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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Os vampiros milionários do SNS. O estado ao serviço dos negócios.

Os vampiros milionários do SNS. O estado ao serviço dos negócios.









Neste video é deixado a nu como os favores, o poder promiscuo, e os interesses 
privados, destroem e desvirtuam o SNS. 
Grupo Sanfil em destaque, uma reportagem chocante que dava um filme, não 
deixe de ver e divulgar, Portugal precisa.

Fraudes e indícios de corrupção na Grande Reportagem da SIC sobre o Grupo Privado 
de Saúde Sanfil.
Este é o quarto maior grupo privado de Saúde em Portugal, sendo detido por cinco 
famílias da região de Coimbra: Amaral Dias, Mira, Fânzeres da Mota, Serpa Oliva e 
Cardoso. O seu administrador é Henrique Amaral Dias que acumula cargos de 
administrador em 27 empresas.
A facturação deste Grupo registou um grande crescimento a partir de 2007 com o 
programa SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia), programa 
que visa encaminhar doentes para cirurgia nos hospitais públicos para os
 privados por alegada incapacidade do SNS.
Este grupo que facturava 4 milhões em 2001, passou a facturar 44 milhões, em 
2012??Video original.

Entre 2008 e 2012 a Sanfil, foi o mais procurado operador do SIGIC, tendo sido 
responsável por 17.000 operações, o equivalente a 13,5% de todas as operações
 realizadas ao abrigo deste programa. Como referência, o segundo operador com mais 
operações realizou menos 7.000 operações. Também é de assinalar que durante 
este período, o Grupo contava somente com 2 blocos operatórios e 30 camas.
Após a emissão desta reportagem, o Ministro da Saúde Paulo Macedo decidiu 
enviar o caso à IGAS para proceder a averiguações acerca da gestão do SIGIC 
e da separação entre o exercício da medicina pública e privada.

A reportagem focou os pontos que se seguem:
@ - Fraude com a ADSE
A Sanfil facturou indevidamente à ADSE medicamentos e equipamentos em 
colonoscopias e endoscopias, comparticipados em 80% pela ADSE e facturados aos 
doentes os restantes 20%.
Após averiguação dos medicamentos e equipamentos em causa com profissionais do 
sector, foi concluído que os medicamentos nunca poderiam ter sido utilizados nesse 
tipo de intervenções e que as pinças de cirurgia facturadas são equipamento 
reutilizável, logo não passível de facturação. Nas facturas existentes ainda se detectou 
que o mesmo equipamento aparece facturado com preços diferentes. Tudo isto para 
receber do estado, dinheiro que não se gastou. Há quanto tempo e quantas vezes 
fazem isto? Não se sabe, a reportagem apenas se focou num caso.
Confrontada com esta situação a Administração diz ter encontrado o responsável, 
alguém de confiança e com uma posição alta no Grupo, garante que lhe instaurou 
um processo disciplinar e que vai creditar o valor de 69.000€ aos lesados.(!!)
Independentemente do processo disciplinar esta situação é um crime evidente que 
deveria ser tratado pelo Ministério Público.
A restituição do dinheiro, que não se chega a compreender se é o total ou se é só a 
parte dos 20% referentes aos doentes, nem como o ADSE aceitará o dinheiro sem 
qualquer reacção, não iliba a Sanfil.

@@ - Funcionamento sem licença de um TAC
O Grupo manteve em funcionamento um equipamento de TAC sem a devida licença 
emitida pela Administração Regional de Saúde (ARS).
Confrontado com este facto a Sanfil justificou-se com um Decreto de 2009, que 
segundo a Sanfil esse decreto exigia apenas ser necessário comunicar a existência 
do aparelho. No entanto, os equipamentos previsto no referido Decreto não 
contemplam o TAC devido à radiação envolvida.
O serviço de TAC foi suspenso, após a investigação da SIC, sem qualquer justificação, 
estando o caso a ser investigado pela ARS desde Dezembro de 2013.

