«Inegociáveis», diz a
inefável Teresa de Sousa
inefável Teresa de Sousa
No Público de hoje, escreve Teresa de Sousa, igual a si própria : «Cavaco tinha e tem o direito e o dever de lembrar aos principais partidos políticos que hácoisas inegociáveis, como o destino europeu do país sufragado em todas as eleições, do qual PCP e BE se auto-excluíram. Desse destino faz parte a pertença ao euro, que está hoje no centro da integração europeia. A opção estratégica pela Europa envolve igualmente uma componente atlântica, que sempre fez parte da nossa identidade (mesmo que ultimamente bastante descurada pela coligação). Relembrar isto tudo seria útil. »
Já se está farto que nenhuma destas coisas que Teresa de Sousa clama serem «inegociáveis» não está em negociação entre PS, PCP, BE e Verdes. Mas outra coisa e, a meu ver, de estrondosa gravidade, é alguém vir dizer que aquela coisas são «inegociáveis» por indefinição. Na verdade importa perguntar; porquê ? Com que fundamento ? Será que quem diz isto nos quer dizer que aquelas coisas são factores identitários da República Portuguesa, acima da Constituição da República, da soberania democrática e da eventual vontade dos portugueses ?
A não ser por golpe de Estado ou instauração de uma ditadura, o que poderia impedir um governo e uma maioria parlamentar futuros de, por hipótese, desencadearam os processos, referendários ou não, de dissociação de Portugal daquelas «coisas» ? Algum decreto divino ?
P.S. 1: Por ser raro, honra seja feita ao Público que, pelo menos na sua edição online, no fim de uma peça dedicada a saber se o CDS teve ou não um «deriva antieuropeista», publica esta nota final:
P.S. 2: Contra as carradas de falsificações circulantes, aproveito para esclarecer que no Programa Eleitoral do PCP está a defesa da «dissolução da Nato» (aliás, de acordo com o artº 7º da Constituição) mas não está nenhuma defesa de uma saída unilateral de Portugal da NATO.
Via: O Tempo das Cerejas
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