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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


A Contenda

Pastor, me chamo Ivete da Cruz, tenho 22 anos, sou casada em Cristo e moro na cidade de Goiânia(GO). Meu esposo , o Zé, trabalha como servente de pedreiro, sem carteira assinada, e ,muitas vezes, fica parado sem receber. Por isto dou graças ao senhor e a Igreja por terem nos ajudado a conseguir o "Bolsa Família" que ajuda a sustentar nossos 6 meninos e dá a chance da gente sempre contribuir com o vízimo semanal, que agrada tanto a Deus.

Como toda mulher cristã, eu dedico-me aos cuidados do lar e de meu marido, obedecendo suas palavras como Lei. No mês passado, ele veio com uma estória de que tinha sonhado com João Batista( apóstolo de Jesus que escreveu o livro do Apocalipso) que dizia-lhe o número 7. Zé decidiu, contra a minha vontade, que ia comprar uma rifa de uma porca de 200kg e pediu ao seu irmão, que também é nosso vizinho, o Oséias, para comprar o número 7 pra ele, dizendo que mais tarde pagava o bilhete. A noite, meu marido chegou em casa e esqueceu-se de ir pagar-lhe a rifa. No seguinte dia, o Zé descobriu que o 7 foi sorteado e seguiu para a casa do irmão. Meu cunhado já tava de posse da porca e não queria entregar. Foi a maior fuzarca de todas já que o homem dizia que "com o dinheiro dele pagou a rifa e que o prêmio é dele".


A briga continuou por semanas, o Ozeia chegou a esconder a porca nalgum outro lugar pro Zé não colocar as mãos nela. E nisso , duas famílias cristãs ficaram sem se falar por um bom tempo. Meus 2 meninos mais velhos, o Creldismar de 10 e o Cevrolete de 9 , ficaram proibidos de brincar com as filhas do Ozéia, a Jabislene de 12 e a Gloriaopai 15, e olha que eles gostavam tanto de brincar de médico com as primas...

Certo dia , meu esposo acabou de beber uma latinha de cerveja( sem álcool) e , como de costume, atirou a lata pela janela. Sem querer, ele acertou a cabeça do Ozéia que, fulo, arrebentou os nossos cabos de luz. Deu um trabalhão contratar outro eletricista para recolocar os gatos. Decidido a fazer o irmão pagar, Zé jogou veneno no galinheiro dele, matando todas as 20 galinhas. Isso não ficou barato. Meu cunhado pegou nosso cachorro Fido e esquartejou o pobre, jogando os pedaços na nossa porta. O Zé, então, pegou um pedaço de pau e aplicou uma surra no Estanislau, menino mais novo, de 6 anos, do Ozéia. Até ai foi só uma briguinha entre irmãos. Mas o meu cunhado, espumando de raiva pelo que o Zé tinha feito co menino, ateou fogo a nossa casa. O fogo foi tão forte que queimou não só a nossa casa mas se alardeou por todas as da rua , exclusivio a dele.


N'outro dia pela manhã, logo depois de tudo ter se queimado, o Pastor Jucilei, pastor da Igreja que nossa família e a do meu cunhado frequentam, apareceu lá por nossa rua , para nos amparar. Ele perguntou-nos porque tinhamos sumido da Igreja e meu esposo lhe explicou a estória toda. O pastor decidiu que , como o sonho havia sido enviado pelo espírito santo, que a porca deveria pertencer a Deus , ou seja , deveria ser dada a Igreja. E só assim o Ozéia arredou o pé da porca e entregou para a Igreja.

Hoje, nossas famílias já estão reconciliadas em nosso Senhor. Aleluia! Tanto é que nós vivemos juntos no mesmo barraco que montamos embaixo da ponte, dando louvor unidos ao som de Nelson Ned!

Glória a Deus!

Igreja do primeiro impacto
só não vai para o céu quem não quer

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