O dia em que o euro acabou
O ponto de vista dos operadores financeiros, segundo uma analista que costumo ler com atenção:
"Congelar a ELA [Assistência de Liquidez de Emergência] significa que a Grécia se deve considerar agora um país “utilizador” do euro e já não um membro de pleno direito da União Monetária. Não há uma fórmula legal para os países saírem do euro, mas parece que podem ser postos no congelador. Isto não é idêntico à situação de Chipre: aí a liquidez foi suspensa porque os seus bancos estavam insolventes. Os bancos gregos não estão insolventes (por enquanto). A declaração do BCE não faz menção à insolvência bancária: o congelamento da liquidez é uma resposta ao fracasso das negociações e à decisão do governo grego de fazer um referendo. Nestes termos, o congelamento é claramente uma decisão política. A independência do BCE foi estilhaçada.
A irrevogabilidade do euro já não é credível. Usar a restrição de liquidez para forçar um país a introduzir o controlo dos capitais equivale a suspender a sua qualidade de membro da zona euro. Por isso, a dívida soberana de outros países sob pressão passa a incorporar um prémio de risco dada a possibilidade de esses países também poderem ser suspensos. Os juros implícitos para as obrigações da periferia já subiram muito e, embora possam vir a estabilizar quando o primeiro impacto tiver passado, parece pouco provável que venham a cair para os níveis anteriores muito baixos."
ladroesdebicicletas.blogspot.pt
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