@@ - Aquisição do Centro Hospitalar São Francisco em Leiria barato e limpo
Em Dezembro de 2012 o Grupo adquiriu por 4,1M€ o Centro Hospitalar São Francisco 
no seguimento do processo de privatização do BPN, sem herdar qualquer das dívidas 
do Centro. 
Ao assumir a gestão o Grupo procedeu à demissão em bloco da equipa de 
enfermagem que foi substituída por pessoal com pouca experiência e recém 
licenciado, assim como de outros quadros médicos, situação já noticiada no Jornal de 
Leiria.

@@ - Concorrência desleal e investimentos em perigo?
A Idealmed e a Clínica Particular, candidataram-se ao programa SIGIC para colocarem 
ao serviço do SNS as suas instalações médica e assim dar mais liberdade de escolha 
aos doentes. O estado paga despesas fixas por cada tipo de cirurgia quando 
encaminham os doentes para hospitais privados. Mas como a entrada destas 
clínicas/hospitais traria concorrência à Sanfil até então inexistente, o processo 
arrasta-se há mais de um ano de forma inexplicável.
No entanto, aquando da reportagem estas empresas aguardavam resposta à 13 
meses e 7 meses respectivamente.
Após a SIC ter contactado a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), 
estas empresas foram convidadas para uma reunião onde lhes foi comunicado que os 
processos seriam concluídos em breve. Contudo, ambos os processos teriam de ser 
submetidos ao visto prévio do Tribunal de Contas, que no caso da Idealmed só 
aconteceu 11 meses depois da entrada do processo.
O responsável do ARSC não quis ser entrevistado.

@@ - Os facilitadores? 
-- Rita Cristóvão foi contratada em 2013 como Directora de Operações da Sanfil.
Até então era quadro na Autoridade Central de Sistemas de Saúde (ACSS) com o 
pelouro do SIGIC.
Conflito de interesses com o principal fornecedor de cirurgias. O principal fornecedor 
de cirurgias ao Grupo Sanfil é o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra. Por 
coincidência, várias pessoas com ligações estreitas ao Grupo ocupam posições 
relevantes no Hospital:
-- José Martins Nunes, antigo Secretário de Estado da Saúde do XII Governo 
Constitucional liderado por Cavaco Silva, Presidente do Conselho de 
Administração desde 2011 e director do serviço de anestesiologia e coordenador 
do bloco operatório central desde 2005. Em 2011 pertenceu ao grupo técnico 
criado pelo XIX Governo Constitucional, liderado por Passos Coelho, para a 
Reforma Hospitalar.
Foi durante vários anos colaborador da Sanfil, embora não seja encontrada qualquer 
referência a tal no seu Curriculum. É contudo possível encontrar uma ligação à Sanfil, 
neste link.
José Martins Nunes foi convidado de honra no jantar de Natal de 2012 sa Sanfil, 
semanas antes da Sanfil adquirir o Centro Hospitalar São Francisco.
-- João Manuel da Serpa Oliva, membro de uma das famílias, é deputado do CDS com 
mandato suspenso e foi até Outubro de 2008 chefe do serviço de ortopedia do Hospital.
-- Joaquim Mira, outro membro das famílias, foi oftalmologista no Hospital até se aposentar em 2012.
-- Alfredo Fânzeres da Mota, outro membro das famílias, é o director de urologia e transplante renal.
Mas segundo Henrique Amaral Dias, não passa tudo de uma coincidência... 
Isto traz-nos à memória o famoso caso dos colégios privados, que também padece de muitas... 
demasiadas coincidências...  

