Grande explosão de lava no vulcão da ilha do Fogo
As sete bocas da erupção vulcânica que assola desde domingo a ilha do Fogo, Cabo Verde, uniram-se esta quinta-feira numa só, provocando uma grande explosão de lava com a torrente a ter cerca de um quilómetro de largura.
Chá das Caldeiras poderá ser totalmente destruída
Segundo observou a Lusa no local, às 18.25 horas locais (19.25 em Portugal continental), as sete bocas juntaram-se a uma oitava que surgira cerca de quatro horas antes. A torrente de lava, que se estendia inicialmente por 600 metros de largura e 4,5 quilómetros de comprimento, aumentou assim significativamente, pondo em risco a povoação de Portela, em plena Chã das Caldeiras, onde dezenas de populares tentavam salvar os bens das residências do povoado.
Pela segunda vez em menos de 24 horas, as autoridades cabo-verdianas abriram uma segunda estrada de terra para permitir a todo o tipo de carrinhas e camiões o acesso à Portela, onde os habitantes locais esventraram literalmente as suas casas, colocando portas, janelas, sanitas, móveis, colchões, pratos, tachos, entre outros bens, nas encostas da cratera de Chã das Caldeiras.
Desconhece-se para já qual a amplitude e consequências da mudança de fase da erupção vulcânica, que agora provém de uma só mini-cratera, comparada com a de Chã das Caldeiras.
Alguns troços da segunda estrada construída na quarta-feira, após uma primeira ter sido consumida pela lava, estavam já com as brasas incandescentes junto à berma.
Esta manhã de quinta-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves considerou que erupções vulcânicas já atingiram o estatuto de "catástrofe", com a destruição de casas, cisternas de água e currais de Portela.
José Maria Neves apelou à ajuda internacional, indicando que será aprovado em breve o plano de ação pós-crise, ainda dependente da evolução do vulcão, que tem sofrido imprevisiveis picos diários de atividade.
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