A Grécia mostra a Derrota da Política Troika-Passos Coelho-PS
O Sr. Primeiro Ministro falou ontem em Braga sobre a crise provocada pelo ultimato da UE à Grécia devedora. Para dizer que temos um pé de meia e enfrantaremos a crise grega. O nosso Primeiro ministro não propõe uma ação: comenta a ação dos outros por certo por saber que o caso grego mostra a derrota da política que seguiu.
Todos sabemos que o Dr. Coelho aproiou a maneira dura da Srª Merkel face ao Sr. Tsipras; não, que o Dr. Coelho condenou a posição grega também não é um mito urbano. Se o Sr. Primeiro Ministro acreditasse na bondade dessa política, deveria continuar a reivindicar essa sua posição. Mas não reivindica.
Não reivindica porque, vendo ontem a subida do yield da nossa dívida, o Sr.Primeiro Ministro percebeu que seremos o próximo país a ser escorraçado do euro. E acontece isso porque a política do Dr. Coelho e da troika (e do PS) apenas maquilhou as debilidades estruturais da nossa economia; o défice de 5,8% no primeiro trimestre do corrente ano revela bem o caminho que nos falta percorrer e como estamos perto de voltar a resvalar, falhando a meta europeia de -2,7%. O Sr. Primeiro Ministro afirmou para se justificar: «ninguém pode dizer que está imune» aos acontecimentos gregos. O Economista Português, com pena, informa que o Dr. Coelho foi aconselhado sem exatidão por quem lhe recomendou tal linha de agitprop: os países que endireitaram as finanças públicas estão imunes em termos de dívida pública, apenas correndo riscos se jogaram mal na bolsa de valores. Ora o Dr. Coelho não falava como investidor em bolsa mas sim como responsável de um governo.
O leitor dirá: que importância tem isso! Do Caia para lá, ninguém liga ao Dr. Coelho (e proavelmente a qualquer primeiro ministro português, pelo menos a um do lote dos disponíveis), e por isso, mesmo que ele tivesse defendido uma solução portuguesa, nem gregos nem troianos o teriam escutado. Talvez a exclamação do leitor contenha uma tese exata, mas o grave é que o Dr. Passos Coelho votou o princípio da expulsão do Euro de um Estado devedor e assim avalizou, em nome do nosso país, a nossa futura expulsão daquela moeda.
E as nossas oposições por onde andam? O PCP condenou a troika, os outros não acharem que valesse a pena fazerem-se ouvir. Os outros não os vimos nem ouvimos. Estarão a banhos numa praia barata, talvez na Caparica, e quando passar a procela grega explicar-nos–ão como são bons? Ou emigraram? Ou aguardam que chegue o libretto de Bruxelas, ou da internacional respetiva, para saberem que número representar? O PS terá dificuldade em iludir a questão pois aprovou a receita da troika até ao último sorvo fiscal e continua a não sentir a necessidade de apresentar um programa de reivindicações portuguesas na UE.
As declarações do Sr. Primeiro Ministro estão disponíveis em
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