Não, isso é um outro mito. O acesso ao crédito está muito concentrado nos quintis de rendimento mais elevados. Nomeadamente no crédito à habitação, que representa 80% dos empréstimos. No crédito ao consumo, a coisa é mais democrática, embora as condições desses empréstimos sejam muito mais penalizadoras, com taxas de juro muitas vezes usurárias. A habitação é um exemplo de como há aqui vários interesses em causa. E o que nós temos é toda uma aceitação do modelo de provisão privada de habitação, que hoje já não é contestado. Actualmente, quando pensamos em Estado Social, pensamos em saúde, em educação, e a habitação desapareceu. Isso tem a ver com o sucesso do próprio processo. Depois há um caso que é aparentemente contrário, o da água, em que temos a provisão ainda sobretudo pública. Mas o que tivemos foi, tal como aconteceu com a habitação, um enorme fluxo de capital estrangeiro, sob a forma de dívida."
Excerto da entrevista do Nuno Teles ao Público, saída hoje, em que este se refere a vários aspectos do trabalho que tem vindo a desenvolver com a Ana Cordeiro Santos e o João Rodrigues sobre a financeirização do capitalismo em Portugal e responde ainda a uma série de questões sobre as condições necessárias a uma estratégia de desenvolvimento para este país.
Excerto da entrevista do Nuno Teles ao Público, saída hoje, em que este se refere a vários aspectos do trabalho que tem vindo a desenvolver com a Ana Cordeiro Santos e o João Rodrigues sobre a financeirização do capitalismo em Portugal e responde ainda a uma série de questões sobre as condições necessárias a uma estratégia de desenvolvimento para este país.
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