A empresa de reciclagem Bracicla estacionou em frente à Câmara de Amares, nas últimas três noites, todos os camiões que têm de arrancar antes das oito horas da manhã, para evitar a detenção dos motoristas.
Em causa os limites à circulação, fixados pela Câmara de Amares, das 8 às 20 horas, no local onde está instalado o estaleiro, que funciona entre as sete e as 22 horas. Protestos dos vizinhos estão há origem da fixação destes horários, após confirmação judicial.
"A agravar este imbróglio, recebemos uma comunicação da GNR a informar que, a partir de agora, em vez de multarem os nossos condutores irão detê-los por alegados crimes de desobediência, o que nos revoltou a todos, a mim e aos nossos trabalhadores", disse ao JN o proprietário da Bragacicla.
"Temos mais de três mil euros de coimas aplicadas nas imediações da nossa empresa pela GNR de Amares", disse António Veloso. Apesar de ser aplicado o montante mínimo, de 24,96 euros, o valor em causa "diz bem do elevado número de multas que tem a Bragacicla".
"Esta situação provoca-nos diariamente problemas de logística. Arrasta-se desde 2015, quando nos instalamos em Amares com as licenças da Câmara Municipal para um terreno industrial que adquirimos", disse António Veloso. "É insustentável, estão a estrangular uma empresa com 40 trabalhadores", diz o empresário.
A empresa, que "fatura acima de dois milhões de euros por ano e está a crescer 35%, em média, anualmente", tinha previsto investir mais três milhões de euros, além dos cinco investidos inicialmente. "Tivemos de parar, em função deste impasse quando pretendíamos inclusivamente contratar mais trabalhadores", lamentou António Veloso.
"Estamos a crescer e só queremos trabalhar, mas a Câmara de Amares, que prometeu um acesso alternativo até ao final de 2017, não resolve este problema", disse António Veloso, acusando a autarquia de não cumprir o que prometeu.
Câmara confirma acesso alternativo
A Câmara Municipal de Amares confirmou que está a estudar uma via alternativa para o imbróglio, mas que, para já, lhe resta apenas cumprir a lei. "Existe uma decisão judicial a confirmar um horário que se quer agora colocar em causa e antes de haver alternativas", disse ao JN o presidente da autarquia, Manuel Moreira.
O autarca salienta "compreender a posição do empresário, assim como a dos moradores", por isso pretende "criar um novo acesso para as instalações da empresa" e resolver o imbróglio.
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