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quinta-feira, 16 de junho de 2011

A HISTÓRIA DO TEATRO LETHES FARO ALGARVE


livro sobre o teatro Lethes

História do teatro Lethes

Lethes (designação de um mítico rio, cujas águas tinham o poder mágico de apagar da lembrança das almas os reveses e as agruras da vida).
Emblema do Teatro Lethes
O edifício que hoje se designa por Teatro Lethes começou por ser um colégio de Jesuítas - Colégio de Santiago Maior, fundado pelo então Bispo do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas, «para ali ensinarem as letras, cuja licença lhes foi concedida por Carta d´El Rei D. Filippe datada em Madrid a 8 de Fevereiro de 1599,...».
Em 1759, confiscados os bens e banida do país e dos domínios ultramarinos a Companhia de Jesus, o Colégio de Santiago Maior encerrou as suas portas. Com a ocupação das tropas napoleónicas comandadas pelo General Junot, as instalações do antigo Colégio foram devassadas e profanadas para aí alojarem os seus soldados.
Anos mais tarde, em 1843, foi o Colégio arrematado em hasta pública pelo Dr. Lazaro Doglioni, médico italiano, de grande sensibilidade artística, que manifestara publicamente a sua intenção de construir em Faro um teatro à semelhança do S. Carlos de Lisboa.
As obras de restauro e adaptação da antiga igreja a teatro prolongaram-se até à primavera de 1845. No lugar do altar-mor ficava a "Sala Verde" do teatro e no coro da Igreja que se situava junto à frontaria, erigiu-se o respectivo palco. A sala do teatro Lethes possuía apenas a plateia e duas galerias de camarotes.
A inauguração do teatro efectuou-se a 4 de Abril de 1845, associando-se às comemorações do aniversário da Rainha D. Maria II.
Após a morte de Dr. Lázaro Doglioni os seus bens foram legados ao sobrinho Dr. Justino Cúmano, notável clínico, grande benemérito e protector das artes. A ele se ficou a dever a fama que o Teatro Lethes granjeou, não só no Algarve como em todo o país. Na década de 1860 ampliou as capacidades do teatro para 621 espectadores. Mandou construir uma caixa de ressonância abobadada, ampliou a plateia para 215 espectadores, aumentou de duas para quatro ordens de camarotes repartidas por 51 compartimentos com seis lugares cada e uma varanda com capacidade para 100 pessoas.
Para o bom funcionamento do teatro constituiu-se uma autêntica equipa, na qual se incluía a orquestra e vários outros elementos ligados aos bastidores do espaço cénico.
A 11 de Setembro de 1898 exibia-se pela primeira vez em Faro o chamado animatógrafo, tendo-se então instalado no Teatro Lethes por ser o mais amplo e distinto espaço cultural da cidade.
Em 1901 a sala foi encerrada e em 1906 iniciam-se obras de restauro, sob a orientação de João Coelho Pereira Matos e do pintor José Filipe Porfírio, concluindo-se os trabalhos a 21 de Abril de 1908. O teatro reabriu, possuindo uma acústica perfeita, confortável plateia, quatro ordens de camarotes, com varandins de ferro forjado, tectos pintados representando cenas de música e um pano de boca com magnífica paisagem bucólica, tudo da autoria de José Filipe Porfírio. A iluminação passou a ser feita por um sistema especial em acetileno.
O declínio dos espectáculos e consequentemente da sala começa em 1920, encerrando-se o teatro em 1925.
Em 1951 a família Cúmano vendeu o imóvel à Cruz Vermelha Portuguesa, em cuja posse ainda se mantém.
De 1972 a 1993 na Ala Sul do edifício funcionou a escola de música da Associação do Conservatório Regional do Algarve.
(Boletim Informativo "O Teatro Amador no Algarve" editado pela Delegação Regional do Sul da S.E.C. em 1987 - O TEATRO LETHES - Breve apontamento histórico por José Carlos Vilhena Mesquita)
A sala do Teatro Lethes encontra-se cedida por protocolo à Delegação Regional do Algarve do Ministério da Cultura e na Ala Norte restaurada e adaptada em 1991 funcionam os serviços regionais do Ministério da Cultura.
Nos anos de 1990 a 1993, a Delegação Regional da Cultura equipou a sala de espectáculos com um sistema de refrigeração e substituiu algum equipamento de palco e procedeu à substituição dos tecidos e alcatifas, bem como ao restauro das madeiras e ferragens.
O teatro esteve até final de 1998 com uma programação regular.
Detectada a necessidade de se proceder a uma consolidação estrutural em abóbadas de cobertura e paredes, no final desse ano, a Delegação Regional decidiu encerrar a sala de espectáculo.
Em Março de 1999 iniciaram-se os trabalhos de diagnóstico de "patologias" do edifício, cujos relatórios especializados possibilitaram a realização das obras de consolidação e restauro, concluídas em Maio de 2001


