Numa acção realizada esta quinta-feira em Faro, o Sindicato da Hotelaria do Algarve
(CGTP-IN) denunciou a degradação das condições de trabalho no sector e exigiu melhores salários para os trabalhadores.
Dirigentes, delegados e activistas sindicais percorreram as ruas da baixa de Faro esta quinta-feira, tendo distribuído um comunicado aos trabalhadores e outro aos clientes e população em geral.
A acção visou aprofundar o esclarecimento «sobre a situação contraditória que se [regista] no sector, onde, por um lado, se verifica um crescimento dos proveitos e dos lucros das empresas e, por outro, os salários e o poder compra dos trabalhadores diminuem e as condições de trabalho se degradam», revela a organização sindical numa nota.
A iniciativa terminou em frente à sede da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), onde, indica a mesma fonte, foi aprovada e entregue uma moção à associação patronal, «que se recusa a aceitar as propostas do sindicato para 2019».
O Sindicato da Hotelaria do Algarve, que denuncia a «degradação das condições de trabalho, nomeadamente com o aumento da desregulação dos horários de trabalho, que põe em causa a conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar dos trabalhadores», fez um apelo à sindicalização, ao reforço da organização dos trabalhadores e à intensificação da luta reivindicativa nos locais de trabalho, em defesa do «aumento dos salários» e da «melhoria das condições de trabalho e de vida».
Hotelaria algarvia bate «recordes sucessivos», mas não a aumentar salários
No sector do Turismo, particularmente no Algarve, «verifica-se uma situação contraditória, em que, por um lado, assistimos aos recordes sucessivos e, por outro, à diminuição dos salários e à degradação das condições de trabalho e de vida de milhares de trabalhadores, numa região cada vez mais dependente desta actividade», referiu uma fonte sindical ao Barlavento.
Se os proveitos da actividade turística no Algarve «subiram de cerca de 610 milhões de euros, em 2013, para mais de 1032 milhões, em 2017», no mesmo período, «o salário médio deste sector registou uma diminuição acentuada, enquanto a precariedade alastrou de forma exponencial, atingindo actualmente a maioria dos trabalhadores».
«Por mais que a queiram esconder, esta é a dura realidade para os milhares de trabalhadores deste sector – baixos salários, precariedade, repressão, desemprego, empobrecimento», indica a mesma fonte.
Neste contexto, o sindicato valoriza as «muitas lutas que se travaram e continuam a travar nas empresas e nas ruas pela melhoria dos salários e em defesa dos direitos, na sua maioria com importantes ganhos para os trabalhadores».
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