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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

CIVILIZAÇÃO SOVIÉTICA (I) - Guilherme Antunes in facebook




CIVILIZAÇÃO SOVIÉTICA (I)
A ideia do novo é sempre um obstáculo de enorme dificuldade em fazer o seu caminho progressista e de melhor perspectiva social, em função do colectivo de povos a que se destina.
É, mais do que qualquer outro tema, o que aconteceu, perante a Humanidade, à grande Revolução Soviética de Outubro e à sua consolidação, inequivocamente, testemunhada em moldes amoráveis, de uma riqueza humanista jamais alcançada pelo Homem.
A base desta afirmação não é ideológica, nem analítica. Não é sentida por razões de sensibilidade à flor da pele ou por cristandades nazarenas de deslocalização geográfica. Assenta, exclusivamente, na evidência da documentação existente sobre os factos. E o resultado dessa constatação é historicamente inultrapassável.
Talvez o indício publicamente mais definitivo da traição “perestroicada” tivesse ocorrido, em 1989, com a eleição do Soviete Supremo da URSS, em que são varridos praticamente os operários e os camponeses. Uma escumalha elitista ascendia, destacada. Eram cientistas, funcionários, "neo"-jornalistas, etc, todos eles “democráticos” qb.
De seguida a hiena georgiana dos Negócios Estrangeiros “glasnostizado” vendeu em saldo o seu poderoso país ao manicómio imperial, assim que assinou a permissão do tio Sam manter um arsenal nuclear de 11 mil ogivas contra, apenas, 6 mil da URSS.
O festim anti-comunista dos principais dirigentes traidores do PCUS e do Estado soviético fez-se sentir "livremente" quando se inverteu a lógica do investimento socialista através dos poderosos recursos estatais dos sovkozes e dos kolkhozes na sua imensa maioria, para a criminosa opção ideológica de exacerbar o consumo (capitalista) a qualquer preço.
A “modernidade” liberalizadora dos preços obteve rapidamente a consequência elementar da destruição do mercado interno, apesar de a produção aumentar ciclo após ciclo. Tudo se passou a poder exportar, comprando as mercadorias a níveis paupérrimos para os revender no estrangeiro a 50, 500 ou 1.000 vezes mais, atingindo velozmente o sacrossanto mercado internacional e o “legítimo” lucro das mais-valias roubados ao povo soviético.
(…) O primeiro saldo negativo registou-se em 1990, quando as importações ultrapassaram as exportações em 10 mil milhões de rublos.
(…) A evolução do défice orçamental foi igualmente rápida. De 13,9 mil milhões de rublos em 1985, passou-se para 41,4 mil milhões em 1990. Nos primeiros 9 meses de 1991 atingiu-se os 89 mil milhões.
(…) Até 1989, não existia qualquer défice. Nesse ano foi registado um superavit de 3,9 mil milhões de rublos. Porém, a situação inverteu-se subitamente. Logo em 1990, o défice orçamental cifrou-se em 29 mil milhões de rublos. Em 1991, alcançava os 109,3 mil milhões de rublos.
(…) Como a venda livre de álcool foi drasticamente reduzida, em seu lugar surgiu uma florescente «indústria» clandestina que, segundo se estima, terá atingido, em 1987, uma produção de 140 a 150 milhões de decalitros, sobre os quais o Estado deixou de arrecadar impostos.
(…) As reservas de ouro, que no início da perestróika eram constituídas por 2 mil toneladas, caíram para 200 toneladas em 1991. A dívida externa, antes praticamente inexistente, atingiu em 1991 cerca de 120 mil milhões de dólares.
Brevíssimas notas de, mesmo com erros internos, estarmos em 1985 perante um desenvolvimento inigualável durante o percurso soviético, após alguma recuperação, insuficiente, da demência ideológica do “clown” anti-soviético pós-Stalin.

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