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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

MÚSICA PARA TODOS OS GOSTOS ESPECIALMENTE ROCK - VÍDEOS - Os maravilhosos samples obscuros que Moby usou em seu disco “Play”, de 1999 - O musical que o Coldplay fez baseado em Game of Thrones com participação dos atores da saga - The Smoggers, de Sevilha, mostram que a cena de garage punk da Espanha está viva e fazendo barulho

Londrinas do Colour Me Wednesday contam mais sobre seu indie rock DIY feminista e “livre de homens”

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Colour Me Wednesday se define em sua página do Facebook como “FEMINIST LEFT-WING ETC. DIY PUNK AND INDIE AND POP FROM WEST LONDON”. O DIY é ao pé da letra: para distribuir seu primeiro EP, as membras da banda criaram as capas dos CDs com pedaços de caixas de cereal matinal e pararam de produzir assim que a demanda passou dos limites do estoque de Sucrilhos que elas tinham em casa.
O grupo é formado pelas irmãs Harriet (guitarra, voz) e Jennifer Doveton (guitarra), junto com Carmela Pietrangelo (baixo). Depois de passarem por algumas formações em que o baterista era homem, o trio está procurando a baterista perfeita para uma formação só com garotas (segundo as redes sociais da banda, hoje em dia quem assume as baquetas é uma garota chamada Lizzie). As garotas, fãs de gatinhos, dançar sóbrias e “Buffy, a Caça-Vampiros”, conversaram comigo sobre a atitude Do It Yourself da banda, o indie rock dos dias de hoje e músicas saindo de vaginas:
– Como a banda começou?
Harriet: Eu gosto bastante de Juliana Hatfield e queria aprender a tocar guitarra como ela quando eu tinha 17 anos. Acabei fazendo música com algumas amigas minhas, mas não tínhamos uma vocalista e eu tinha muito medo de cantar. Na época ia acontecer uma “batalha de bandas” na região e nós queríamos muito entrar. Por sorte, Jen tinha acabado de começar a cantar na frente de pessoas, então juntamos forças e começamos o Colour Me Wednesday. Isso foi anos antes de a Carmela entrar na banda.
– Como surgiu o nome Colour Me Wednesday?
Harriet: Basicamente pegamos palavras de um chapéu e inventamos o significado depois! (Risos)
– Quais são suas influências musicais?
Jen: Juliana HatfieldBillie PiperDestiny’s Child.
Harriet: Quando começamos a banda, estávamos ouvindo bastante bandas como Lemuria e Sky Larkin também. Guitarras realmente inspiradoras.
Carmela: Provavelmente PJ HarveyPoguesSuzanne Vega.
– Me contem um pouco sobre o que vocês já lançaram.
Jen: Tivemos um EP de amostra em que fizemos a capa de cada um à mão com caixas de cereais. Em pouco tempo a demanda online cresceu e não conseguimos continuar, então começamos a trabalhar em um álbum, que acabamos lançando em 2013 com o nome “I Thought It Was Morning“.
Harriet: Lançado pela Discount Horse Records.
Jen: No ano passado a banda Spoonboy, de Washington, nos chamou para fazer um split pois estávamos em tour com eles. Tínhamos 5 faixas e trabalhamos nelas, gravando tudo em casa (como todas nossas músicas) e esse disco saiu no verão passado! Tentamos sempre co-lançar tudo em nosso próprio selo, “Dovetown”, também.
Carmela: Estamos escrevendo músicas novas e trabalhando em nosso segundo disco. O primeiro tinha várias músicas antigas, então o segundo provavelmente terá um estilo um pouco diferente, mais próximos do que temos no split com o Spoonboy.
1970909_10151937528013053_239069328_n– Como você acha que o Youtube e a internet em geral ajudam a promover novas bandas e fazer com que fiquem conhecidas por todo o mundo?
Jen: Bom, as gravadores já estão no marca-passo. É cada vez mais difícil conseguir um contrato com um selo, especialmente se sua banda é de garotas, o que é visto como um nicho. Eu gosto da ideia de que online, se você trabalhar duro, produzir um monte de coisas e tornar tudo isso disponível você pode se beneficiar. Enquanto isso, as rádios e a indústria musical continuam sendo sobre quem você conhece e quem você paga ao invés de quão duro você trabalha ou quanto talento você tem.
