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sábado, 18 de junho de 2011

COBRADOR, BANQUEIRO, EX GESTOR DA MEDIS ETC. PARA MAIS TARDE RECORDAR !!!

O banqueiro, ex-cobrador de impostos bem-sucedido e ex-gestor da marca de seguros de saúde Médis está agora à frente do colossal ministério. É um dos sub-50 deste governo: nasceu em 1963 e licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas no ISEG. O nome de Paulo Macedo ficou conhecido quando em 2004 se tornou director-geral dos Impostos, a convite de Manuela Ferreira Leite, então ministra das Finanças de Durão Barroso. A polémica surgiu depois: o salário de Macedo (cerca de 21 mil euros brutos) ultrapassava em muito o do Presidente da República. Em 2005, o governo PS faz publicar uma lei que proibiu na função pública ordenados superiores ao de primeiro-ministro (cerca de 5360 euros, quatro vezes menos). Passado algum tempo, em 2007, Macedo pediu a demissão.

Actual administrador do Banco Comercial Português, Paulo Macedo foi também vice-presidente do conselho de administração de várias empresas ligadas ao grupo BCP, entre as quais os seguros de saúde Médis, que administrou entre 2001 e 2004. O seu conhecimento profundo do mundo dos seguros é a única relação com o sector que se lhe conhece. Se essa parte do currículo profissional de Paulo Macedo vai servir para diminuir os gastos do Serviço Nacional de Saúde, favorecendo a opção pelos seguros de saúde privados, desconhece-se - mas, evidentemente, a suspeita já está a ser invocada à esquerda. No entanto, a nomeação de Paulo Macedo foi festejada por todas as corporações da saúde: do bastonário da Ordem do Médicos (que, não obstante, preferia um médico) ao bastonário dos Enfermeiros e ao presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro.

Recentemente, Paulo Macedo participou num debate sobre a crise do euro e a entrada do FMI e foi cauteloso quanto baste. Estava longe de ser um advogado do recurso ao FMI e lembrou à assistência que era preciso ter em conta que "os défices dos países periféricos são o superavit dos países ricos". "A solução tem de ser europeia", disse.

Registe-se também que, na sequência do processo Face Oculta, Paulo Macedo veio defender Armando Vara, então vice-presidente do BCP, afirmando que ninguém estava em condições de "pôr em causa a idoneidade" de Vara. "Não conhecia o doutor Armando Vara, trabalhei com ele 20 meses, não tenho qualquer aspecto de desabono durante esse tempo. Só tenho a salientar o empenho de Armando Vara, a motivação ao colegas, aos colaboradores e o estímulo que ele deu", disse Paulo Macedo.

A. S. L.

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