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domingo, 4 de fevereiro de 2018

PCP defende combate à seca com pequenas barragens

Nesta sexta-feira, à margem do debate «A seca na região Alentejo - consequências e caminhos», realizado na Universidade de Évora, o líder parlamentar do PCP defendeu a criação de pequenas barragens como forma de reter a água da pouca chuva que cai.

O interior do Alentejo é a região mais afectada pela seca 
O deputado João Oliveira, eleito pelo PCP, defendeu ontem a criação de linhas de apoio directo aos agricultores para a construção de pequenas barragens, considerando as medidas do Governo contra a seca «muito aquém das necessidades».
«Uma das medidas que devia ser considerada prioritária, de resto à semelhança daquilo que aconteceu na seca de 2002, é a criação linhas de apoio directo, não de linhas de crédito, aos agricultores para a construção de pequenas barragens», afirmou.
Segundo João Oliveira, a construção de pequenas barragens permitiria «reter à superfície a água da pouca chuva que cai, pelo menos, para o abeberamento do gado e rega de culturas que ainda possam ser salvas». 
Esta medida permitiria «não apenas minorar alguns dos problemas que estão já criados» aos agricultores, como também dar «uma resposta que pudesse aproveitar a pouca água que venha a cair nos próximos meses», de momento desperdiçada, pois não há capacidade de reter.

Resposta do Governo é insuficiente

Questionado pela Lusa sobre a eficácia das medidas anunciadas pelo Governo, o deputado do PCP eleito por Évora considerou que «são respostas que ficam muito aquém das necessidades, nomeadamente na resposta imediata aos produtores e criadores de gado».
«Apesar do anúncio que o Governo foi fazendo de medidas, a verdade é que as medidas que têm sido tomadas não foram suficientes», defendeu, referindo que «antecipações de ajudas sempre se fez e não é nada de extraordinário em ano de seca».
João Oliveira deu como exemplo os agricultores de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, que «esgotaram em Dezembro passado» as reservas de alimentação para o gado que tinham para dois anos, sublinhando que «não são com as medidas anunciadas que se consegue recuperar esta situação».
«São precisas medidas mais adequadas e isso exige abertura do ponto de vista orçamental», avisou o deputado, lembrando que o PCP já apresentou iniciativas parlamentares sobre esta matéria.

Municípios alentejanos sem capacidade

Na sessão, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou que são necessários 80 milhões de euros para renovar a rede de abastecimento de água em baixa, que está sob gestão dos 14 municípios do distrito para reduzir as perdas.
«É um valor muito significativo que os orçamentos municipais nem do distrito de Évora, nem de outro distrito qualquer, têm capacidade para suportar», frisou, indicando que será necessário «recorrer a financiamento externo aos municípios».
O autarca notou ainda que existem «poucas verbas» no programa Portugal 2020 para alguns projetos nesta área, lamentando que os governos, tanto o anterior do PSD e do CDS-PP como o actual do PS, procurem «pressionar os municípios para entregarem as redes em baixa a gestão não municipal».

www.abrilabril.pt

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