Carmela: Tem gente que paga para ter mais visualizações e curtidas, mas ainda tem maneiras de se fazer disponível na internet sem pagar. Porque você se direciona às pessoas que querem te ouvir.
– Como é seu processo criativo?
Harriet: Livre de homens. Músicas saindo de vaginas.
Jennifer: Não sei… Cada música é diferente e tem um processo diferente. Quando uma de nós tem uma música nova, trazemos para a mesa e todos trabalhamos nela, talvez gravamos uma demo…
– Se vocês pudessem fazer uma cover de QUALQUER música, qual seria?
Harriet: Toda a trilha de “Nashville”.
Jen: Nós PODEMOS fazer cover de qualquer música. Quem disse que não podemos? (Risos)
Harriet: Recentemente fizemos uma cover de “I Fall To Pieces” da Patsy Cline.
Jen: Bom, acho que teriam algumas músicas que acharíamos muito difíceis…
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– Como vocês definem o som da banda?
Carmela: Umm, rock político dos 90’s. Tem bastante guitarras dos 90’s no meio.
Harriet: Indie pop punk de aquecer o coração com harmonias importantes.
Jen: Otimista, mas triste.
– O que vocês acham das músicas que são lançadas hoje em dia?
Harriet: Eu estava mesmo falando do indie mainstream um dia desses, na verdade, porque estávamos ouvindo a banda de um amigo nosso chamada Mammoth Penguins e isso me fez pensar. Uma das músicas deles, “When I Was Your Age”, é um hino indie épico e é melhor que metade das coisas que você ouve na XFM ou rádios rock por aí. Porém, não será tão popular quanto aquelas boy bands horríveis. Apesar disso, eu gosto de um monte de músicas pop que são lançadas.
Jen: Sim, eu não acredito em ser preciosista sobre música. Eu ouçoestações de rádios pop e qualquer outra coisa. É óbvio um monte de coisa é criada para ganhar dinheiro rápido, mas um monte de gente acha essas músicas realmente cativantes e amam dançar com elas, então não podem ser tão ruim assim!
Carmela: Bem, eu acho que estou ouvindo qualquer coisa que eu quiser. Eu gosto de um monte de pop mainstream, mas, apesar disso, um monte de que eu ouço além disso é de pessoas que conheço pessoalmente. O que é uma coisa bacana agora – é acessível. Tem um monte de indie rock que eu não me incomodo em escutar agora, em vez disso prefiro um monte de bandas com quem já tocamos.
– Onde vocês gostariam de ver sua carreira em 10 anos?
Harriet: Disco de platina. (Risos) Nah, apenas apreciadas e com pessoas colecionando nossos discos e entusiasmados com nossas letras e o que queremos dizer. Isso está acontecendo em parte agora, queremos mais disso.
Jen: Poder fazer tours pelo mundo e nos bancarmos. Conhecer mais e mais músicos que possamos ajudar e trazer para nossa comunidade.
Harriet: Assim você faz a gente parecer um culto.
Carmela: Sim, ter tempo para escrever mais e criar coisas de que realmente nos faz orgulhosas. E continuar nos desafiando musicalmente. E poder fazer mais turnês, visitar novos lugares e tocar com um monte de gente diferente! Em 10 anos, espero que nosso som cresça ainda mais e seja um pouco diferente, para que saibamos que não ficamos no mesmo lugar.
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– Quais são os próximos passos do Colour Me Wednesday?
Carmela: Álbum 2. Formação só com garotas.
Jen: Queremos organizar mais shows. Levar a Dovetown mais fundo.
Carmela: Fazer mais gravações com a Dovetown e lançar nosso disco por ela. Levar pra frente.
Harriet: Colour Me Wednesday e The Tuts vão tomar conta.
– Pra finalizar, me digam quais bandas chamaram sua atenção recentemente.
Harriet: Bully, é ótimo.
JenAllison Crutchfield.
Harriet: Ouvi uma música no Rookie Mag outro dia de uma banda chamada Shunkan e achei ótima. Girl Pool também. E Go Violets são legais. Não tenho certeza quão novas essas bandas são, na verdade.
Carmela: Okinawa Picture Show – São uma banda completa agora. Muito boa.
Ouça o disco “I Thought It Was Morning” completo aqui:




