Função Pública - Virão aí mais chumbos?
Apoiado por uma horda de comentadores, politólogos e “cientistas” políticos com cadeira reservada nas televisões e jornais nacionais, o governo impinge-nos dia a dia a patranha de que há funcionários públicos a mais, que ganham bem demais e que, mesmo depois de aposentados, têm reformas demasiado altas.
Nada mais mentiroso! A média de funcionários públicos por habitante, em Portugal, é menor do que a média europeia. Os seus ordenados e pensões estão abaixo da média europeia. A percentagem do PIB que é gasta nos vencimentos dos funcionários públicos é menor do que na maior parte dos países da União Europeia. Mais... em poucos anos, o número de funcionários públicos desceu de mais de 700.000, para pouco mais de 500.000. Mais ainda e em consequência desta diminuição brutal de entradas para a Função Pública de novos trabalhadores... há sectores onde é evidente a falta de funcionários.
Ainda assim, o governo não hesita em, numa manobra revanchista, canalha e «terrorista», tentar vingar outro “chumbo” do Tribunal Constitucional, com mais uma agressão cobarde aos mais indefesos, deixando intactos os grandes interesses.
Mais ainda, numa tentativa canhestra por tão evidente, de tentar dividir para reinar, o governo encena a manobra asquerosa de deixar de fora dos cortes alguns funcionários, como sejam os magistrados e as forças policiais, o que, em condições normais, poderia ser considerado ofensivo até pelos próprios “beneficiados”, por se paraecer demasiado com uma tentativa de suborno do poder judicial e de garantia de “fidelização” das forças policiais, atendendo à contestação crescente que varre a sociedade.
- Estas novas medidas têm hipótese de serem anticonstitucionais – dizia o meu amigo, que, como se pode ver por este “têm hipótese” é bastante cauteloso nas suas afirmações. E continuou: se vierem por aí mais “chumbos” do Tribunal Constitucional... o Passos Coelho fica histérico, ou não odiasse ele o TC e a própria Constituição!
A nossa conversa de café ia muito bem e dentro de limites de seriedade apreciáveis... mas como seria de esperar, a minha incapacidade de manter uma conversa séria durante muito tempo, obrigou-me a estrear uma teoria.
- Não, pá! O Passos Coelho fica histérico, mas não é por odiar a Constituição. O problema é que, como se compreende, as palavras"chumbo" e "coelho", escritas na mesma frase... têm um efeito tremendo!!!
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