Coelho Gaspar e MoedasTrabalhadores do Estado, por sinal os dos escalões mais baixos, tratados com os pés e despejados à porta do desemprego; pensionistas a quem a lei da vida já não permite inflectir o seu curso, despojados dos seus rendimentos sem apelo nem agravo; professores com anos de carreira tratados como ignorantes e transformados em jornaleiros na praça de jorna…
Sem explicações e ao arrepio de tudo o que prometeram. Medidas servidas num ambiente de confusão e de vingança mesquinha contra amplos sectores da população, num autentico assalto à mão armada. O Estado, pela mão de Passos Coelho e Paulo Portas, deixou de ser pessoa de bem. Deixou de honrar contratos que mexem com o mais importante da vida das pessoas. O trabalho, o acesso à saúde e à educação, a protecção na velhice. Numa palavra, a dignidade.
Tratando os mais fracos com rigor extremo e continuando a proteger os interesses dos poderosos. Rasgando facilmente contratos com as pessoas. Sem saberem o que fazem nem para onde vão, destroem e escaqueiram tudo à sua volta.
Reforma do Estado? Ou despedimentos, diminuição de salários, diminuição da proteção social no desemprego, na doença e na velhice, empobrecimento acelarado!
Onde está o país com economia florescente que nos prometeram com omemorandum da troika?
Atentemos ao desemprego. Ficámos há dias a saber que o desemprego recuou no segundo trimestre deste ano face ao trimestre anterior – apesar de ter aumentado quando comparado com o mesmo período do ano passado. Mas é o INE quem nos diz que o número de empregos remunerados desceu nesse mesmo segundo trimestre deste ano,  reduzindo-se em cerca de 5.300, para os 3,85 milhões.
Conclusão: foi o emprego não-remunerado (*) que cresceu – uma indignidade. E é assim que nos dizem que o desemprego diminuiu!
(*) Segundo o INE, os trabalhadores não remunerados são “indivíduos que  exercem uma atividade na empresa/instituição e que, por não estarem vinculados  por um contrato de trabalho, sujeito ou não a forma escrita, não recebem  uma remuneração regular, em dinheiro e/ou géneros pelo tempo trabalhado  ou trabalho fornecido. Inclui nomeadamente os trabalhadores com emprego  por conta própria, os trabalhadores familiares não remunerados, os membros  de cooperativas de produção e os trabalhadores destacados“.

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