Os maravilhosos samples obscuros que Moby usou em seu disco “Play”, de 1999

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Em 1999, Moby lançou seu elogiado disco “Play”, o quinto de sua carreira. O álbum chamou a atenção por ter todas as canções licenciadas pelo artista para utilização em comerciais e trilhas sonoras. Ou seja: Moby dominou as paradas e aparecia inclusive nos intervalos comerciais.
Vale a pena garimpar atrás dos samples que Moby usou nas músicas. Muitos deles saem diretamente de gravações antigas e obscuras de soul, blues, gospel e jazz.
“Natural Blues”, lançado como single em 2000 acompanhado por um divertido clipe em animação, foi um dos maiores hits do disco.
Vera Hall gravou “Trouble So Hard” em 1959 no disco “Sounds of The South”. Nascida em 1902 no Alabama, Vera era uma cantora de Folk que cresceu em Livingston e ganhou exposição nos anos 30 com sua voz poderosa.
Já “Bodyrock”, hit que virou single em 1999 e apareceu até em trilha de Fifa Soccer, veio do finalzinho de “Love Rap”, de 1980, de Spoonie Gee and The Treacherous Three. Você ouve a letra aos 5:32 da música.
“Find My Baby”, último single do disco, foi lançado em fevereiro de 2001, com um clipe cheio de bebês superstars.
A voz do hit veio de “Boy Blue”, um blues incrível de Joe Lee’s Rock, lançado em 1959 pela Atlantic Records.
O mega-hit deprê “Why Does My Heart Feels So Bad” saiu em novembro de 1999 e fez sucesso com mais um clipe de animação que conquistou os espectadores da Mtv.
De onde veio a voz calejada e cheia de dor? The Banks Brothers and The Greater Harvest Back Home Choir, em “He’ll Roll Your Burdens Away”, lançada em 1963. Mesmo a voz “de mulher” que rola na música do Moby vem dessa música, em uma versão com o pitch alterado.
A colaboração com Gwen Stefani “South Side” saiu em 2000 e difere um pouco do restante do álbum, se aproximando mais de um single pop.
A bateria da música vem do The Counts. Você pode ouví-la na música “What’s Up Front That Counts”, de 1971 (aos 6:40):



O musical que o Coldplay fez baseado em Game of Thrones com participação dos atores da saga

Você pode até odiar o Coldplay, mas se é fã de Game of Thrones, vai aplaudir de pé a incursão do grupo inglês pelos sete reinos criados por George R.R. Martin. Não dá pra negar que o grupo é fã de GoT: o baterista Will Champion inclusive fez figuração no fatídico Red Wedding. Aqui está ele:
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O “musical” baseado na obra conta com os atores da série da HBO cantando músicas hilárias baseadas em seus personagens, com Emilia Clarke mandando “Rastafarian Targaryen”, um reggae baseado na KhaleesiNikolaj Coster-Waldau (Jamie Lannister) cantando “Closer To Home”, uma ode à sua família incestuosa, e Kit Harington, o Jon Snow, cantando uma versão de “Wild Thing” do The Troggs, transformada em “Wildling” e dedicada à Igritte (R.I.P.)
A coisa toda é uma sketch de comédia elaborada para o Red Nose Day, uma ação da rede de TV NBC para acabar com a pobreza infantil. O vídeo abaixo de 12 minutos é um espetáculo para os fãs da série, com várias canções hilariantes inspirados no mundo de Westeros. Além disso, Liam Neeson é o narrador!
Veja aqui algumas das músicas em versões mais completas. Como a que Peter Dinklage comemora a sobrevivência de Tyrion Lannister e relembra as várias mortes que já rolaram na série:





The Smoggers, de Sevilha, mostram que a cena de garage punk da Espanha está viva e fazendo barulho

