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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Já não vai haver ponte entre o Barreiro e o Seixal. Ficava cara




www.dn.pt



O Barreiro desistiu da construção da ponte ciclável e pedonal entre esta cidade e o Seixal que estava prevista num protocolo assinado desde 2017. O investimento camarário vai ser direcionado para a construção de uma rotunda junto ao terminal dos barcos que fazem a ligação a Lisboa para o aumento de espaço para peões e área verde junto a esta estação e à construção de uma ciclovia.


A decisão foi tomada na madrugada desta terça-feira na reunião do executivo barreirense com cinco votos a favor (os eleitos pelo PS, que lidera a câmara, e do PSD) e o voto contra dos quatro representantes da CDU. 

Numa declaração a que o DN teve acesso, o presidente da autarquia, Frederico Rosa (PS) garantiu que a decisão já tinha sido comunicada à Câmara do Seixal.


O projeto da ponte pedonal e ciclável cuja construção ficou prevista num protocolo assinado entre as duas autarquias em março de 2017 foi chumbado pela Administração do Porto de Lisboa que exigiu um aumento do vão da infraestrutura de 40 para 60 metros na ligação de 800 metros entre as duas margens. 

Esta estrutura iria possibilitar a ida de uma cidade à outra sem a necessidade de percorrer os 13 quilómetros que as liga por estrada e iria surgir na zona do Rio Coina onde até 1969 existia uma ponte que permitia a ligação ferroviária entre as duas margens e que foi interrompida depois de o navio Alger embater na estrutura.
A concretização da mudança do projeto exigida pela APL iria aumentar em dois milhões de euros um investimento que inicialmente era de quatro milhões e que estava inserido no Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável, contando com o apoio de fundos comunitários.


Este aumento de custos foi um dos argumentos evocados pelos autarcas do Barreiro, que já defendiam uma ligação rodoviária em vez de apenas ciclável e pedonal, para adiar a iniciativa. "Aquando do final deste processo [parecer da Administração do Porto de Lisboa], ficou para nós claro, que a ponte tinha 2 milhões a mais do que aquilo que era o projeto inicial de 4 milhões de euros a dividir pelas duas autarquias, tendo nós a sensação e a certeza de que para além dos 800 mil euros que existiam de esforço para a autarquia, esta derrapagem da obra, iria originar mais 1 milhão de euros de encargos para o município", explicou na reunião o vereador responsável pelo pelouro do ambiente e mobilidade da autarquia.


Frisando não ser "contra o projeto [da ponte]" Rui Braga apresentou uma alternativa de investimento das verbas já destinadas para a ligação Barreiro-Seixal, alternativa que, frisou, cumpre os parâmetros da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. A proposta consiste "na criação de uma ciclovia que liga a existente no Polis à Avenida Miguel Pais, ao mesmo tempo que levamos a cabo a construção de uma rotunda em frente ao terminal dos barcos na Avenida da Liberdade, com todas as vantagens que isso tem, ao nível do espaço pedonal e do aumento de espaço verde".


O vereador garante a "taxa de esforço é a que estava enquadrada no primeiro projeto da ponte, cerca de 860 mil euros e direciona este investimento para uma situação que consideramos crucial para o Barreiro em termos de mobilidade e que irá resolver um problema há muito identificado por todos".


Rui Braga adiantou ainda ver "mais vantagens neste projeto de 2 milhões de euros implementado para o ano, resolvendo um problema aos barreirenses, ajudando definitivamente os TCB [Transportes Coletivos do Barreiro], emitindo menos carbono para a atmosfera, do que a construção de uma ponte pedonal e ciclável no valor de seis milhões de euros".


Na declaração de voto a que o DN teve acesso, o presidente da autarquia, Frederico Rosa, salienta que devido à "derrapagem do custa de obra a cargo do Município do Barreiro superior a 100% (de sensivelmente 850 mil euros para um milhão e 850 mil euros aproximadamente) antes de a mesma sair do papel; Previsíveis aumentos do custo de mão-de-obra que faz prever que a derrapagem ainda se acentue mais; é minha opção redirecionar os fundos comunitários e o esforço financeiro original da autarquia a solução de mobilidade (rodoviária e mobilidade suave) na zona da Recosta de acesso ao terminal Rodo-ferro-fluvial, resolvendo um problema que afeta milhares de barreirenses todos os dias, aumentando a eficiência dos nossos transportes públicos e diminuindo a emissão de carbono para a atmosfera, por oposição a uma solução com custos elevados que permitiria ir a pé e de bicicleta para o Seixal".

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