TEATRO LETHES - FARO

BREVE HISTÓRIA
Para os naturais de Faro, ou para aqueles que residem nesta cidade, o Teatro Lethes é um espaço sobejamente conhecido de todos, no entanto, para os que nunca visitaram a capital do Algarve, ou, para os que o fizeram de uma forma rápida e superficial, é provável que não tivessem tido o privilégio de visitar este magnífico edifício e de nele assistir a um qualquer espectáculo teatral ou musical e muito menos conhecer um pouco da sua história.
Tudo começou em 1599, quando em Faro foram restauradas umas casas antigas, que serviram para instalar um Colégio e uma Igreja da Companhia de Jesus, que permaneceu naquele local até 1773.
A partir de 1779 essas mesmas casas passaram a ser habitação dos Padres Marianos ou Carmelitas Descalços.
Mas, por volta do ano de 1804, numa terrível noite de tempestade, naufragou ao largo da costa algarvia um navio veneziano onde viajava um jovem médico de Veneza, de seu nome LÁZARO DOGLIONI, que se deslocava a Inglaterra para aprofundar os seus estudos.
Na sequência desse naufrágio, os sobreviventes foram entregues ao Cônsul de Veneza na cidade de Faro, e, durante a convalescença, o jovem Lázaro Doglioni tornou-se amigo de um dos mais ilustres habitantes da cidade (Guilherme B. Crispim), por cuja filha, Maria, se interessou, tanto mais que esta jovem era herdeira de uma das maiores fortunas do Reino.
Apesar da discordância da família da noiva, e depois de várias peripécias, o casamento foi consentido, pelo que, de um momento para o outro, Lázaro Doglioni  passou a dispor daquela enorme fortuna, o que lhe permitiu dedicar-se ao fomento das artes. Como era amante de música e de ópera, decidiu criar em Faro um teatro destinado a esse fim, de modo a poder rodear-se do ambiente boémio semelhante ao da sua terra natal (Veneza).
Assim, em 1843, adquiriu, em hasta pública, o referido edifício e de imediato deu início às obras de transformação e restauro, as quais duraram até 1845, ano em que o Teatro Lethes foi inaugurado.

LETHES é a designação de mítico rio, cujas águas tinham o poder mágico de apagar da lembrança das almas, os reveses e as agruras da vida.

Tendo como modelos o Scala em Milão e o São Carlos em Lisboa, a capela passa a sala de espectáculos, para estranheza da população local que não esperaria tal transformação.

No entanto, o resultado final é encantador e Faro ganhou um teatro com um palco e uma plateia delicadamente trabalhados, com capacidade para quinhentos espectadores e com duas ordens de camarotes.

O seu promotor quis ainda deixar à vista de todos a máxima latina MONET OBLECTANDO, que significa: – "Instruir Divertindo", que mandou inscrever no frontão exterior do edifício.

O Teatro Lethes é uma autêntica jóia arquitectónica da cidade de Faro e uma relíquia que deve ser preservada e promovida com a arte que ali se representa


 

Teatro Lethes


Fachada do Teatro Lethes
O Teatro Lethes é um edifício notável, situado em Faro.Originalmente construído, em 1605, como Colégio de São Tiago Maior da Companhia de Jesus, foi fundado pelo então Bispo do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas. Em 1759, confiscados os bens e banida do país e dos domínios ultramarinos a Companhia de Jesus, o Colégio de Santiago Maior encerrou as suas portas. Com as invasões francesas comandadas pelo General Junot, as instalações do antigo Colégio foram devassadas e profanadas para aí alojarem os seus soldados.
Em 1843 Lázaro Doglioni[1], médico italiano, de grande sensibilidade artística, que manifestara publicamente a sua intenção de construir em Faro um teatro à semelhança do Teatro de São Carlos, em Lisboa, adquire-o em hasta pública. Depois de remodelado, foi inaugurado a 4 de Abril de 1845, por ocasião do aniversário da Rainha D. Maria II. Foi-lhe dado o nome de Lethes (designação de um mítico rio, cujas águas tinham o poder mágico de apagar da lembrança das almas os reveses e as agruras da vida) como símbolo do apaziguamento desejado após a Guerra Civil que correspondeu às Lutas Liberais (1828-1834). A inscrição latina na fachada do edifício, "monet oblectando", poderá ser traduzida por "instruir, divertindo", salientando assim as preocupações culturais do promotor da construção desta sala de espectáculos.
Herdado pelo sobrinho de Lázaro Doglioni, o Dr. Justino Cúmano, notável clínico, grande benemérito e protector das artes, o edifício sofreu ampliações por volta de 1860, de forma a receber mais espectadores. Em virtude de ser um espaço amplo e distinto na cidade, em 11 de Setembro de 1898 funcionou nele o primeiro animatógrafo em Faro.
No início do séc. XX veio a sofrer novas remodelações tendo em vista melhorar as condições de espectáculo. Contudo, o declínio do espaço enquanto sala de espectáculos inicia-se na década de 20, culminado com o seu encerramento em 1925.
Em 1951 a família Cúmano vende o edifício à Cruz Vermelha Portuguesa, em cuja posse ainda se mantém.
Sucessivamente sujeito a obras de recuperação, o Teatro Lethes, sendo actualmente propriedade da Cruz Vermelha Portuguesa, é gerido, na sua vertente de sala de espectáculos, pela empresa municipal Teatro Municipal de Faro, EM.

5 comentários:

José Gonçalves Cravinho disse...

Prezado amigo e comprovinciano António Garrochinho,daqui da distante Holanda onde resido desde 1964 e já velhote,90 anos de idade,quero agradecer-vos por estas belas páginas de Desenvolturas e Desacatos, e neste caso o historial do Teatro Lethes de Faro,cuja história eu desconhecia.Eu só me lembro,passando na rua,da fachada exterior do edifício com a legenda Monet Oblectando (Ensina brincando).

Sónia D'Aço disse...

Boa tarde, estou a realizar uma curta-metragem onde envolve a história do Teatro Lethes. Queria pedir-lhe autorização para usar a informação que colocou no seu blog, sobre o Teatro. Seria possível? Muito obrigada

Garrochinho disse...

sim Sónia pode utilizar à vontade. nalguns espaços da publicação e por falha do google tem que passar o mouse por cima para poder ler o que lá se encontra. FElicidades

Unknown disse...

Bom dia, estou a fazer um Documentário sobre a história do Teatro Lethes, posso utilizar a sua informação?

Garrochinho disse...

sim ! pode :)