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Formada em 2008 e com sede em Sevilha, na Espanha, The Smoggers é uma das novas bandas mais bacanas na cena garage espanhola. O quarteto chamou a atenção dos fãs do rock underground com um som que puxa para o garage punk cheio de fuzz dos anos 60, com influências notáveis de Sonics e 13th Floor Elevators em seu som.
A banda conta com Fernando Smogger nos vocais, guitarras e gaita, Gusti Smogger no baixo e Ana Smogger na bateria e vocais de apoio. O guitarrista Jesús Smogger, que participou de todas as gravações até o momento, saiu da banda há alguns meses e o trio procura por um novo membro para completar sua formação. Alguém aí conhece um bom guitarrista espanhol com o pé enfiado no fuzz?
Conversei com Fernando sobre a carreira da banda, a cena de garage da Espanha e o mundo pop:
– Como a banda começou?
A banda foi formada em uma pequena vila ao sul da Espanha quando AnaJesús e eu conversávamos sempre sobre garage punk e a cena do rock and roll underground. Entao, decidimos formar uma banda de garagem porque pensamos que era o momento certo para este projeto, já que em Andalusia não existem garage bands. Gusti entrou como nosso baixista depois!
– Você pode me falar um pouco da cena espanhola de garage?
Sim, lógico. Entre as décadas de 80 e 90, a cena garageira espanhola era apenas formada apenas por algumas poucas bandas legais. Mais ou menos 15 anos atrás, esta cena começou a fazer barulho na Europa e nos Estados Unidos com muitas bandas incríveis como Wau y los ArrrghsMoonstonesHollywood SinnersAspiradorasPhantom Keys e muitas outras…
– Quais são as principais influências da banda?
Amamos os garage punk original dos 60’s como The SonicsWailersSwamp RatsElectras e também grandes compilações como Back From The Grave, mas na verdade acho que a influência mais importante para o som do The Smoggers são bandas dos anos 80 e 90 de garage como The FuzztonesGruesomesGravedigger VMiracle WorkersCynicsChesterfield KingsPrimatesLust-O-RamaMummiesMakers ou Billy Childish. Na verdade, também amamos The BrandedThe Satelliters e Staggers, por exemplo!
– Me conte um pouco sobre a discografia do The Smoggers.
No momento, nossa discografia consiste em dois 10 inches de 2010 (“Smoggin’your Mind” e “Chinese Food”, ambos pela Clifford Records, que assinou com a banda), alguns EP’s (“A day with you” pela Grit Records“Shame on You” e “Breaking your Boots with The Smoggers” pela KOTJ Records e Ghost Highway Recordings e um 7″ Split Smoggers/Fadeaways pela gravadora de Nova York Chickpea Records) e, finalmente, temos nosso primeiro álbum 12″ chamado “Join The Riot” lançado pela Clifford Records que foi relançado no último verão! Alguns desses discos estão esgotados, algo muito importante para uma banda pequena como o Smoggers! Além disso, temos alguns novos projetos que lançaremos em breve. Nosso segundo guitarrista não participará, já que saiu da banda alguns meses atrás… mas não se preocupem, freaks: The Smoggers continuará com um novo músico!
A capa de "Join The Riot", primeiro disco da banda.
A capa de “Join The Riot”, primeiro disco da banda.
– Como é o processo criativo de vocês?
Nossos dois guitarristas e vocalista criam a melodia básica e as letras e depois fechamos as músicas quando ensaiamos as novas melodias todos juntos! Lógico que toda a banda dá o seu pitaco para finalizar as músicas e elas ficarem bacanas. Agora, sem Jesus na banda, tentarei colocar todo meu esforço no processo. Eu adoro escrever e sempre tenho a ajuda de Ana Smogger e Gusti para criar novas músicas!
– O mundo está ficando mais pop e menos rock? 
Sobre isso, quero dizer… The Smoggers não toca pop, nós odiamos a porra do pop, amamos o Rock and Roll e o Garage Punk dos anos 60!
– Quais são os maiores desafios de ser uma banda independente hoje em dia?
Sem dúvidas, a coisa mais importante é ter uma identidade real como banda e então estar pronto para gravar e tocar sempre, de novo e de novo. É impossível para bandas do underground terem um destino bacana sem fazer desta forma!
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– Onde você gostaria de ver os Smoggers em 10 anos?
Gostaríamos de estar tocando em alguns festivais em que não tocamos ainda! Temos muita gente apoiando e muitos fãs, mas ainda não temos os contatos necessários para isso! De qualquer forma, estamos orgulhosos da forma que as coisas estão acontecendo e seria incrível que em 10 anos alguém compre um de nossos discos em alguma cidade do mundo e ele ou ela diga “Cara! Yeah! Esses The Smoggers são ótimos, um som bem garage punk dos 60’s!”
– Se você pudesse chamar qualquer músico para participar em uma música dos Smoggers, quem seria?
(Risos) Essa pergunta é sensacional! Ligaríamos para Leighton Koizumi, Craig do Chesterfield KingsRudi Protrudi, talvez Wild Evel também e, é claro, seria incrível tocar com Billy Childish!
– Alguma banda chamou a atenção de vocês recentemente?
Ultimamente eu prestei atenção em bandas como The Routes (do Japão), Scumbugs (da Noruega), além do The FourteensThe Mongrelettes (da Grécia) e muitas outras!
Ouça o disco “Join The Riot” aqui:

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