurso a escutas ilegais.
A morte de Sean Hoare está ainda por esclarecer, mas não é considerada suspeita, segundo as autoridades policiais. O jornalista trabalhou com Andy Coulson no News of the World e no The Sun, o seu despedimento terá estado relacionado com um consumo excessivo de álcool e drogas. Em declarações ao The New York Times, chegou a dizer que as escutas eram uma prática habitual para obter informações e adiantou: "Coulson instigou-me activamente a fazê-lo."
Na semana passada, numa das últimas vezes que se referiu a este escândalo, Hoare adiantou que no News of the World chegaram a ser subornados polícias para que fosse usada tecnologia das autoridades para localizar determinadas pessoas através do sinal dos seus telemóveis.
Segundo um comunicado da polícia, divulgado pelo Guardian, "estão a decorrer investigações sobre esta morte".
Também insistiu que Andy Coulson, o antigo director do News of the World, cargo que abandonou para se tornar no porta-voz do primeiro-ministro David Cameron, sabia e encorajava o recurso a escutas ilegais.
A morte de Sean Hoare está ainda por esclarecer, mas não é considerada suspeita, segundo as autoridades policiais. O jornalista trabalhou com Andy Coulson no News of the World e no The Sun, o seu despedimento terá estado relacionado com um consumo excessivo de álcool e drogas. Em declarações ao The New York Times, chegou a dizer que as escutas eram uma prática habitual para obter informações e adiantou: "Coulson instigou-me activamente a fazê-lo."
Na semana passada, numa das últimas vezes que se referiu a este escândalo, Hoare adiantou que no News of the World chegaram a ser subornados polícias para que fosse usada tecnologia das autoridades para localizar determinadas pessoas através do sinal dos seus telemóveis.
Segundo um comunicado da polícia, divulgado pelo Guardian, "estão a decorrer investigações sobre esta morte".
Comissário da Polícia Metropolitana de Londres demite-se
17.07.2011
O comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Sir Paul Stephenson, demitiu-se hoje do cargo, alegando o seu desconhecimento da “extensão dos abusos” no tablóide News of the World e defendendo a sua “integridade pessoal”, hoje posta em causa numa notícia do Sunday Times, outro dos títulos detido pelo grupo de Rupert Murdoch.
(Foto: Stephen Hird/Reuters)
A actuação da polícia Metropolitana tem sido duramente atacada nas últimas semanas.
Segundo o Sunday Times, Stephenson foi o responsável pela contratação de Neil Wallis, antigo editor do News of the World e um dos suspeitos já detidos no âmbito da investigação às escutas ilegais naquele tablóide, para trabalhar como consultor daquela força policial. O jornal revelou ainda que Stephenson ficou hospedado sem pagar num luxuoso hotel e spa de Champneys, onde Neil Wallis também era consultor, enquanto recuperava de uma cirurgia a uma perna. O hotel desmentiu que a estadia, estimada em 12 mil libras, tivesse sido sugerida por Wallis.
A notícia levou a ministra do Interior, Theresa May, a agendar para esta segunda-feira uma “declaração” ao Parlamento, para condenar – publica e oficialmente – a inaceitável relação de proximidade entre a polícia Metropolitana de Londres e a News International.
O vice primeiro-ministro, Nick Clegg, manifestou hoje a sua extrema preocupação com a reputação e credibilidade da polícia, confrontada não só com estes episódios como com as graves alegações de subornos pagos por repórteres do NoW e outros jornais do grupo a agentes da polícia, incluindo aqueles que asseguram a protecção da rainha.
Escândalo das escutas: Cameron encurta viagem a África e pede reunião no Parlamento
18.07.2011 -
O primeiro-ministro britânico, pressionado pelo cada vez mais avassalador escândalo das escutas, decidiu encurtar uma viagem a África e pediu o prolongamento da sessão legislativa, a fim de poder responder na quarta-feira aos deputados que questionam a sua proximidade ao império mediático de Rupert Murdoch.
