AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

'Governo conhece swaps da Carris desde que é Governo' O antigo presidente do Carris afirmou hoje no Parlamento que o Governo conhece a existência dos quatro swaps tóxicos contratualizados pela Carris entre 2005 e 2007 "desde que é Governo", ou seja, desde 2011

'Governo conhece swaps da Carris desde que é Governo'

O antigo presidente do Carris afirmou hoje no Parlamento que o Governo conhece a existência dos quatro swaps tóxicos contratualizados pela Carris entre 2005 e 2007 "desde que é Governo", ou seja, desde 2011.José Manuel Silva Rodrigues recordou que a secretária de Estado do Tesouro em 2011, e actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, nunca suscitou qualquer dúvida relacionada com a forma, conteúdo ou objectivos dos contratos.
De acordo com o antigo presidente da Carris, cargo ocupado entre Fevereiro de 2003 e Junho de 2013, o Governo recebia "religiosamente" a cada três meses um relatório com informação sobre os produtos financeiros contratualizados pela Carris.
Esta informação foi solicitada pela Direcção-geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e devolvida através de um formulário à própria DGTF, organismo que "obviamente reúne frequentemente" com a tutela para passar infirmação sobre as empresas, frisou.
O primeiro reporte sobre os quatro contratos da Carris a que este Governo teve acesso foi a 11 de Julho de 2011, garante o ex-responsável pela empresa pública.
"Não era informação superficial e se falta alguma coisa é porque a DGTF e o Governo não quiseram pedir. Enviamos informação sobre o tipo de suporte, maturidade, juros a pagar e a receber bem como a volatilidade destes produtos", notou Silva Rodrigues.
"Não havia motivos para demissão", diz Silva Rodrigues
Silva Rodrigues recordou que o relatório do Tribunal de Contas (TC) publicado em Junho último é "bem claro no seu entendimento sobre as razões dos efeitos dos swaps e não suscita qualquer reparo à actuação e às decisões dos administradores da Carris".
Isto, não obstante o IGCP ter concluído que dois contratos swap comercializados pelo Santander em 2006 e 2007 representarem,  no final do ano passado, perdas potenciais conjuntas no valor de 50 milhões de euros.
Silva Rodrigues garantiu que nunca chegou a ter acesso a este relatório do IGCP, inclusive nas duas reuniões que manteve com membros do Governo, nomeadamente com a actual ministra das Finanças e com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.
Segundo Silva Rodrigues, a contratação destes contratos não teve como objectivo, "em momento algum", maquilhar ou melhorar de forma artificial os resultados da empresa que tem uma dívida superior a 800 milhões de euros, segundo o próprio.
No dia 26 de Março, na assembleia geral da Metro Lisboa/Carris, o acionista Estado reconheceu isto mesmo e não só deu o seu voto de confiança a toda administração como individualmente elogiou o trabalho de todos os seus administradores.
"O que aconteceu neste curtíssimo estado de tempo (de 26 de Março até dia 6 de Junho, dia em que Silva Rodrigues foi exonorado do cargo) que fez alterar radicalmente a posição do Governo?", questionou o ex-presidente da empresa pública.
Para Silva Rodrigues, o Governo quis "transformar os swaps num processo político" e demitiu os três gestores públicos da Carris "para os deixar livres para virem a esta comissão".
"A minha demissão foi só consequência do Governo decidir tratar o tema como decidiu tratar. Não são os swaps que põem em causa a sustentabilidade da empresa", concluiu Silva Rodrigues.

Sem comentários: