Quarta-feira, 8 de Junho de 2011
A montanha pariu mais um “rating”
Já todos estamos (ou deveríamos estar) cientes de que esta farsa dos “ratings” é um esquema de ladrões, montado pelos donos dos grandes bancos mundiais e especuladores financeiros, para roubar tudo aquilo que seja possível roubar aos cidadãos de todo o mundo... até que não haja mais para roubar.
Já se viu que, cumprindo ordens desses ladrões especuladores, que vivem dos juros que cobram aos bancos de menor dimensão e aos países em dificuldades, estas agências de “ratings” não hesitam em lançar na miséria e na fome tantos milhões de seres humanos, quantos forem necessários para satisfazer o apetite dos seus “clientes”.
Assim, vão sucessivamente baixando o “rating” do país... o que a seguir faz com que seja “necessário” baixar o “rating” das maiores empresas e instituições bancárias desse país, por causa das maiores dificuldades... do país, sendo que, semanas mais tarde, é óbvio que a maior fragilidade das empresas os “obriga” a desvalorizar novamente o “rating” do país...
Neste carrossel de saque desavergonhado há apenas uma coisa que sobe: os juros que os países e as empresas têm que pagar para se poderem financiar nos “mercados”. E, claro, como temos visto ultimamente, nunca deixa de haver dinheiro para emprestar, sendo mesmo obscena a encenação da sempre apregoada “grande dificuldade” que o país terá para se financiar na próxima vez que for aos "mercados"... logo seguida de leilões de dívida pública em que a procura de compra dessa dívida por parte dos “emprestadores” excede em muito as necessidades de empréstimo... tal é o lucro destas operações.
Toda esta (grande) introdução serviu apenas para nos fazer chegar à estória de hoje. A Moody’s, uma das tais agências que não se tem calado com a necessidade de impor medidas de austeridade na nossa economia, recorrendo à sucessiva depreciação dos “ratings” da República Portuguesa como forma de chantagem para obrigar à adoção dessas medidas, mesmo sabendo que são medidas e políticas que levam à recessão... veio agora baixar o "rating" da Portugal Telecom. Porque, justificam, a recessão e as previsíveis dificuldades económicas crescentes dos clientes da PT, representarão uma quebra no negócio da empresa, que por isso passará a valer menos...
Mais uma vez, isto vem demonstrar que fazer as vontades às “troikas” não é forma de as combater. O grande capital não abrandará o ritmo do roubo, por mais que esteja a tomar o lugar no governo um primeiro-ministro que jure ser ainda mais lacaio e mais fiel no cumprimento das suas ordens do que o seu antecessor. Por mais que prometa “ir ainda mais longe” do que lhe é exigido.
A única forma de sair deste ciclo infernal não é tentar “acalmar os mercados”, mas sim fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para lhes partir os dentes!
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