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sábado, 29 de dezembro de 2018

As adaptações locomotoras dos vermes


 https://www.bioorbis.org/2018/12/adaptacao-locomocao-vermes.html
As minhocas são um exemplo dos vermes. 

VAMOS DESCOBRIR...

OS DIFERENTES TIPOS DE VERMES


Um interessante exemplo da adaptação dos diferentes grupos de vermes aos respectivos ambientes é o que se refere ao deslocamento do corpo. A locomoção dos diversos grupos de vermes envolveu o surgimento de estratégias específicas para cada um deles. Os anelídeos apresentam um mecanismo locomotor que difere daquele verificado em platelmintos e nematelmintos.

Conhecer a disposição da musculatura na parede do corpo, associada à ação de outras estruturas, auxilia a compreensão das estratégias locomotoras dos animais. Como comparação, vamos fazer uma breve descrição de como se deslocam a minhoca, a planária e a lombriga.

As minhocas


Os movimentos da minhoca são resultantes da ação coordenada da musculatura corporal, das cerdas e do líquido celomático, sob o comando do sistema nervoso simples deste animal.

minhoca-terra
Figura 3. Uma minhoca em meio a terra.

A musculatura encontra-se abaixo da epiderme e consta de duas camadas: uma circular externa e outra interna, longitudinal. Essas duas camadas trabalham de maneira antagônica, gerando ondas peristálticasde contração que resultam no deslocamento da minhoca. Quando uma contrai, a outra relaxa e vice-versa (veja na Figura 3). A contração da musculatura circular diminui o diâmetro do segmento e comprime o líquido celomático. Nesse momento, está relaxada a musculatura longitudinal. Em seguida, o líquido celomático é forçado a se espalhar em direção às extremidades do segmento, provocando o seu alongamento. 

locomoção-minhocas
Figura 3. Locomoção na minhoca. Ondas de contração peristálticas e ação das cerdas possibilitam o movimento.

O inverso acontece quando se contrai a musculatura longitudinal e se relaxa a circular. Nesse caso, o líquido celomático exerce pressão na parede e o diâmetro do segmento aumenta. A locomoção é iniciada pela extremidade anterior da minhoca. A musculatura circular dos segmentos dessa região se contrai e as cerdas se retraem, isto é, a extremidade anterior fica livre. 


Por outro lado, as cerdas dos demais segmentos estão protraídas e fixadas às partículas do solo. A seguir, contrai-se a musculatura longitudinal dos segmentos anteriores e se relaxa a circular. Essa região se alonga ao máximo. As cerdas protraem e prendem a minhoca ao solo. Em seguida, são as cerdas dos segmentos seguintes que se retraem, sua musculatura circular se contrai e a longitudinal se relaxa, impulsionando o corpo da minhoca para a frente.

A planária


Na planária, a musculatura lisa é disposta em três camadas, abaixo da epiderme: uma circular externa, outra diagonal e, a terceira camada, longitudinal

planária-cabeça-de-martelo
Figura 4. Planária-cabeça-de-martelo. 

As fibras dorsoventrais também participam da locomoção, embora não sejam componentes da parede corporal (veja na Figura 5). 

Epiderme-planária
Figura 5. Locomoção na planária. A ação da musculatura corporal juntamente com os cílios promovem o deslocamento lento do animal pelo substrato. Fonte da imagem: slideplayer.

O deslocamento resulta da contração peristáltica desses grupos musculares. A ação dos cílios localizados na epiderme ventral complementa o equipalomático, uma vez que os platelmintos são acelomados.

As lombrigas


Na lombriga, a musculatura corporal apresenta características totalmente diferentes. As fibras dispõem-se em apenas uma camada longitudinal abaixo da epiderme e organizam uma estrutura peculiar. Cada fibra emite um prolongamento em direção ao nervo longitudinal correspondente, de modo que acabam se formando quatro quadrantes de musculatura corporal (veja na Figura 6).

lombriga-anatomia
Figura 6. A disposição da musculatura longitudinal na lombriga é responsável pelo enrolamento típico do animal. Fonte da imagem: biologiaparaloirasemorenas.

A contração das fibras origina um movimento ondulatório que conduz a dobramentos do corpo no sentido longitudinal. Nesse movimento, o líquido existente no pseudoceloma é comprimido. A rigidez da cutícula garante a manutenção da forma corporal durante o movimento.


Em outros nematelmintos é essencial a existência de pelo menos um pequeno filme de água no qual possa se executar a locomoção, o mesmo ocorrendo nos que vivem no solo. Nestes, os movimentos ondulatórios provocam deslizamentos do animal ao longo do substrato. Retirados do meio em que se encontram, movem-se de modo semelhante a um chicote.

Referências
UZUNIAN, Armênio; BIRNER, Ernesto. Biologia 2. Editora Harbra. Prêmio Jabuti, 2002. The Festivus, 30(4):45-46,1999.

Para finalizar veja um vídeo do canal Kinapse Vestibulares, sobre Zoologia - Anelídeos:



 
http://www.bioorbis.org

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