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quarta-feira, 1 de junho de 2011

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA - CLIP COM POEMA - IMAGENS - PEQUENO CONTO

foto de Adolfo Contreiras





Um pai, bem de vida, querendo que seu filho soubesse o que é ser pobre, o levou para passar uns dias com uma família de camponeses. O menino passou dez dias e dez noites vivendo no campo. No carro, voltando para a cidade, o pai perguntou:- Como foi sua experiência?- Boa...- E o que você aprendeu? Insistiu o pai.
O filho respondeu:- Que nós temos um cachorro e eles tem quatro. Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até a metade do nosso quintal, eles tem um rio sem fim, de água cristalina, onde tem peixinhos e outras belezas. Que nós importamos lustres do oriente para iluminar nosso jardim, enquanto eles tem as estrelas e a lua para iluminá-los. Nosso quintal chega até o muro, o deles chega até o horizonte. Nós compramos nossa comida, eles as plantam.
Nós ouvimos CD's...Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos... Tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha sua terra.
Nós usamos microondas, tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do fogão à lenha. Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro e grades, eles vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos. Nós vivemos conectados ao celular, ao computador, à televisão, eles estão "conectados" à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família...

“Corri para o fundo do quintal, ninguém precisava saber que eu estava sofrendo a desilusão de ser filho de pai desempregado e que ia sentir as dores dele e de toda a família. E a tristeza estampada no rosto dele, evitando encarar os filhos de frente, afastando a luz de seus olhos azuis pra lá. Eu não suportaria olhar para os seus olhos azuis cansados pelas frustrações da vida, pelo dissabor de ter nascido e vivido entre pessoas egoístas, indiferentes ao desengano alheio. Os olhos de meu pai parecem sempre molhados por água azul.”
Andreia





O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho, e então o filho terminou:- Obrigado, papai, por ter me ensinado o quanto somos pobres!

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