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Carlos Costa, governador do Banco de Portugal (BdP), solicitou uma reunião de trabalho com Ricardo Salgado, que aconteceu segunda-feira na sede do supervisor do sector bancário. O pedido de Carlos Costa surgiu logo após ter sido noticiado pelo semanário "Sol" que uma offshore alegadamente detida por Salgado está a ser investigada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) no âmbito do processo Monte Branco.
A offshore Savoices terá sido utilizada por Ricardo Salgado para receber "ganhos paralelos à sua actividade de banqueiro", segundo o "Sol". José Guilherme, empresário de construção civil e um importante cliente empresarial do BES, confirmou àquele semanário que terá remunerado o presidente executivo do BES por este o ter ajudado a entrar no mercado imobiliário angolano - sector onde Guilherme está hoje presente. "Eu era até para ir para outra nação, mas foi ele quem me indicou para vir para aqui", disse o empresário.
Segundo o i apurou, a confirmação de que Ricardo Salgado prestou serviços de consultoria externa a um cliente do BES num país de estrangeiro terá sido abordada no encontro com o governador do Banco de Portugal, uma vez que se trata de uma matéria de supervisão bancária. O mesmo terá acontecido com as eventuais implicações da investigação do DCIAP.
O governador Carlos Costa tem acompanhado com preocupação as constantes notícias sobre o alegado envolvimento de diversos administradores e altos quadro do Grupo Espírito Santo (GES) em diferentes investigações judiciais. Só no DCIAP estão três casos: Monte Branco, Submarinos e venda da Escom (empresa do GES) à Sonangol.
No caso dos submarinos, o DCIAP decidiu mesmo avançar para a constituição de arguidos do presidente e de dois administradores da Escom pelos crimes de corrupção activa, branqueamento de capitais e tráfico de influências. Em comunicado enviado ao i, esses três gestores responsabilizaram o GES, assegurando que actuaram sempre com o "total conhecimento e concordância dos seus então accionistas", reportando-se a acontecimentos que estão sob escrutínio nos autos do DCIAP e que se relacionam com a compra por parte do Estado de dois submarinos em 2005 a um consórcio alemão. O GES, presidido por Ricardo Salgado, detinha à época cerca de 75% do capital social da Escom, encontrando-se em negociações para vender a referida participação à empresa angolana Sonangol. Sobre o facto de, segundo o DCIAP, a Escom ter feito pagamentos a outras instituições não totalmente identificadas, o conselho de administração da Escom voltou a garantir que o GES foi sempre informado sobre "a definição de critérios ou políticas de distribuição de resultados a título de prémios, remunerações ou distribuição de dividendos". Estas declarações fizeram soar o alarme no regulador do sector bancário.
Recorde-se que Carlos Costa já foi obrigado em Fevereiro - altura em que o presidente do BES foi chamado pela primeira vez ao Banco de Portugal - a assegurar a idoneidade de Ricardo Salgado. A reacção surgiu depois de Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda, ter confrontado o governador com as notícias do i que revelaram que o presidente executivo do BES tinha procedido a três rectificações fiscais do IRS de 2011 antes de ser ouvido como testemunha no processo Monte Branco. As rectificações fiscais em causa tinham o valor de 8,5 milhões de euros e estão relacionadas com a remuneração de José Guilherme a Salgado através da offshore Savoices.
Segundo o i apurou, a confirmação de que Ricardo Salgado prestou serviços de consultoria externa a um cliente do BES num país de estrangeiro terá sido abordada no encontro com o governador do Banco de Portugal, uma vez que se trata de uma matéria de supervisão bancária. O mesmo terá acontecido com as eventuais implicações da investigação do DCIAP.
O governador Carlos Costa tem acompanhado com preocupação as constantes notícias sobre o alegado envolvimento de diversos administradores e altos quadro do Grupo Espírito Santo (GES) em diferentes investigações judiciais. Só no DCIAP estão três casos: Monte Branco, Submarinos e venda da Escom (empresa do GES) à Sonangol.
No caso dos submarinos, o DCIAP decidiu mesmo avançar para a constituição de arguidos do presidente e de dois administradores da Escom pelos crimes de corrupção activa, branqueamento de capitais e tráfico de influências. Em comunicado enviado ao i, esses três gestores responsabilizaram o GES, assegurando que actuaram sempre com o "total conhecimento e concordância dos seus então accionistas", reportando-se a acontecimentos que estão sob escrutínio nos autos do DCIAP e que se relacionam com a compra por parte do Estado de dois submarinos em 2005 a um consórcio alemão. O GES, presidido por Ricardo Salgado, detinha à época cerca de 75% do capital social da Escom, encontrando-se em negociações para vender a referida participação à empresa angolana Sonangol. Sobre o facto de, segundo o DCIAP, a Escom ter feito pagamentos a outras instituições não totalmente identificadas, o conselho de administração da Escom voltou a garantir que o GES foi sempre informado sobre "a definição de critérios ou políticas de distribuição de resultados a título de prémios, remunerações ou distribuição de dividendos". Estas declarações fizeram soar o alarme no regulador do sector bancário.
Recorde-se que Carlos Costa já foi obrigado em Fevereiro - altura em que o presidente do BES foi chamado pela primeira vez ao Banco de Portugal - a assegurar a idoneidade de Ricardo Salgado. A reacção surgiu depois de Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda, ter confrontado o governador com as notícias do i que revelaram que o presidente executivo do BES tinha procedido a três rectificações fiscais do IRS de 2011 antes de ser ouvido como testemunha no processo Monte Branco. As rectificações fiscais em causa tinham o valor de 8,5 milhões de euros e estão relacionadas com a remuneração de José Guilherme a Salgado através da offshore Savoices.
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