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quinta-feira, 16 de junho de 2011

ENTRUDO DE SANGUE

Parei na montra do mini-mercado
juntei-me á criança encantada
os meus olhos descobriram
as máscaras, as serpentinas
pistolas de água, confetis, bigodes
coisa variada
varinhas mágicas, coroas
despropositadas narinas
caras medonhas, monstros
ferida não cicatrizada
martelos, apitos, bichos
e imitações de consola meninas
réplicas de rostos de certos figurões
fantochada
colarinhos de padre, boinas militares
hábitos de freiras beniditinas

perguntei ao menino
onde está o Bush, o Blair, o Durão ?
fugiram da montra ! disse o menino
apontando a cara de um assassino
e continuou olhando aquela passarel de ilusão

António Garrochinho

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