Eletricidade e gás: Guia para o mercado livre e como mudar de fornecedor
Todos têm de mudar o contrato
As tarifas reguladas - aquelas que todos os anos eram fixadas pela
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) - acabaram a 1 de
janeiro e foram substituídas por tarifas transitórias que são,
respetivamente, 2,8% e 2,5% mais caras. A alternativa é mesmo passar
para o mercado livre, onde são as empresas como a EDP, a Galp ou a
espanhola Endesa a definir os preços, que serão mais baixos que os das
tarifas transitórias. Para isso, tem de mudar de operador, mesmo se se
quiser manter na EDP, mas tem até ao fim de 2015 para o fazer.
- Preciso de mudar de fornecedor de gás e eletricidade?
- Sim. Com o mercado liberalizado, as tarifas reguladas acabam e passam a
ser as empresas, como a EDP ou Galp, a fixar os preços. É, por isso,
necessário procurar um fornecedor no mercado livre.
- Como sei em que mercado estou?
Se a fatura disser EDP Serviço Universal, então está no mercado regulado
e paga uma tarifa transitória. No gás, as contas do mercado livre dizem
Galp On ou o nome da empresa contratada.
- Quando acabam as tarifas reguladas?
Acabaram a 1 de janeiro, mas foram substituídas por tarifas transitórias
que vigoram durante o prazo definido para mudar para o mercado livre.
- Até quando se pode mudar?
Os domésticos com uma potência de até 10,35 kVA ou com consumos de gás
até 500 m3 têm até ao fim de 2015 para mudar. As potências e consumos
superiores de pequenas empresas ou de casas grandes, terão esse prazo
prolongado até ao final de 2014.
- Sou penalizado se não mudar já?
As tarifas transitórias são mais caras do que as do mercado livre e são
revistas de três em três meses, podendo subir, descer ou ficar na mesma.
Mas a tendência é de subida para estimular a mudar para o mercado livre.
A 1 de janeiro, a tarifa transitória da luz aumentou 2,8%, mais 1,24
euros numa conta média mensal de 47 euros. No gás, a subida foi de 2,5%,
mais 0,019 euros por kWh.
- Qual a diferença entre a tarifa transitória de eletricidade e o preço no
mercado livre?
Depende do consumo e da potência contratada. Com uma potência de 4,60
kVA (média nos consumidores domésticos) o preço é de 7,32 euros por mês
mais 0,14 cêntimos por cada kWh. No mercado livre, a mesma potência
paga, na EDP 6,70 euros por mês e mais 0,1365 euros por cada kWh. E na
Galp, a potência custa 7,05 euros mais 0,1376 euros pela energia consumida.
- E qual a diferença no gás?
Em Lisboa, a tarifa transitória custa 3,60 euros pelo termo fixo do
escalão dois de consumo (entre 221 e 500 m3) mais 0,0679 euros pela
energia consumida. No mercado livre, na EDP, o termo fixo custa 3,45
euros e o kWh custa 0,0627 euros. Na Galp, o termo fixo custa 3,40 euros
e o kWh custa 0,0645 euros. os preços mudam consoante a região.
- Como posso fazer a mudança de fornecedor?
Basta ligar para a empresa a contratar que ela trata de tudo. O processo
é gratuito, demora no máximo três semanas e durante esse período não
será interrompido o fornecimento de eletricidade ou gás que tem. Além
disso, pode mudar de fornecedor as vezes que quiser porque não há
fidelização.
- Se eu for cliente da EDP ou da Galp e quiser manter o mesmo operador
também é preciso mudar?
Sim. A EDP Universal é a operadora do mercado regulado e no mercado
livre é a EDP Comercial. No caso do gás, será preciso mudar para o Galp On.
- Que operadores existem?
No mercado doméstico de eletricidade, existe a EDP Comercial, a Endesa,
a Galp, a Iberdrola e a Gas Natural Fenosa. No gás, além destas cinco,
há ainda a Goldenergy, a Incrygas e a Molgás.
Há tarifas bi-horárias no mercado livre?
Sim. A Galp e a EDP são, para já, as únicas com essa oferta, mas os
preços são iguais aos do mercado regulado, ou seja, à tarifa transitória
bi-horária. A Galp está a dar, desde janeiro, um desconto de 2% nesta
tarifa, mas obriga a ter um serviço que custa entre 3,90 a 5,90 euros
por mês.
- No mercado livre os preços também podem ser alterados durante o ano?
Sim. Os operadores podem lançar várias campanhas com preços e descontos
diferentes ao longo do ano e o consumidor só tem de escolher aquela que
prefere ou mais lhe convém.
- Como são formados os preços no mercado livre?
Os preços são definidos pelos operadores com base no que custa produzir
a energia, ou seja, tendo em conta o preço das matérias-primas. No
entanto, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) também
vai fixar uma tarifa recomendada que serve de guia para as empresas e
para conter possíveis abusos. Mais, se os operadores abusarem, o
regulador pode multar os operadores.
- Já estou no mercado livre. É possível regressar ao mercado regulado?
Não. Mudar só é possível se for para um outro operador do mercado livre.
Além disso, desde 1 de janeiro que os novos contratos têm de ser feitos
no mercado livre.
No final de 2015, quem não estiver no mercado livre é colocado
automaticamente na opção do operador com quem tem contrato?
A escolha é sempre do consumidor. O operador não pode decidir, mesmo
nessa situação, porque isso vai contra a lógica do mercado livre.
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