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terça-feira, 30 de junho de 2015

Uma dezena participaram numa marcha-corrida em protesto no Algarve contra exploração de petróleo na costa

Uma dezena protesta no Algarve contra exploração de petróleo na costa

LUSA
Uma dezena de pessoas participaram numa marcha-corrida contra a exploração de petróleo no Algarve, na praia de Faro, onde distribuíram informação para alertar os cidadãos sobre os riscos dessa atividade na costa algarvia.
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Na iniciativa, da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), estiveram presentes alguns representantes de associações ambientalistas, como é o caso de Manuel Vieira, da Almargem, que considera que "muitas pessoas não estão cientes de que isto vai acontecer" e que, por isso, é preciso informar as pessoas, "para que não seja algo decidido por três ou quatro pessoas".
À entrada da Praia de Faro, antes de partirem para a marcha-corrida, elementos da plataforma ostentavam cartazes onde se podia ler "O Algarve diz não à exploração de petróleo na nossa costa", "Exploração de petróleo é a morte do Algarve", "Não nos sujem as mãos com petróleo" e "Petróleo no Algarve: quem ganha com o negócio?".
De acordo com o ambientalista, a informação que tem chegado à recém-criada plataforma é "muito pouca" e a única de que dispõem neste momento é a de que os contratos celebrados entre o Estado e as empresas que vão fazer a exploração de hidrocarbonetos serão divulgados no próximo mês e de que outubro será o mês de arranque da prospeção.
Outro membro da PALP, João Martins, disse aos jornalistas temer que a atividade ponha em causa todo o ecossistema da Ria Formosa, além do impacto que poderá ter sobre a atividade da pesca e o turismo, atividades que não considera compatíveis.
"Não sabemos que técnicas vão ser utilizadas, se vier a ser usado o "fracking" [técnica para possibilitar a extração de gás e petróleo do subsolo], numa região de elevada perigosidade sísmica, podemos estar a por em risco a população do Algarve", frisou.
João Martins disse ainda estar convencido de que a intenção das empresas não é apenas fazer prospeção, uma vez que é uma atividade que exige um grande investimento e as empresas "já devem ter um grau de certeza de que as coisas podem resultar".
Aquele responsável lamenta que "os custos sejam públicos e os lucros privados", mostrando-se preocupado com a extensão das áreas de concessão e licenças, que podem ser consultadas num mapa publicado no sítio de Internet da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
"Fiquei muito preocupado, qualquer dia é mais a área concessionada do que aquela que não é concessionado, estamos perante a entrega de um bem público a entidades privadas, sendo que o bem público deste negócio me parece muito pouco ou nenhum", concluiu.
A plataforma quer agora voltar a enviar cartas às autarquias algarvias, pois só um município lhes respondeu, e está a ponderar ir às assembleias municipais para expor o problema.
De acordo com o mapa das concessões e licenças publicado pela DGEG, na bacia do Algarve foram adjudicadas quatro concessões, atualmente todas detidas pelo consórcio Repsol/Partex.
As concessões estão distribuídas pelas áreas denominadas "Sapateira" e "Caranguejo", no Barlavento (Oeste algarvio), e nas áreas "Lagosta" e "Lagostim", no Sotavento (Leste).
A Panoceanic Energy requereu a atribuição de uma Licença de Avaliação Prévia noutra parcela da bacia do Algarve, mais a Sul, que foi autorizada em novembro de 2014.
De acordo com o mapa, as concessões estendem-se ao longo de toda a costa algarvia.
MAD // CC
Lusa/fim

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