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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Refugiados "Mundo piorou" apesar da comoção com a imagem da morte de Aylan


Na cidade alemã de Frankfurt foi feito um mural de homenagem ao menino sírio

Passou um ano desde que a imagem de um menino de três anos curdo-sírio afogado numa praia foi partilhada até à exaustão. Apesar das palavras de pesar e de revolta e das promessas, milhares de pessoas continuam a morrer.

Só este ano, pelo menos 3100 pessoas morreram no mar Mediterrâneo ao tentar chegar à Europa. A matemática da mortalidade que envolve os migrantes é feita pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Aylan Kurdi não pertence a essa lista. Figura na de 2015. A fotografia do pequeno de três anos foi mural de muitos perfis na rede social Facebook, primeira página nos jornais de todo o mundo e tema de debates televisivos em horas a fio. E depois dele?

Segundo dados revelados pelo jornal "El Mundo", passaram 365 dias e morreram 423 crianças afogadas no mar às portas do sonho europeu.

FOTO DE OMRAN EMOCIONOU O MUNDO, MAS HÁ OUTRAS QUE FICARAM ESCONDIDAS





Duas mil crianças morreram, em terra, desde janeiro, em bombardeamentos na guerra da Síria, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Omran sobreviveu. A foto do menino sírio coberto de pó e de sangue sentado numa ambulância após um bombardeamento voltou a agitar as redes sociais, mas já caiu no esquecimento.

As imagens de Omran e Aylan mostram as opções das crianças sírias face a uma guerra que dura há cinco anos. Arriscar a vida em terra ou morrer no mar a tentar chegar à Europa.

O pai da criança afogada de camisola vermelha e cara enterrada na areia diz aos jornalistas da britânica "BBC" que o mundo "piorou", depois de ter erguido os braços a clamar uma mudança urgente.

Alguns países negociaram quotas para receberem refugiados, outros construíram muros e vedações nas suas fronteiras, Na Hungria vai ser erguido uma segunda cerca antimigrantes. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, quer um "sistema de defesa mais robusto". O governo da Hungria diz que 18 mil pessoas entraram este ano no país de forma ilegal.



O anúncio da construção da segunda barreira húngara foi feito poucos dias antes de a guarda costeira italiana ter anunciado o socorro a cerca de 6500 migrantes ao largo da Líbia, num dos dias mais movimentados dos últimos anos no Mediterrâneo. Nesse 30 de agosto de 2016, 6500 pessoas tiveram melhor sorte do que Aylan Kurdi.

Os países europeus tinham acordado acolher até 2017, 160 mil refugiados, através da Grécia e de Itália. Apenas quatro mil foram realojados.

A União Europeia fez um acordo com a Turquia para o país receber os migrantes que chegam ao sul do continente. Um acordo que garantiu a Ancara um encaixe financeiro de seis mil milhões de euros. Mas o governo turco já ameaçou abrir as comportas e não continuar a impedir o fluxo migratório para a Europa. O acordo entre Turquia e Bruxelas está suspenso, 423 "Aylans" depois.





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