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| As minhocas são um exemplo dos vermes. |
VAMOS DESCOBRIR...
OS DIFERENTES TIPOS DE VERMES
Um interessante exemplo da adaptação dos diferentes grupos de vermes aos respectivos ambientes é o que se refere ao deslocamento do corpo. A locomoção dos diversos grupos de vermes envolveu o surgimento de estratégias específicas para cada um deles. Os anelídeos apresentam um mecanismo locomotor que difere daquele verificado em platelmintos e nematelmintos.Conhecer a disposição da musculatura na parede do corpo, associada à ação de outras estruturas, auxilia a compreensão das estratégias locomotoras dos animais. Como comparação, vamos fazer uma breve descrição de como se deslocam a minhoca, a planária e a lombriga.
As minhocas
Os movimentos da minhoca são resultantes da ação coordenada da musculatura corporal, das cerdas e do líquido celomático, sob o comando do sistema nervoso simples deste animal.
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| Figura 3. Uma minhoca em meio a terra. |
A musculatura encontra-se abaixo da epiderme e consta de duas camadas: uma circular externa e outra interna, longitudinal. Essas duas camadas trabalham de maneira antagônica, gerando ondas peristálticasde contração que resultam no deslocamento da minhoca. Quando uma contrai, a outra relaxa e vice-versa (veja na Figura 3). A contração da musculatura circular diminui o diâmetro do segmento e comprime o líquido celomático. Nesse momento, está relaxada a musculatura longitudinal. Em seguida, o líquido celomático é forçado a se espalhar em direção às extremidades do segmento, provocando o seu alongamento.
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| Figura 3. Locomoção na minhoca. Ondas de contração peristálticas e ação das cerdas possibilitam o movimento. |
O inverso acontece quando se contrai a musculatura longitudinal e se relaxa a circular. Nesse caso, o líquido celomático exerce pressão na parede e o diâmetro do segmento aumenta. A locomoção é iniciada pela extremidade anterior da minhoca. A musculatura circular dos segmentos dessa região se contrai e as cerdas se retraem, isto é, a extremidade anterior fica livre.
Por outro lado, as cerdas dos demais segmentos estão protraídas e fixadas às partículas do solo. A seguir, contrai-se a musculatura longitudinal dos segmentos anteriores e se relaxa a circular. Essa região se alonga ao máximo. As cerdas protraem e prendem a minhoca ao solo. Em seguida, são as cerdas dos segmentos seguintes que se retraem, sua musculatura circular se contrai e a longitudinal se relaxa, impulsionando o corpo da minhoca para a frente.
Por outro lado, as cerdas dos demais segmentos estão protraídas e fixadas às partículas do solo. A seguir, contrai-se a musculatura longitudinal dos segmentos anteriores e se relaxa a circular. Essa região se alonga ao máximo. As cerdas protraem e prendem a minhoca ao solo. Em seguida, são as cerdas dos segmentos seguintes que se retraem, sua musculatura circular se contrai e a longitudinal se relaxa, impulsionando o corpo da minhoca para a frente.
A planária
Na planária, a musculatura lisa é disposta em três camadas, abaixo da epiderme: uma circular externa, outra diagonal e, a terceira camada, longitudinal.
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| Figura 4. Planária-cabeça-de-martelo. |
As fibras dorsoventrais também participam da locomoção, embora não sejam componentes da parede corporal (veja na Figura 5).
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| Figura 5. Locomoção na planária. A ação da musculatura corporal juntamente com os cílios promovem o deslocamento lento do animal pelo substrato. Fonte da imagem: slideplayer. |
O deslocamento resulta da contração peristáltica desses grupos musculares. A ação dos cílios localizados na epiderme ventral complementa o equipalomático, uma vez que os platelmintos são acelomados.
As lombrigas
Na lombriga, a musculatura corporal apresenta características totalmente diferentes. As fibras dispõem-se em apenas uma camada longitudinal abaixo da epiderme e organizam uma estrutura peculiar. Cada fibra emite um prolongamento em direção ao nervo longitudinal correspondente, de modo que acabam se formando quatro quadrantes de musculatura corporal (veja na Figura 6).
| Figura 6. A disposição da musculatura longitudinal na lombriga é responsável pelo enrolamento típico do animal. Fonte da imagem: biologiaparaloirasemorenas. |
A contração das fibras origina um movimento ondulatório que conduz a dobramentos do corpo no sentido longitudinal. Nesse movimento, o líquido existente no pseudoceloma é comprimido. A rigidez da cutícula garante a manutenção da forma corporal durante o movimento.
Em outros nematelmintos é essencial a existência de pelo menos um pequeno filme de água no qual possa se executar a locomoção, o mesmo ocorrendo nos que vivem no solo. Nestes, os movimentos ondulatórios provocam deslizamentos do animal ao longo do substrato. Retirados do meio em que se encontram, movem-se de modo semelhante a um chicote.
Em outros nematelmintos é essencial a existência de pelo menos um pequeno filme de água no qual possa se executar a locomoção, o mesmo ocorrendo nos que vivem no solo. Nestes, os movimentos ondulatórios provocam deslizamentos do animal ao longo do substrato. Retirados do meio em que se encontram, movem-se de modo semelhante a um chicote.
Referências
UZUNIAN, Armênio; BIRNER, Ernesto. Biologia 2. Editora Harbra. Prêmio Jabuti, 2002. The Festivus, 30(4):45-46,1999.Para finalizar veja um vídeo do canal Kinapse Vestibulares, sobre Zoologia - Anelídeos:
http://www.bioorbis.org





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