Sondagens: José Sócrates "pesa" na inversão de papéis do PSMarcelo Rebelo de Sousa comentou, esta noite de domingo, na antena da TVI, as últimas sondagens da Universidade Católica, onde surge pela primeira vez uma tendência para empate técnico entre a coligação e o PS.
As últimas sondagens avançadas pelo Barómetro da Universidade Católica apontam para um empate técnico entre a coligação do Governo e o Partido Socialista, uma queda significativa em relação ao último levantamento destes dados, onde o PS surgia com 45% de preferência de voto e a coligação com 32%.
“É uma diferença de 13% que desaparece em oito meses”, indicou Marcelo Rebelo de Sousa, esta noite de domingo, no seu espaço de comentário da TVI.
Para o comentador, esta inversão em termos de sondagem deve-se a várias situações, enumerando, em primeiro lugar, a Grécia.
“António Costa tomou posições muito ziguezagueantes. Primeiro alinhou com o Syriza, depois descolou do Syriza, (…) o PS está ali a meio da ponte porque nem tem a posição da coligação, nem a posição da esquerda”, esclareceu o social-democrata, dando a entender que a incerteza do discurso de Costa leva as pessoas a adotar uma posição de “precaução” porque não se querem rever no caso da Grécia.
O antigo líder do PSD admitiu, ainda, que José Sócrates é um fator na perda de representação dos socialistas.
“Quando José Sócrates foi preso, eu lembro-me de ter dito aqui que se António Costa conseguisse ganhar as eleições era um génio. Toda a gente criticou, disse que era um exagero. (…) [A detenção] pesa porque Sócrates tem um protagonismo enorme e divide a sociedade portuguesa, dividindo também o PS, pela forma mole como se tem reagido ao caso Sócrates”, sentenciou o professor.
António Costa, como líder do PS, tem também, no entender do social-democrata, responsabilidades nesta mudança nas sondagens. Marcelo aponta que Costa “não ganha um debate a Passos Coelho” e que “é um homem muito isolado do partido”, mesmo tendo ganho as primárias com a expressão com que o fez.
“Muitas das estruturas do partido não se reconhecem nele”, indica o comentador, acrescentando que o socialista ganhou porque “fez ligação às bases do partido” e “passou por cima dos barões”.
“Os barões ‘seguristas’ não gostam dele, os barões ‘socráticos’ não gostam dele, (…) ele anda sozinho a fazer campanha pelas ruas do país”, atirou.
Outra das críticas que Marcelo faz ao estilo de Costa é a contradição no seu discurso, indicando que o antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem “um discurso para governar, que tem que ser feito ao centro, e um discurso para ganhar votos à esquerda, que é um discurso à esquerda”.
António Costa “tem sido acusado de ziguezague porque o discurso sofre disso mesmo”, acusa Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que essa dificuldade em definir uma corrente discursiva “acaba por ser punitiva”.
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