A derrubada do bombardeiro russo Su-24 nesta terça-feira (24) pela FA turca pode ter sido um ato de vingança por parte do presidente Erdogan, especialmente no contexto de rumores de que a sua família pode estar envolvida em comércio ilegal de petróleo do Estado Islâmico, disse à Sputnik o especialista em Oriente Médio Stanislav Tarasov.
O abate da aeronave é “uma provocação muito séria. A família de Erdogan está envolvida diretamente neste incidente… É bastante possível que a catástrofe do Su-24 tenha sido um ato de vingança”, sublinhou o analista.
Segundo alguns dados, o grupo jihadista ganha até 2 milhões de dólares por dia vendendo petróleo clandestinamente a intermediários turcos. Nesta quinta-feira (26) o premiê russo Dmitry Medvedev mencionou que alguns funcionários turcos são envolvidos neste negócio ilegal do Estado Islâmico. Ele não divulgou os nomes destas pessoas.
O presidente russo Vladimir Putin falou por sua vez, durante o encontro com o seu homólogo francês François Hollande, de fornecimento de petróleo à Turquia “à escala industrial” pelos terroristas na Síria, explicando que os pilotos russos tiraram fotos a partir da altitude de cinco mil metros de caminhões-cisternas na fronteira entre a Turquia e os territórios sírios controlados pelo Estado Islâmico.
Tarasov também supõe que o presidente turco pode ter laços diretos com os islamistas.
“A Turquia foi recentemente sacudida por um grande escândalo de corrupção. Poderemos em breve saber que o próprio presidente Erdogan está ligado diretamente com o EI… Erdogan mantém constantemente a sociedade turca à margem. Os turcos sempre lutam contra inimigos domésticos ou estrangeiros. Isto levou a que Erdogan rompesse os laços com muitos países”, observou Tarasov.
O presidente turco, segundo o especialista, está se tornando cada vez mais o “inimigo número um” no Oriente Médio. O abate do avião russo só irá ampliar esta tendência.
O incidente com o Su-24 “irá afeitar o equilíbrio regional de poder. Erdogan está ficando gradualmente mais isolado. Muitos o veem como um político corrupto e ditador. A Turquia transforma-se em uma força desestabilizadora no Oriente Médio”, sublinhou o analista.
Sputniknews
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