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O concurso lançado pela Irlanda oferece aos médicos 2.750 euros brutos numa semana em que trabalhem de segunda a sexta-feira, no horário diurno.
Caso os médicos realizem, entre quarta-feira e domingo, os turnos da noite, recebem 3.500 euros brutos por essa semana de trabalho.
Se fizerem os turnos da noite entre sexta-feira e domingo, recebem 2.160 euros brutos apenas por esse fim de semana.
Caso os médicos realizem, entre quarta-feira e domingo, os turnos da noite, recebem 3.500 euros brutos por essa semana de trabalho.
Se fizerem os turnos da noite entre sexta-feira e domingo, recebem 2.160 euros brutos apenas por esse fim de semana.
A oferta foi divulgada esta semana na bolsa de emprego da Ordem dos Médicos
Para que se possam candidatar, os médicos devem ter um mínimo de dois anos de experiência a tempo inteiro em Medicina Geral e Familiar e têm de registar-se na Ordem dos Médicos da Irlanda. Devem ainda possuir um nível adequado da língua inglesa.
A oferta garante aos médicos um “coordenador pessoal” que os apoiará durante todo o processo de integração, disponibilizando ainda orientação clínica no centro de saúde em que ficarem colocados.
A Locumotion, agência irlandesa de recrutamento na área da medicina e que lançou esta oferta, vai estar presente na feira de emprego ExpoMedics, que irá realizar-se já este fim de semana em Lisboa e no Porto.
Galiza oferece mais de 60 mil euros
O Serviço Galego de Saúde tinha também esta semana anunciado a abertura de um concurso destinado a médicos de família e pediatras portugueses, oferecendo-lhes uma retribuição anual bruta de 61.500 euros, o que significa aproximadamente 4.390 euros mensais.
Em Portugal, um médico em início de carreira recebe cerca de 28 mil euros brutos por ano, o correspondente a dois mil euros por mês.
A Ordem dos Médicos já se mostrou preocupada com a eventual emigração de clínicos numa altura em que Portugal tem quase 700 mil utentes sem médico de família. A região de Lisboa e Vale do Tejo é a mais afetada.
O bastonário da Ordem, Miguel Guimarães, declarou na quinta-feira compreender a motivação dos médicos que escolhem emigrar e acusa o Ministério da Saúde de nada fazer para garantir que os profissionais portugueses optem por trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Isto é absolutamente lamentável e, nesse tipo de condições, é difícil que depois não haja falta de pediatras, médicos de família, anestesiologistas, dermatologistas e por aí adiante”, defendeu.
“Olhar para as soluções”
Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), admite que é “uma satisfação ter o reconhecimento de outros países pelos médicos portugueses” e pela formação médica que se realiza no país.
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O presidente da APMFG admite que Portugal “dificilmente” conseguirá, algum dia, igualar ofertas como as que esta semana foram realizadas pela Irlanda e pela Galiza, e por essa razão o país deve começar a “olhar para as soluções” que façam frente a esta concorrência.
Rui Nogueira relembrou que o Governo propôs criar, este ano, 20 novas unidades de saúde familiar, o que é “manifestamente pouco”, pois o país precisa de duzentas.
“Não damos condições”, diz BE
Catarina Martins frisou, esta sexta-feira, a necessidade de dar mais condições aos médicos portugueses para evitar a emigração dos mesmos.
“Se nós não damos condições aos médicos que formamos em Portugal, é muito natural que eles vão para outros países”, declarou.
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Para evitar este cenário, a líder do Bloco de Esquerda estabeleceu duas prioridades “muito claras”. A primeira é a abertura, já este ano, de um concurso extraordinário para dar acesso à especialidade aos médicos que se estão a formar, visto que o ano passado 700 médicos ficaram de fora.
A segunda é a garantia de uma Lei de Bases da Saúde que seja forte e “que possa proteger o Serviço Nacional de Saúde e dar-lhe mais capacidade”, incentivando, assim os médicos portugueses a trabalhar no país.
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