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terça-feira, 7 de junho de 2011

Numa coisa, pensando bem, tem a "frau" Merkel razão. Na verdade, um trabalhador português passa cerca de 1390 horas (como os alemães) a trabalhar para ganhar a sua vida, com a dificuldade que se conhece. As restantes mais de trezentas, até perfazer as 1719, passam-nas a trabalhar diretamente para os alemães e para os seus bancos.

Terça-feira, 7 de Junho de 2011

Angela Merkel - Regressando à vida real...


Esta mulher é a melhor cara que a Alemanha consegue para se fazer representar. Ter como representante uma figura como Angela Merkel é só por si o retrato do estado a que aquele país chegou. A mulher (e o seu partido) andam de candeias às avessas com o eleitorado, deitando mão a tudo o que lhes possa dar algum “conforto”... nem que tenham que recorrer aos pepinos.
Atendendo ao tipo de eleitorado que a apoia, a direita mais reacionária e que, em boa parte, ainda vive as fantasias alucinadas e nazi-fascistas da “raça superior”, uma cartada que produz sempre algum efeito é o apelo ao mais rasteiro racismo e à xenofobia. Nesta aposta no “ódio aos estrangeiros”, já nem se contentam em odiar os imigrantes que por lá são obrigados a viver e trabalhar. Agora apontam o seu ódio aos estrangeiros, mesmo que eles estejam nos seus países... e sobretudo se forem “do sul”. Para aquele tipo de alemão, os países “do sul” são lugares que servem apenas para se apanhar algum sol durante as férias ou a reforma... e que deviam ser habitados apenas por gente que lhes confecionasse as refeições, fizesse as camas dos hotéis e lhes fosse levar bebidas frescas às esplanadas (e alguns miúdos aos quartos).
Daí esta necessidade doentia de marrarem nos trabalhadores dos países do sul. “São gente que trabalha pouco, são gente que tem feriados a mais, são gente que tem férias a mais, são gente que se reforma mais cedo.”
Já se tinha visto que tudo isso é mentira; fossem os feriados, fossem as férias, fosse a idade da reforma. Agora, para reforçar a ideia, chega mais um estudo que mostra a diferença (entre outras coisas) do volume de horas de trabalho anuais dos trabalhadores alemães e dos tais europeus “do sul”. Resultado: os alemães trabalham visivelmente menos que todos esses “mandriões”.
Os vários números são claros, mas deixo aqui apenas a diferença das horas de trabalho médio anual de um alemão, 1390 horas, e um trabalhador português, 1719 horas.
Numa coisa, pensando bem, tem a "frau" Merkel razão. Na verdade, um trabalhador português passa cerca de 1390 horas (como os alemães) a trabalhar para ganhar a sua vida, com a dificuldade que se conhece. As restantes mais de trezentas, até perfazer as 1719, passam-nas a trabalhar diretamente para os alemães e para os seus bancos.
E temos, desgraçadamente, governantes que gostam disso! Governantes que tudo fizeram para que assim seja, que tudo farão para que assim continue!

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