Nunca ninguém acreditou que o português da Barraqueiro, Humberto Pedrosa, fosse realmente o principal dono na sociedade que comprou a TAP. Só o Governo nacional, pouco dado a honestidades, o aceitou.
Agora os jornais contam os pormenores. Humberto Pedrosa tem realmente 51% das acções da tal sociedade adquirente da TAP, e o americano-brasileiro Davis Neeleman apenas 49%. Mas, afinal, isto é em número total de umas acções de diferente valor. Na verdade, as acções de Pedrosa, de menor valor, representam apenas 5% da sociedade.
E as de Neeleman 95%. De qualquer modo, Pedrosa, sentindo-se necessário, parece ter feito um bom negocio pessoal (na medida em que assegurou o apoio do pouco rigoroso Governo nacional): embora apenas pondo 5%, fica com 25% dos lucros (ainda assim uma minoria), e Neeleman, com 95% da Sociedade, resume-se 75% dos lucros (de qualquer modo, esmagadora maioria). E assegura a sua posição nas votações, exigindo 7 em 9 votos do Conselho de Administração para se adoptarem medidas.
Entretanto, Pedrosa nomeou, como administrador da sua confiança, um elemento da equipa de Neeleman. O que diz tudo. Será que a Comissão Europeia, no desnorte em que anda a UE, vai aceitar esta ilegalidade, como o Executivo de Lisboa? Talvez o seu descrédito já ande pelas ruas da amargura, mas com isto afundaria com certeza mais.
Entretanto, registem-se mais as sucessivas irregularidades (palavra simpática, no caso) que o Tribunal de Contas está a constatar em praticamente todos os negócios efectuados pelo Governo, designadamente em diversas privatizações
Fonte: SOL
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