@@ - O anúncio da oferta das taxas moderadoras. Uma irregularidade pois 
incentiva as pessoas a recorrer ao médico o que vai contra o objectivo das taxas 
moderadoras que é moderar o despesismo do SNS. 
Em Dezembro de 2013 a Sanfil fez publicar um anúncio onde oferecia o pagamento 
das taxas moderadoras e copagamentos das consultas e exames até 31 de Março de 
2014.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, pediu à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) 
que analise o anúncio.
"Esta publicidade pode suscitar dúvidas e questões sobre a sua eventual irregularidade 
ao oferecer/dispensar o pagamento das taxas moderadoras nas consultas e exames, 
promovendo a indução do consumo", diz a nota interna do ministério a que o DN teve 
acesso. Face à campanha, aponta o ministério, o utente deixa de suportar qualquer 
encargo com a taxa moderadora, "sendo a sua prestação de cuidados de saúde paga 
pelo sistema financiador público que procede ao seu pagamento" e levar a cuidados 
desnecessários. 
Ou seja cuidados desnecessário e gastos desnecessários, ao estado lucros para 
eles.
Este e mais temas, no site: TretasOrg

@@ - PJ investiga ajuda de 2 deputados à Idealmed e Clínica Particular de 

Coimbra
A “intervenção dos dois deputados do PSD, Maurício Marques e José Manuel 
Canavarro, em defesa da Clínica Particular de Coimbra e da Idealmed, foi denunciada 
à Polícia Judiciária e está sob investigação.”, segundo revela o Jornal de Notícias r.
O diário acrescenta que “É uma nova frente da guerra travada por várias clínicas do 
Centro, em disputa pelos milhões que o Estado disponibiliza aos setores privado e 
social para efetuarem cirurgias a doentes que, sem resposta dos hospitais públicos, 
são desviados para o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).”
O Jornal de Notícias revela na sua edição em papel que a Idealmed e a Clínica 
Particular de Coimbra pediram a “deputados que intercedessem na ARS do Centro, 
para esta despachar as suas candidaturas ao programa das listas de espera”.
Os dois deputados são os social democratas José Manuel Canavarro e Maurício 
Marques, que reuniram com José Tereso, o líder da ARS e…”no dia seguinte, os 
contratos foram assinados”, “uma rapidez providencial: 15 dias depois, a 9 de outubro, 
é publicado em “Diário da República” oDecreto-Lei 139/2013, aprovado em agosto, 
que revê o regime das convenções e suscita dúvidas que levam o Governo a 
suspender todas as candidaturas a SIGIC não contratadas até àquela publicação”.
“Se os contratos não tivessem sido assinados até 9 de outubro, ainda hoje as duas 
clínicas não fariam cirurgias financiadas pelo SIGIC”, conclui o JN. Notícias de Coimbra

Claro que à medida que o SNS definha, estes vampiros agigantam-se e tornam-se 
em verdadeiras máquinas de fazer dinheiro.  
"Falta de anestesistas no Garcia de Orta obrigou a reduzir cirurgias... 
O Hospital calcula que houve uma redução de 20/24 cirurgias por semana, segundo 
ordem dos Médicos.
Segundo Jaime Teixeira Mendes, a saída de médicos anestesistas do Hospital 
coincidiu com a entrada em funcionamento dos novos hospitais público-privados de 
Loures e Vila Franca de Xira.
"A lei permite que esses hospitais público-privados venham recrutar nos hospitais do 
SNS, como o Garcia de Orta, oferecendo melhores condições aos médicos", disse, 
lamentando que as administrações hospitalares só possam substituir os profissionais 
de saúde que deixam os hospitais públicos através de empresas de prestação de 
serviços. (mais um antro de vampiros)
"Defendemos que os hospitais públicos deveriam poder contratar médicos diretamente, 
quando têm falta de especialistas, mas estão proibidos de o fazer pela nova lei, pelo 
que têm sempre de contratar através das empresas de prestação de serviços, o que 
tem sido um cancro para o SNS", disse.
Para Jaime Mendes trata-se de uma restrição incompreensível, uma vez que 
existe a convicção de que a contratação de médicos através de empresas de 
prestação de serviços, em detrimento da contratação direta pelos hospitais, 
"acaba por ficar muito mais cara" ao erário público.
"Além disso, essas empresas [de prestação de serviços] ficam com uns 30 a 40% do 
valor pago pelos hospitais e pagam muito menos aos médicos", acrescentou o 
Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos." Fonte


ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2014/11/os-vampiros-milionarios-do-sns-o-estado.html#ixzz3Jyrgjfcg

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