Cameron reuniu-se esta manhã com o Presidente sul-africano, Jacob Zuma (Christopher Furlong/Reuters)
"Pedi ao Parlamento para se reunir mais um dia, na quarta-feira, para que eu possa fazer uma outra declaração [sobre o escândalo] e informar os Comuns sobre os últimos desenvolvimentos do inquérito”, anunciou David Cameron, numa conferência de imprensa em Pretória. A África do Sul era a primeira etapa da primeira visita de Cameron à região e que deveria também incluir paragens no Ruanda e Sudão.
A deslocação foi encurtada de quatro para dois dias, passando a incluir apenas uma deslocação à Nigéria, face ao avolumar de um caso que começou com a revelação de que o tablóide "News of the World" interceptou os telefones de vítimas de crimes para um escândalo que obrigou ao encerramento do tablóide, à detenção de vários dos implicados no caso e pôs em evidência as perigosas ligações entre o grupo de Murdoch, a polícia e a classe política britânica.
A altura escolhida para a viagem do primeiro-ministro – que contratou para seu assessor um dos antigos directores do NoW e é amigo pessoal de outra, Rebekah Brooks – foi criticada tanto pela oposição como por deputados conservadores, um dos quais disse que Cameron dava a sensação de “estar a fugir do país”.
Caberá ao líder da Câmara dos Comuns decidir se prolonga, por mais um dia a sessão legislativa, que deveria terminar amanhã, para agendar mais um debate com o primeiro-ministro, tradicionalmente realizados à quarta-feira. Para amanhã, está prevista a audição, no comité de Cultura, Media e Desporto de Rupert e James Murdoch, presidentes da News Corporation e da News International (o braço do grupo de media no Reino Unido). No mesmo dia deverá ser ouvida Rebekah Brooks, directora do NoW entre 2000 e 2003, e que se demitiu sexta-feira do cargo de directora-executiva da News International, tendo sido ouvida ontem, sob detenção, durante várias horas pela polícia.
Além da investigação policial ao caso – que além das escutas ilegais abrange o suborno de polícias – e das audições no Parlamento, o Governo aceitou a realização de um inquérito público independente ao caso, que será liderado por um juiz.
A deslocação foi encurtada de quatro para dois dias, passando a incluir apenas uma deslocação à Nigéria, face ao avolumar de um caso que começou com a revelação de que o tablóide "News of the World" interceptou os telefones de vítimas de crimes para um escândalo que obrigou ao encerramento do tablóide, à detenção de vários dos implicados no caso e pôs em evidência as perigosas ligações entre o grupo de Murdoch, a polícia e a classe política britânica.
A altura escolhida para a viagem do primeiro-ministro – que contratou para seu assessor um dos antigos directores do NoW e é amigo pessoal de outra, Rebekah Brooks – foi criticada tanto pela oposição como por deputados conservadores, um dos quais disse que Cameron dava a sensação de “estar a fugir do país”.
Caberá ao líder da Câmara dos Comuns decidir se prolonga, por mais um dia a sessão legislativa, que deveria terminar amanhã, para agendar mais um debate com o primeiro-ministro, tradicionalmente realizados à quarta-feira. Para amanhã, está prevista a audição, no comité de Cultura, Media e Desporto de Rupert e James Murdoch, presidentes da News Corporation e da News International (o braço do grupo de media no Reino Unido). No mesmo dia deverá ser ouvida Rebekah Brooks, directora do NoW entre 2000 e 2003, e que se demitiu sexta-feira do cargo de directora-executiva da News International, tendo sido ouvida ontem, sob detenção, durante várias horas pela polícia.
Além da investigação policial ao caso – que além das escutas ilegais abrange o suborno de polícias – e das audições no Parlamento, o Governo aceitou a realização de um inquérito público independente ao caso, que será liderado por um juiz.
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