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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Extremistas avançam em Espanha, França, Reino Unido e Grécia

Extremistas avançam em Espanha, França, Reino Unido e Grécia


França, segunda maior economia, Reino Unido, terceira maior economia, Espanha, quinta maior economia. Frente Nacional, UKIP e Podemos ameaçam fazer implodir o poder do centro político que fundou e mantém a Europa a 28
Vinte e seis milhões de desempregados, milhões e milhões de imigrantes de dentro e fora da Europa, aumento da insegurança, crescimento económico anémico, risco de deflação, uma máquina burocrática monstruosa que consome milhões de euros dos contribuintes europeus, normas, directivas e imposições de uma Comissão Europeia e de um Parlamento Europeu que afectam cada vez mais as populações dos Estados-membros e os seus interesses. Este caldo explosivo alimentou e alimenta cada vez mais os nacionalismos de direita e esquerda e ameaça fazer implodir o centro político que construiu e alimenta o projecto europeu. Mas se a União Europeia cava a sua sepultura, os poderes nacionais, dominados por democratas-cristãos e social-democratas, fazem de coveiros em casa própria com os abusos de poder, os nepotismos e a corrupção.
Espanha, Podemos e corrupção O caso mais óbvio em matéria de corrupção é de momento Espanha. Outubro foi o mês com mais arguidos (141), num momento em que decorrem no país mais de 1700 investigações judiciais envolvendo 500 dirigentes políticos, essencialmente do Partido Popular, no poder, e do PSOE, até agora o principal partido da oposição.
Só em Outubro estalaram o caso dos cartões de crédito opacos, da Caja Madrid, a operação Púnica - com 50 detidos, incluindo seis presidentes de câmara (alcaides) e um ex-dirigente do PP em Madrid - a detenção de Oleguer Pujol, filho do ex-presidente catalão Jordi Pujol e a constituição de arguido do ex-responsável do PP Angel Acebes.
É neste quadro que surge como um furacão na política espanhola o Podemos de Pablo Iglesias, que em pouco mais de um ano elegeu cinco deputados para o Parlamento Europeu e aparece à frente das sondagens para as legislativos. Sendo um partido de extrema-esquerda que quer ocupar o centro político, o Podemos ameaça claramente pôr em causa o papel de Espanha na União Europeia.
Reino Unido abre a porta da UE E se em Espanha é assim, no Reino Unido a porta está completamente aberta para a saída do país da União Europeia. As principais forças políticas, do Partido Conservador aos trabalhistas, passando pelos liberais-democratas, estão obrigadas a seguir as posições do UKIP, partido anti-Europa vencedor das últimas eleições europeias, particularmente em matéria de imigração. Cameron quer limitar a livre circulação a cidadãos europeu, um pilar essencial da União Europeia, posição que merece um forte repúdio de Bruxelas, ao ponto de a chanceler Merkel admitir como certa a saída do Reino Unido da União Europeia, algo que pode acontecer ainda antes do prometido referendo europeu marcado para 2017. Um Reino Unido fora da Europa depois de nunca ter estado na zona euro seria uma machadada séria em todo o projecto europeu.
Terramoto Le Pen em França... Mas não é só em Espanha e no Reino Unido que existem ameaças sérias ao projecto europeu. A França de Hollande e Valls vai a votos em 2017 e a Frente Nacional de Marine Le Pen é claramente a favorita nas presidenciais, com tudo o que isso significa. Partido de extrema-direita, anti-Europa e antiportas abertas à imigração, com a Frente Nacional à frente da segunda maior economia da União, esta seria apanhada por um violento tsunami.
...e na Grécia do Syriza Embora a Grécia não tenha um grande peso económico na Europa a 28, o caso grego não é de somenos. Basta ver qual foi a reacção da Europa quando o país entrou em bancarrota em 2010. Foi um terramoto violento que obrigou Bruxelas e as maiores capitais europeias a salvar o país, que ainda continua na corda bamba. A crise económica, a austeridade violenta imposta a Atenas desde 2010, o empobrecimento da população, a maior taxa de desemprego da Europa, provocaram o surgimento de uma extrema-esquerda fortíssima, anti-euro, anti-Europa, e de uma extrema-direita nazi como quarta força política. O Syriza aparece à frente das sondagens e depois da implosão dos socialistas é natural que os conservadores de Samaras sigam o mesmo caminho.

É neste quadro político, em que surgem um pouco por todo o lado movimentos como o de Peppe Grilo em Itália, que o império europeu, qual castelo de cartas, ameaça implodir a curto ou médio prazo. Sem apelo nem agravo.

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