A barba é algo que parece simples e sem muitas histórias, mas ela passou por muitas transformações e culturas desde que o homem descobriu no período paleolítico que era possível remover os pelos com lascas de pedras, isso há cerca de trinta mil anos atrás.
A nossa viagem no tempo começa em uma época muito famosa. O Egito Antigo. Os fios no rosto eram considerados sinônimos de posse entre os homens desta sociedade. Quanto mais propriedades eles tinham, maiores eram seus pelos.
Alguns homens tinham tanta barba que raspavam toda a cabeça e trançavam seus longos fios em torno da cabeça para mostrar que eram detentores de muitos bens materiais. Por outro lado, os sacerdotes raspavam todos os pelos do corpo para se distanciarem das coisas mundanas e dos instintos animais. Isso era uma ato de aproximação dos deuses.
Em outra sociedade bem famosa, a Roma Antiga, é onde surgiu pela primeira vez o conceito de higienização para fazer a barba. Os homens não usavam os pelos no rosto e inventaram duas coisas extremamente úteis: o creme de barbear, na época feito com base na oliva, e as barbearias.
Assim como entre os sacerdotes egípcios, os pelos faciais estavam relacionados a motivos religiosos entre os romanos. O adolescente não poderia remover nenhum pelo de seu corpo até atingir a fase adulta. Esse ponto era considerado um ritual de passagem. O jovem rapaz removia todos os fios de seus corpo como um ato de oferta aos deuses.
Já na Grécia, a ideia a respeito dos longos fios no rosto era muito diferente. Os famosos filósofos gregos eram famosos por adotar o visual barbado. Por esse motivo, quase todos os homens da sociedade grega aderiram ao estilo, com exceção dos aristocratas. Estes andavam com rostos rapados como forma de se diferenciarem do restante da população.
O que pouca gente sabe é que os católicos também já adotaram o visual com cara limpa para se distinguirem de outros povos e culturas. Durante a Idade Média, com a separação da igreja ortodoxa e o crescimento da sociedade muçulmana, os católicos passaram a raspar a cara para se diferenciarem destes povos. Nessa época, muitos membros do clero receberam ordens para adotar um visual sem barba.
Apesar de todas essas mudanças a respeito da barba na história do homem, muitos povos e culturas sempre preservaram suas ideias sobre os pelos. No Oriente Médio por exemplo, tocar a barba de outro homem é sinal de respeito.
Esses inocentes fios foram motivos de muitas atitudes e mudanças culturais no decorrer da história da humanidade. Até uma guerra foi travada por conta deles, a Guerra da Barba. O barbado rei Luis VII da França casou-se com a filha de um duque e recebeu duas províncias como dote, mas decidiu raspar a barba após partir para as cruzadas. A ideia não agradou sua mulher que se separou e casou-se com o rei Henrique II da Inglaterra. O novo casal exigiu o retorno do dote do rei Francês, que recusou e declarou guerra contra a Inglaterra.
Dando um pequeno salto para a história moderna, o barbeador em T, popularizado pela Gilette, foi desenvolvido no fim do século XIX pelos irmãos Kampfe. Com a facilidade de manter o rosto liso com os barbeadores descartáveis, o visual sem barba logo foi adotado pela maioria dos homens.
Nessa mesma época, os bigodes começaram a fazer muito sucesso entre os intelectuais e homens nobres. Eles eram considerados símbolo de segurança e atitude. Essa ideia era tão presente na cabeça da população que o bigode chegou a ser proibido na França entre os “homens inferiores”, como ambulantes e cocheiros.
Essa lei francesa foi por água abaixo em 1910 de acordo com os novos padrões da época. Durante quase todo o século XX, a barba foi considerada sinônimo de sujeira e era feita como processo de higienização, mas ela também teve seus momentos de brilho neste século.
Durante os anos 70 e 80, os bigodes e cavanhaques foram muito difundidos entre a comunidade gay norte-americana, que tinha forte inspiração nos motoqueiros. Freddie Mercury e Village People são os maiores ícones com o visual bigodudo da época.
Mas essa moda passou rapidamente e logo no começo dos anos 90 o rosto limpo virou sinônimo de sucesso financeiro e profissional. Serviços públicos, por exemplo, não permitiam que seus funcionários utilizassem um visual com pelos no rosto, mas isso começou a mudar já em 1999.
Neste ano, a famosa campanha Movember foi criada para incentivar os homens deixarem o bigode crescer no mês de novembro para lembrar dos riscos do câncer de próstata, inspirados pela campanha Outubro Rosa. Porém, neste mesmo ano, as ideias sobre barba começaram a mudar e muitos homens passaram a adotar um visual barbado.
Desde então, essa onda só tem crescido até os dias de hoje e cada vez mais vemos homens com pelos no rosto. Qual será o próximo passo é difícil dizer. Você arrisca um palpite?
tiposdebarba.com.br
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