O grupo parlamentar do PCP questionou o governo sobre a situação dos hospitais de Faro e de Portimão, depois de ter visitado as duas unidades, pedindo para acelerar os processos de contratação de profissionais e de renovação e aquisição de novos equipamentos.
Uma delegação do PCP, com o deputado Paulo Sá, eleito pelo Algarve, visitou as Urgências do Hospital de Faro e reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, no dia 23 de janeiro, visitando uma semana depois, no dia 30, as Urgências do Hospital de Portimão.
“Num e noutro serviço de urgência, a delegação do PCP deparou-se com problemas, cuja resolução exige a urgente disponibilização, por parte do governo, de meios humanos e materiais adicionais”, salientam os deputados Paulo Sá e Carla Cruz, no requerimento enviado ao Ministério da Saúde.
De acordo com os deputados, os dois serviços de urgência veem-se forçados a recorrer ao internamento de utentes, apesar de a permanência nas urgências não dever exceder as 12 horas.
Esses internamentos são “uma consequência do facto de diversos serviços dos hospitais de Faro e de Portimão não terem capacidade para receber imediatamente os doentes encaminhados pelos serviços de urgência, pelo que os doentes têm de permanecer internados nas urgências – indevidamente – até poderem ser transferidos para esses serviços”, sublinha o PCP.
Os parlamentares comunistas sustentam que a permanência forçada nos serviços de urgência de Faro e de Portimão chega a prolongar-se por cinco dias, com óbvios inconvenientes para os doentes e também para os profissionais de saúde.
Nas visitas efetuadas às unidades, a delegação do PCP pôde presenciar que os serviços de urgência estão sobrelotados. Na urgência do Hospital de Faro na sala de decisão, com capacidade para 30 doentes, estavam cerca de 60 (taxa de ocupação de 200%). Em Portimão, a sala de decisão estava com uma ocupação de 150%.
“As condições existentes – com macas encostadas umas às outras, ocupando, no Hospital de Faro, todo o espaço disponível – não asseguravam as necessárias condições de dignidade e de privacidade aos doentes, nem de trabalho aos profissionais de saúde. Por exemplo, na sala de decisão das urgências do Hospital de Faro as macas estavam tão próximas umas das outras que não era possível correr as cortinas para isolar os doentes uns dos outros, implicando que os cuidados prestados – como a mudança de fraldas – estavam a ser feitos num espaço aberto, sem assegurar a privacidade dos doentes”, descrevem os deputados do PCP, no requerimento.
Por outro lado, as condições de trabalho para os profissionais de saúde “não eram apropriadas”, uma vez que as equipas têm a dimensão adequada para os serviços de urgência, mas não para acompanhar dezenas de doentes internados indevidamente nesses serviços. “Assim, recursos humanos dimensionados para as urgências propriamente ditas têm também de prestar cuidados aos doentes que aguardam, nas urgências, vários dias até serem transferidos para outros serviços. Esta circunstância coloca os profissionais de saúde sob grande pressão, exigindo-lhes um esforço acrescido”, refere o PCP, que valoriza “a dedicação dos profissionais de saúde, que com o seu empenho garantem o funcionamento dos serviços de urgência”.
As contratações já efetuadas ou em curso são, por isso, “de valorizar, mas são insuficientes face às carências do Centro Hospitalar Universitário do Algarve”, ressalva o PCP, exemplificando que, apesar de estar prevista a contratação, até ao final de 2018, de 22 médicos, o centro hospitalar precisa de mais 120.
“Face à situação nos serviços de urgência dos hospitais de Faro e de Portimão irá o Governo acelerar o processo de contratação de profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais –, dotando estes hospitais de recursos humanos adequados?”, perguntam os deputados.
Os comunistas também defendem a necessidade de substituir equipamento obsoleto (ventiladores, por exemplo) e adquirir novos equipamentos (ecógrafos e monitores), além de renovar as macas e outro material de apoio (como cadeiras de rodas).
“Irá o Governo acelerar o processo de renovação e aquisição de novos equipamentos no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, nomeadamente nos serviços de urgência dos hospitais de Faro e de Portimão?”, questionam, a concluir.
regiao-sul.pt
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