Calcio Storico: o desporto mais duro do mundo
Cinco séculos depois, o Calcio Storico voltou às arenas italianas em nome do padroeiro de Florença, S. João Batista. Uma guerra de 50 minutos onde vale tudo. Bem, quase tudo.
Duas equipas com vinte e sete jogadores defrontaram-se na última quarta-feira na final do Calcio Storico, onde vale (quase) tudo. Era dia de São João Baptista, padroeiro de Florença, e o evento quis assinalar a data: em Itália, as equipas Santo Spirito Bianchi e San Giovanni Verdi chegaram à arena montada na Praça de Santa Cruz. Lutaram durante 50 minutos pela posse da bola, num campo de terra, e por levá-la até uma estreita frecha que é a baliza da equipa adversária.
Tudo começou no século XVI, conta o The Guardian. Um nobre florentino chamado Giovanni de Bardi escreveu as regras em 1580 do “futebol histórico” que foi descrito por Henrique III de França como “muito pequeno para ser uma guerra, mas muito cruel para ser um jogo”.
Quem entra em campo no Calcio Storico pode utilizar os pés e as mãos e só existem duas agressões completamente proibidas: socos e pontapés no estômago. Não é permitida nenhuma substituição, mesmo que os jogadores saiam lesionados do jogo. E não pode haver mais do que um homem a bloquear o mesmo adversário. De resto, até artes marciais podem ser utilizadas.
Quem certifica que estas regras são cumpridas é um árbitro, seis oficiais de linha e um juiz do jogo. O público assiste às partidas em pequenas casas em redor da praça.
Durante o século XVII, o Calcio Storico foi perdendo notoriedade. Mas regressou em força – literalmente – em 1930. Desde então, só houve um ano em que o jogo não se realizou quando, em 2007, uma briga que envolveu 50 pessoas levou o tribunal a banir o costume por um ano.
Esta foi a final do ano passado:
observador.pt
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